UFSCAR 2006 - Aconteceu num debate, num país europeu. Da assistência, alguém me lançou a seguinte pergunta:
– Para si o que é ser africano?
Falava-se, inevitavelmente, de identidade versus globalização. Respondi com uma pergunta:
– E para si o que é ser europeu?
O homem gaguejou. Ele não sabia responder. Mas o interessante é que, para ele, a questão da definição de uma identidade se colocava naturalmente para os africanos. Nunca para os europeus. Ele nunca tinha colocado a questão ao espelho.
(Mia Couto. In: Leila Leite Hernandez. A África na sala de aula. Visita à História Contemporânea, 2005.)
Segundo o texto, o autor
a) valoriza a ideia de que existe uma identidade natural entre os povos europeus, favorecendo a globalização.
b) denuncia a ideia genérica, presente entre os europeus, de que há uma suposta identidade natural entre os africanos.
c) lembra o fato de que a Europa tem uma história de tendência à globalização, em função da ausência de conflitos entre seus Estados-nação.
d) defende a existência de uma essência natural do que é ser europeu e do que é ser africano.
e) indica os valores culturais e nacionais europeus e africanos como fundadores do processo de globalização.
RESPOSTA:
Letra B.
O texto remete a um problema atual relacionado com a
globalização, pois esta pressupõe a existência de identidades abrangentes – regionais ou mesmo continentais – sem atentar para a existência dos particularismos
decorrentes da diversidade étnica.
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