PUC-Campinas 2010 - Em qualquer sociedade de tipo feudal, a lealdade dos servos se exercita em troca da segurança que o senhor pode dar. Creio que a lealdade dos jagunços, em face do chefe, tinha também um fundamento parecido: seria talvez o medo da solidão em face de uma natureza tão grandiosa, tão áspera, tão despovoada que levaria aqueles homens humildes a aderir ao grupo guerreiro, entregando-se a uma vida aventurosa em troca de uma solidariedade fraterna. A aventura: “eu avistava as novas estradas, diversidade de terras”. A ausência de fraternidade, do amor, parece ser sinal de alienação para o jagunço: “Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura”, diz Riobaldo. A lealdade é, porém, o grande valor social, disseminado entre os jagunços de Grande sertão: veredas.
(Adaptado de Fernando Correia Dias. Aspectos sociológicos de Grande sertão: veredas, in Guimarães Rosa – Fortuna crítica. Org. por Eduardo de Faria Coutinho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira / INL, 1983, p. 401
Levando em conta o que afirma o texto, conclui-se que, em sua obra-prima, Guimarães Rosa
a) buscou sobretudo exaltar a natureza tropical, vista como espaço propício para as grandes aventuras.
b) historiou a formação dos grupos de jagunços, que se deu por iniciativa de violentos proprietários feudais.
c) elegeu os valores do universo feudal dos jagunços como parâmetros para o futuro da civilização moderna.
d) narrou o lírico caso de amor de Riobaldo, contrastando-o com os conflitos violentos entre jagunços e senhores feudais.
e) valorizou elementos primitivos da ética feudal ao narrar as sagas de jagunços nas terras rudes do sertão.
RESPOSTA:
Letra E.
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