Leia o relato de Abu Ubayd al-Bakri, geógrafo muçulmano que viveu no século XI. Com base nesse relato, pode-se dizer que a introdução do islã no Reino de Gana eliminou as tradições religiosas locais? Por quê?
“Ao redor da cidade do rei há choupanas abobadadas e bosques onde vivem os feiticeiros, homens encarregados de seus cultos religiosos. Ali se encontram também os ídolos e os túmulos dos reis. [...]
Quando o rei morre, constroem uma enorme abóbada de madeira no lugar do enterro. Então trazem-no em uma cama levemente coberta e colocam-no dentro da abóbada. A seu lado colocam seus ornamentos, suas armas, e os recipientes que ele usava para comer e beber. A serpente é a guardiã do Estado e vive em uma caverna que lhe é devotada. Quando o rei morre, seus possíveis sucessores se reúnem em uma assembleia, e a serpente é trazida para picar um deles com seu focinho. Essa pessoa é então chamada para ser o novo rei.”
COSTA, Ricardo. A expansão árabe na África e os impérios negros de Gana, Mali e Songai (sécs. VII-XVI). In: NISHIKAWA, T. F. C. História medieval: História II. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009, p. 34-53.
RESPOSTA: Não. Pelo texto de al-Bakri
pode-se dizer que muitas tradições africanas foram mantidas
mesmo com a introdução do
islã no Reino de Gana. Ele cita,
por exemplo, a existência de
feiticeiros que realizam cultos
religiosos nos bosques; o enterro dos reis, que eram colocados
numa abóbada com seus pertences; e a cerimônia da picada
da serpente para a escolha de
um novo rei, elementos que
não fazem parte da tradição
islâmica.
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