A conquista colonial determinou as características do mercantilismo na Península Ibérica, pois as riquezas provenientes das colônias favoreceram a tendência metalista de suas economias. O monopólio sobre o comércio com a América foi fundamental para Portugal e Espanha. Estima-se que 18 mil toneladas de prata e 200 toneladas de ouro foram extraídas da América e levadas para a Europa. Também conhecida como bulionismo, a preocupação com o acúmulo de metais preciosos levou ao estabelecimento de uma rígida política colonial por parte das Coroas ibéricas.
A Espanha, privilegiada pela riqueza das suas colônias, estabeleceu uma série de métodos para garantir os lucros com a exploração dos metais preciosos provenientes das minas do México e do Peru, como o sistema de comboios anuais e o regime de porto único, que visavam ao controle sobre o ouro e a prata. O país contava ainda com a Casa de Contratação, com sede em Sevilha, que foi um poderoso órgão de regulamentação do comércio colonial, e com uma forte Marinha de guerra, conhecida como a Invencível Armada, que auxiliava a Espanha na proteção das riquezas.
A Coroa portuguesa também se esforçou, embora de forma menos organizada, no sentido de controlar a extração dos metais preciosos. No século XVIII, auge do período de exploração aurífera nas Minas Gerais, uma série de impostos foi criada visando impedir os desvios e o contrabando do metal. Além disso, foi criada a Casa de Fundição e delimitado o Distrito Diamantino, com o objetivo de ampliar o controle na região das Minas.
Tanto na colonização espanhola quanto na portuguesa, a excessiva dependência das riquezas coloniais provocou consequências negativas nas economias metropolitanas. Se entre os séculos XVI e XVII esses países viveram o seu período áureo, nos séculos XVIII e XIX sua força econômica foi reduzida. A pouca preocupação com o desenvolvimento interno de suas economias levou a um cenário de dependência externa e pouco crescimento logo no início da Idade Contemporânea.
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