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segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Prova de Filosofia com gabarito - Vestibular 2023/1 - UECE - 1ª Fase

Questão 68 - UECE 2023/1 - “Hobbes parte do estado de natureza, no qual não existiria lei, não existiria indústria humana, não existiria nada, e o homem é o lobo do próprio homem; e pelo fato de o homem ser antissocial por natureza, só se torna possível ele viver em sociedade com um Estado extremamente forte. Com Locke, a coisa é diferente. Locke diz que o homem não é um ser rebelde à vida política. No estado de natureza, mesmo com ausência de Estado, mesmo com ausência de leis, existe uma vida econômica que torna possível a integração dos indivíduos entre si. Então o Estado nasce para complementar, para tornar possível essa sociabilidade originária, que é a sociabilidade de mercado”. 
TEIXEIRA, F. J. S. Liberalismo clássico e neoliberalismo: Duas faces da mesma moeda?. Curso on line, aula 02, em 12.09.2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TA9MUFoRtOo&t=2009s. Acesso em: 9 out. 2022. (Texto adaptado) 

Essas duas concepções políticas são 
A) ambas liberais. 
B) ambas absolutistas. 
C) absolutista, a primeira, e liberal, a segunda. 
D) liberal, a primeira, e absolutista, a segunda.

Questão 69 - UECE 2023/1 - “A explicação de que foi a ‘ideia’ de independência que constituiu a força propulsora da renovação que se operava no seio da colônia parece, no mínimo, arriscada. Mais coerente com os acontecimentos é que as várias ideias de ‘se livrar’ do português comerciante ou taberneiro, bem como outras que também se agitavam, embora fossem menos faladas, tais como a libertação dos escravos, a supressão das barreiras de cor e de classe, não fossem mais que reflexos, no pensamento dos indivíduos, de situações objetivas, exteriores a seu cérebro, situações que estão nos fatos, nas relações e oposições dos indivíduos entre si: o senhor de engenho ou fazendeiro devedor que é perseguido pelo comerciante português credor; o pés-descalço que o comerciante português não quer como vendedor; o mulato que o branco exclui da maior parte das funções e o despreza, o humilha; o agricultor pobre que se sente espoliado pelo senhor de engenho que mói sua cana; o escravo que se quer libertar...” 
PRADO JUNIOR, C. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 2000, p. 387 (Texto adaptado) 

A orientação filosófica dessa interpretação do filósofo e historiador brasileiro Caio Prado Junior (1907-1990) acerca da declaração formal da independência brasileira, em 1822, é 
A) idealista, pois reconhece o papel das ideias nos acontecimentos históricos. 
B) materialista histórico, pois diz que as ideias se formam nas relações sociais. 
C) empirista, pois os fatos empíricos constituem as ideias na mente humana. 
D) racionalista, pois mostra que os homens agem com ideias claras e evidentes.

Questão 70 - UECE 2023/1 - “O medo é a causa que origina, conserva e alimenta a superstição. Poderíamos acrescentar muitos exemplos que provam com toda a clareza o seguinte: os homens só se deixam dominar pela superstição enquanto têm medo; todas essas coisas que alguma vez foram inutilmente objeto de culto religioso não são mais do que fantasmas e delírios de um ânimo triste e amedrontado; finalmente, é quando o Estado se encontra em maiores dificuldades que os adivinhos detêm o maior poder sobre a plebe e são mais temidos pelos seus reis”. 
SPINOZA, B. Tratado teológico-político. Tradução de Diogo Pires Aurélio. Lisboa: Casa da moeda, 2004, p. 126. (Texto adaptado) 

Conforme Spinoza, o sentimento de medo conduz o homem à superstição. Por isso, os momentos em que os adivinhos têm grande influência sobre a população e os governos são aqueles de grandes dificuldades. A superstição é uma incerteza dos bens desejados, e se desenvolve na 
A) imaginação. 
B) sensibilidade. 
C) razão. 
D) intuição.

Questão 71 - UECE 2023/1 - “A relação que constatamos entre o nascimento do filósofo e o aparecimento do cidadão não é para nos surpreender. A Cidade (pólis) realiza no plano das formas sociais uma separação entre a sociedade e a natureza; e essa separação pressupõe, no plano das formas mentais, o exercício de um pensamento racional. Com a Cidade, a ordem política se separou da organização cósmica; a Cidade aparece como objeto de uma constante indagação e reflexão, de uma discussão apaixonada e, ao mesmo tempo, argumentada”. 
VERNANT, J.-P. A formação do pensamento positivo na Grécia arcaica. In: Mito e pensamento entre os gregos. Tradução de Haiganuch Sarian. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990, p. 462-263. (Texto adaptado)

Com base na citação anterior, é correto afirmar que a filosofia grega nasceu 
A) do pensamento racional exercitado no debate e na argumentação na Cidade. 
B) quando se abandonou a discussão sobre o Cosmo, voltando-se para a política. 
C) do prolongamento da tradição mito-poética rural na nova realidade urbana. 
D) do afastamento do cidadão da vida na Cidade e seu interesse pelo Cosmo.

Questão 72 - UECE 2023/1 - “Consideramos que o saber e o entender são mais próprios da técnica do que da experiência, e julgamos os que possuem a técnica mais sábios do que os que só possuem a experiência. E isso porque os primeiros conhecem a causa, enquanto os outros não a conhecem...” 
ARISTÓTELES. Metafísica, 981a25. Tradução do italiano por Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2002. 
Em diálogo com a citação acima, é correto afirmar que 
A) a experiência não é um tipo de saber, pois não conhece a causa. 
B) a experiência é superior à técnica, pois é conhecimento prático. 
C) a experiência é saber, pois possui o conhecimento da causa. 
D) a experiência é um tipo de saber que não conhece a causa.

GABARITO
68 - C
69 - B
70 - A
71 - A
72 - D

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