“É necessário, além do partido único, um Estado que absorva para transformar e fortalecer todas as energias, todo o interesse, todas as esperanças de um povo.”
(Discurso atribuído a Benito Mussolini.)
“O fascismo não é impedir-nos de dizer, é obrigar-nos a dizer.” (Roland Barthes)
“Deutschland Uber alles” “Alemanha acima de tudo.” (Início do hino alemão que vigorou até o final da Segunda Guerra Mundial e lema nazista dos anos 1930 e 1940.)
a) As citações acima evocam, de várias maneiras, a tradição totalitária fascista que floresceu na Europa a partir dos anos 1920. Explique quatro das principais características do fascismo italiano entre as décadas de 1920 e 1940.
b) Cite quatro características do Estado nazista na Alemanha nos anos 1930 e 1940 e apresente duas diferenças entre esse sistema e o fascismo italiano.
RESPOSTA:
a) Entre as principais características do fascismo italiano entre as décadas de 1920 e 1940, salientamos:
- Com ideias altamente contrárias ao liberalismo, marxismo e anarquismo, o fascismo é classificado como um regime de extremadireita marcado por um governo ditatorial e militarizado.
- A valorização, de forma intensa, do sentimento de nacionalismo. Assim, é comum que os governos fascistas utilizem, de forma exacerbada, propagandas nacionalistas por meio de lemas, símbolos, músicas e bandeiras.
- Um governo totalitário que exerce o controle absoluto dos direitos dos cidadãos, seja no contexto político, cultural ou econômico. O governo incita o corporativismo entre todos os setores da sociedade com o objetivo de criar um “Estado Orgânico”. Exemplo disso foi a Carta Del Lavoro, em que o Duce interveio nos sindicatos e representações patronais que foram enquadradas pelo Estado.
- O irracionalismo, pois o fascismo é um regime que acredita na utilização da força e da violência para atingir seus objetivos. Por esse motivo, o governo investe vultosos recursos nas forças armadas e na indústria bélica, chegando a negligenciar outras áreas como saúde ou educação.
b) Entre as principais características do Estado Nazista na Alemanha salientamos:
- O antiparlamentarismo marcado pelo desprezo aos mecanismos da democracia liberal e dos governos representativos, substituídos por um partido forte e seu líder incontestável ou Führer ("líder", em alemão) e instaurando o chamado Terceiro Reich ("Terceiro Reino").
- O pangermanismo (um ideal que pretendia unificar todos os povos germânicos localizados na Europa Central).
- Anticomunismo exacerbado.
- Na economia, a política econômica nazista ditada pelo Ministro da Economia Dr. Hjalmar Schacht, queria diminuir o desemprego por meio da expansão de obras públicas, do estímulo a empresas privadas e intenso investimento nas indústrias de base.
Duas diferenças com relação ao fascismo italiano:
- O Partido Nazi alegava que a culpa de todos os problemas da crise que enfrentava a Alemanha era dos imigrantes judeus, dos comunistas e dos liberais, que causavam a desordem e "roubavam" as oportunidades dos "alemães puros", que, segundo os nazistas, pertenciam a uma "raça superior", uma raça ariana. Assim, apresentava como elemento central de sua política nacionalista o ANTISSEMITISMO. A tática adotada pelo nazismo para cumprir com todos os seus objetivos foi chamada de "Solução Final" ou "Solução Final para a Questão Judia", ou seja, eliminar todos os povos judeus que ocupavam territórios alemães. Os nazistas também perseguiam, torturavam e matavam comunistas, negros, homossexuais e outras pessoas que não eram enquadradas dentro das características da chamada "raça ariana", a raça superior alemã defendida pelo Partido Nazista. O fascismo italiano apresentava um nacionalismo com foco no Estado: “tudo pelo Estado, para o Estado e no Estado”.
- A teoria do Espaço Vital, que seria o espaço necessário para a expansão territorial de um povo, no caso, o povo alemão. Não apenas a restauração das fronteiras de 1914, mas também a conquista da Europa Oriental, espaço onde as necessidades, relativas à dominação territorial e recursos minerais desse povo seriam supridas.
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