No século XVIII, Condorcet inventou a matemática social, com a qual pretendia aplicar o cálculo às ciências morais e políticas. No XIX, Comte definiu a Sociologia como física social, Spencer propôs o estudo do comportamento humano como órgão biológico e Durkheim definiu o fato social como coisa. Ao longo desse percurso intelectual, fundava-se a Sociologia como disciplina autônoma. Esse processo de desenvolvimento da nascente ciência sociológica firmou-se sobre uma matriz do conhecimento positivista.
Com base nela,
a) cite e explique três características do positivismo.
b) cite e explique duas relações entre o evolucionismo e o determinismo.
RESPOSTA:
a) Uma primeira característica do positivismo é a aplicação dos métodos presentes nas ciências da natureza à análise dos fenômenos
sociais. Logo, análises quantitativas, por exemplo, poderiam ser feitas sobre a realidade social, como se faz em algumas ciências da
natureza. Outra característica é a busca por supostas leis imutáveis que regulariam os ‘fatos sociais’, como ocorre com os fenômenos
naturais. Assim, o cientista social teria como função desvendar a dinâmica presente tacitamente na vida em sociedade. Por fim, a
ciência positivista deveria servir ao progresso da sociedade, buscando fortalecer instituições para que as sociedades não sofram com
momentos de patologias, como greves.
b) O positivismo serviu como sustentação às análises preconceituosas feitas no final do século XIX e começo do século XX, como os
determinismos raciais que justificaram a escravização de negros, tidos como raças inferiores que serviriam como mão de obra ao
branco europeu (racialmente superior) em suas colônias. Assim, áreas como craniologia e frenologia despontaram como ciências
responsáveis pela explicação do comportamento humano via fenótipo, evidenciando o uso de observações sistemáticas e comparativas
da anatomia humana.
Outro aspecto relevante é a utilização do positivismo como um ciência capaz de comparar as sociedades colocando-as em uma
escala evolutiva e sequencial cujo ápice seria uma Europa civilizada, demonstrando etnocentrismo e intolerância com as culturas
distintas da europeia, como podemos verificar no modelo evolutivo proposto por Auguste Comte, em que as sociedades são
classificadas em três estágios de maturidade intelectual/científica, transitando de uma infância presente no estado teológico, passando
por uma adolescência metafísica, para enfim chegar ao estágio adulto científico/positivo em que a Europa se encontrava.
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