Em um artigo escrito em 1989 para as comemorações dos 200 anos da Conjuração Mineira, o historiador britânico Kenneth Maxwell expôs sua visão sobre alguns aspectos dessa revolta. No trecho a seguir, quais características da Conjuração Mineira o autor sintetizou?
A revolta planejada não se materializara, mas isto não escondia o fato de que um importante segmento do grupo social em que o governo metropolitano devia confiar [...], em uma das mais importantes, populosas, ricas e estrategicamente bem situadas capitanias brasileiras, tinha tido o atrevimento de pensar que podia viver sem Portugal: amparados no exemplo dos norte-americanos e nas teorias políticas correntes, os colonos haviam questionado o que devia ser inquestionável.
MAXWELL, Kenneth. Conjuração Mineira: novos aspectos. Estudos Avançados, São Paulo, v. 3, n. 6, maio/ago. 1989. p. 24.
RESPOSTA:
Esse pequeno trecho possibilita construir uma caracterização geral do movimento. A
revolta foi planejada em Minas
Gerais, uma das capitanias mais
populosas e ricas da América
portuguesa. Ela foi conduzida
por uma elite dirigente, cujo
apoio era fundamental para o
governo metropolitano exercer
sua autoridade na capitania.
Esse grupo social inspirava-se
no exemplo da independência dos Estados Unidos e nas
teorias políticas correntes no
mundo ocidental (o Iluminismo
e o liberalismo). A revolta expressava a determinação desse
grupo em contestar o domínio
colonial português. O movimento, mesmo debelado antes
de se concretizar, mostrou que
o domínio colonial português
já não podia contar com a colaboração da elite dirigente de
uma capitania estratégica para
a Coroa, o que significava que
o sistema colonial estava com
seus dias contados no Brasil.
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