Weber conduziu uma investigação sobre o “desenvolvimento do capitalismo no Ocidente e a racionalização da conduta promovida por um sistema ético, tendo como resultado sua obra mais conhecida”. – A ética protestante e o “espírito” do capitalismo.
(QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Lígia de Oliveira; OLIVEIRA, Márcia Gardênia. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte: EdUFMG, 1999. p. 129.)
Com base nessa informação, faça o que se pede.
a) Estabeleça, sinteticamente, uma relação possível entre a ética protestante e o “espírito” do capitalismo que Weber apresentou nessa sua obra.
b) A partir dessa relação estabeleça, ao menos, três traços da análise weberiana.
RESPOSTA:
a) Weber notou entre os empresários bem-sucedidos, tanto nos EUA quanto na Alemanha, um grande número de adeptos do
protestantismo. A partir dessa constatação estabeleceu uma correlação entre a conduta cultural protestante e o modo de agir
capitalista. O trabalho com disciplina ascética presente entre os protestantes calvinistas transformou-se em vocação com a negação do
ócio (negócio) capaz de aproximar os indivíduos da salvação, representando uma clara ação racional com relação a valores motivada
pela fé. Contudo, com o desenvolvimento do capitalismo esse modo de agir protestante foi gradativamente se transformando em um
“trabalho pelo lucro”, distante das questões sagradas, cada vez mais racional com relação a fins, responsável pela aceleração do
capitalismo levando a uma sociedade desencantada (racionalizada).
b) Os três traços da análise weberiana são: a distinção entre religiões de aceitação e negação do mundo, em que nessas últimas temos o
calvinismo como exemplo de estímulo ao trabalho como meio de dignificar os homens, agindo como um freio moral ao ócio; a
elaboração do termo disciplina ascética para identificar a conduta protestante com inclinação ao agir capitalista; a criação de um tipo
ideal de conduta capitalista a partir de frases expressas no dia a dia estadunidense como “tempo é dinheiro”.
Obs.: Outros traços podem ser destacados, como o “desencantamento do mundo”, consequência da racionalização da conduta
humana.
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