UFU 2013/2 - E, nas ilhas, penínsulas, istmos e cabos, multicrescem taboqueiras, tabuas, taquaris, taquaras, taquariúbas, taquaratingas e taquaraçus. Outras imbaúbas, mui tupis. E o buritizal: renques, aléias, arruados de buritis, que avançam pelo atoleiro, frondosos, flexuosos, abanando flabelos, espontando espiques; de todas as alturas e de todas as idades, famílias inteiras, muito unidas: buritis velhuscos, de palmas contorcionadas, buritis-senhoras, e, tocando ventarolas, buritis-meninos.
ROSA, GUIMARÃES. São Marcos. In: Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. p. 278.
No trecho acima do conto “São Marcos”, de Guimarães Rosa,
a) “mui tupis” é uma expressão arcaica da Língua portuguesa, usada no texto para demonstrar a influência da cultura indígena na região, o que será crucial no desenrolar da narrativa.
b) o destaque ao buritizal se deve à importância que este tipo de vegetação adquire durante a narrativa, pois é nele que o narrador talhava versos para desafiar um repentista desconhecido.
c) o uso do neologismo “multicrescem” sugere uma descrição ficcional da natureza brasileira, marca de toda obra rosiana, distante dos dados geográficos do sertão de Minas Gerais.
d) a descrição do espaço ficcional é construída a partir de aproximações sonoras dos nomes das árvores, enfatizando suas ambiguidades e redefinindo de maneira poética a paisagem local.
RESPOSTA:
Letra D.
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