Por que é comum ouvir que o trabalho dignifica o homem? Qual é a relação dessa ideia com a denominada sociedade do trabalho?
RESPOSTA:
Em sociedades como as da Grécia antiga, a asteca e a romana, o trabalho era considerado
indigno, reservado a escravos ou a estratos sociais considerados inferiores. Na maioria das
vezes, esse trabalho era braçal, implicava grande esforço físico e causava cansaço extremo.
Durante a constituição do sistema capitalista,
nos períodos manufatureiro e de desenvolvimento da grande indústria, houve o processo
de proletarização. Ou seja, aos poucos o trabalhador se viu destituído dos seus meios de produção, não tendo alternativas para manter-se e
à sua família que não a submissão ao trabalho
assalariado. Ao mesmo tempo, como mostra
Weber, religiões que surgiram a partir do século XVI, como o calvinismo, consideravam os frutos
do trabalho um sinal de predestinação da alma
à salvação. Essa valorização do trabalho servia
aos capitalistas para assegurar que a mão de
obra necessária para a produção melhor aceitasse as condições de trabalho. Assim, desenvolveu-se cada vez mais a ideologia da dignidade do trabalho, já autonomizada de questões
religiosas. A Revolução Industrial inaugurou,
portanto, a denominada sociedade do trabalho
– uma sociedade salarial, na qual a maioria dos
trabalhadores vende sua força de trabalho ao
capital. Parafraseando a canção que abre o capítulo, esse trabalhador trabalha para viver e
vive para trabalhar; trabalha para produzir, mas
nem sempre pode consumir o que produz.
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