Nossa Constituição Federal, conhecida como cidadã, acaba de completar 30 anos. Após anos de regime autoritário, construímos um documento que contempla direitos individuais, liberdade civil, garantia de bem-estar, inclusão social e respeito à pluralidade. Grupos historicamente marginalizados conquistaram reconhecimento e ampliaram sua luta por direitos e maior representatividade na sociedade. Conquistas estas que contribuem para a consolidação do nosso regime democrático.
No entanto, a conjuntura política atual tem sido acirrada pela presença de um discurso de violência e de intolerância, principalmente contra grupos indígenas, negros, LGBTQI+, mulheres e minorias variadas, que têm sofrido ataques verbais e físicos, os quais decorrem da naturalização desse discurso. As divergências políticas existem e devem persistir, mas não podem ser confundidas com o desrespeito aos valores democráticos. Além disso, observamos nos últimos dias, com enorme preocupação, ações do TSE e das polícias, divulgadas pela mídia, nas universidades públicas que não são em nada compatíveis com regimes democráticos e com a liberdade de pensamento e debate, que é a razão de ser do espírito científico e da vida acadêmica.
Diante dessa situação e dos recentes acontecimentos de agressões envolvendo, inclusive, alunos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), o Departamento de História (DHI) da UFV vem a público repudiar qualquer forma de violência e repressão e defender os princípios da liberdade de expressão, da dignidade, do respeito e da inclusão. Em um momento importante da nossa democracia, não podemos aceitar que conquistas sociais e os amplos direitos dos cidadãos sejam banalizados e tratados com desprezo. Reiteramos nosso compromisso com uma Universidade pública, gratuita e de qualidade, autônoma, inclusiva e plural.
Viçosa, 26 de outubro de 2018.
Fonte: DHI / UFV.
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