Questão 68 - UECE 2023/1 - “Hobbes parte do estado de natureza, no qual não existiria
lei, não existiria indústria humana, não existiria nada, e o homem é
o lobo do próprio homem; e pelo fato de o homem ser antissocial
por natureza, só se torna possível ele viver em sociedade com um
Estado extremamente forte. Com Locke, a coisa é diferente. Locke
diz que o homem não é um ser rebelde à vida política. No estado
de natureza, mesmo com ausência de Estado, mesmo com
ausência de leis, existe uma vida econômica que torna possível a
integração dos indivíduos entre si. Então o Estado nasce para
complementar, para tornar possível essa sociabilidade originária,
que é a sociabilidade de mercado”.
TEIXEIRA, F. J. S. Liberalismo clássico e neoliberalismo: Duas faces da
mesma moeda?. Curso on line, aula 02, em 12.09.2022. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=TA9MUFoRtOo&t=2009s. Acesso em:
9 out. 2022. (Texto adaptado)
Essas duas concepções políticas são
A) ambas liberais.
B) ambas absolutistas.
C) absolutista, a primeira, e liberal, a segunda.
D) liberal, a primeira, e absolutista, a segunda.
Questão 69 - UECE 2023/1 - “A explicação de que foi a ‘ideia’ de independência que
constituiu a força propulsora da renovação que se operava no seio
da colônia parece, no mínimo, arriscada. Mais coerente com os
acontecimentos é que as várias ideias de ‘se livrar’ do português
comerciante ou taberneiro, bem como outras que também se
agitavam, embora fossem menos faladas, tais como a libertação
dos escravos, a supressão das barreiras de cor e de classe, não
fossem mais que reflexos, no pensamento dos indivíduos, de
situações objetivas, exteriores a seu cérebro, situações que estão
nos fatos, nas relações e oposições dos indivíduos entre si: o
senhor de engenho ou fazendeiro devedor que é perseguido pelo
comerciante português credor; o pés-descalço que o comerciante
português não quer como vendedor; o mulato que o branco exclui
da maior parte das funções e o despreza, o humilha; o agricultor
pobre que se sente espoliado pelo senhor de engenho que mói sua
cana; o escravo que se quer libertar...”
PRADO JUNIOR, C. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo:
Brasiliense, 2000, p. 387 (Texto adaptado)
A orientação filosófica dessa interpretação do filósofo e historiador
brasileiro Caio Prado Junior (1907-1990) acerca da declaração
formal da independência brasileira, em 1822, é
A) idealista, pois reconhece o papel das ideias nos
acontecimentos históricos.
B) materialista histórico, pois diz que as ideias se formam nas
relações sociais.
C) empirista, pois os fatos empíricos constituem as ideias na
mente humana.
D) racionalista, pois mostra que os homens agem com ideias
claras e evidentes.
Questão 70 - UECE 2023/1 - “O medo é a causa que origina, conserva e alimenta a
superstição. Poderíamos acrescentar muitos exemplos que provam
com toda a clareza o seguinte: os homens só se deixam dominar
pela superstição enquanto têm medo; todas essas coisas que
alguma vez foram inutilmente objeto de culto religioso não são
mais do que fantasmas e delírios de um ânimo triste e
amedrontado; finalmente, é quando o Estado se encontra em
maiores dificuldades que os adivinhos detêm o maior poder sobre
a plebe e são mais temidos pelos seus reis”.
SPINOZA, B. Tratado teológico-político. Tradução de Diogo Pires Aurélio.
Lisboa: Casa da moeda, 2004, p. 126. (Texto adaptado)
Conforme Spinoza, o sentimento de medo conduz o homem à
superstição. Por isso, os momentos em que os adivinhos têm
grande influência sobre a população e os governos são aqueles de
grandes dificuldades. A superstição é uma incerteza dos bens
desejados, e se desenvolve na
A) imaginação.
B) sensibilidade.
C) razão.
D) intuição.
Questão 71 - UECE 2023/1 - “A relação que constatamos entre o nascimento do filósofo
e o aparecimento do cidadão não é para nos surpreender. A Cidade
(pólis) realiza no plano das formas sociais uma separação entre a
sociedade e a natureza; e essa separação pressupõe, no plano das
formas mentais, o exercício de um pensamento racional. Com a
Cidade, a ordem política se separou da organização cósmica; a
Cidade aparece como objeto de uma constante indagação e
reflexão, de uma discussão apaixonada e, ao mesmo tempo,
argumentada”.
VERNANT, J.-P. A formação do pensamento positivo na Grécia arcaica. In:
Mito e pensamento entre os gregos. Tradução de Haiganuch Sarian. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1990, p. 462-263. (Texto adaptado)
Com base na citação anterior, é correto afirmar que a filosofia grega nasceu
A) do pensamento racional exercitado no debate e na argumentação na Cidade.
B) quando se abandonou a discussão sobre o Cosmo, voltando-se para a política.
C) do prolongamento da tradição mito-poética rural na nova realidade urbana.
D) do afastamento do cidadão da vida na Cidade e seu interesse pelo Cosmo.
Questão 72 - UECE 2023/1 - “Consideramos que o saber e o entender são mais próprios
da técnica do que da experiência, e julgamos os que possuem a
técnica mais sábios do que os que só possuem a experiência. E isso
porque os primeiros conhecem a causa, enquanto os outros não a
conhecem...”
ARISTÓTELES. Metafísica, 981a25. Tradução do italiano por Marcelo Perine.
São Paulo: Loyola, 2002.
Em diálogo com a citação acima, é correto afirmar que
A) a experiência não é um tipo de saber, pois não conhece a
causa.
B) a experiência é superior à técnica, pois é conhecimento
prático.
C) a experiência é saber, pois possui o conhecimento da causa.
D) a experiência é um tipo de saber que não conhece a causa.
GABARITO
68 - C
69 - B
70 - A
71 - A
72 - D
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