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terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Questão de Literatura - PUC-SP 2001 - Tu só, tu, puro amor, com força crua

PUC-SP 2001 - Tu só, tu, puro amor, com força crua 
Que os corações humanos tanto obriga, 
Deste causa à molesta morte sua, 
Como se fora pérfida inimiga. Se dizem, fero Amor, que a sede tua 
Nem com lágrimas tristes se mitiga, 
É porque queres, áspero e tirano, 
Tuas aras banhar em sangue humano. 

Estavas, linda Inês, posta em sossego, 
De teus anos colhendo doce fruito, 
Naquele engano da alma ledo e cego, 
Que a fortuna não deixa durar muito, 
Nos saudosos campos do Mondego, 
De teus fermosos olhos nunca enxuito, 
Aos montes ensinando e às ervinhas, 
O nome que no peito escrito tinhas. 

Os Lusíadas, obra de Camões, exemplificam o gênero épico na poesia portuguesa, entretanto oferecem momentos em que o lirismo se expande, humanizando os versos. O episódio de Inês de Castro, do qual o trecho acima faz parte, é considerado o ponto alto do lirismo camoniano inserido em sua narrativa épica. Desse episódio, como um todo, pode afirmar-se que seu núcleo central 
a) personifica e exalta o Amor, mais forte que as conveniências e causa da tragédia de Inês. 
b) celebra os amores secretos de Inês e de D. Pedro e o casamento solene e festivo de ambos. 
c) tem como tema básico a vida simples de Inês de Castro, legítima herdeira do trono de Portugal. 
d) retrata a beleza de Inês, posta em sossego, ensinando aos montes o nome que no peito escrito tinha.
e) relata em versos livres a paixão de Inês pela natureza e pelos filhos e sua elevação ao trono português.

RESPOSTA:
Letra A.

A personificação (ou melhor: divinização) do Amor fica evidente, principalmente nos versos iniciais da primeira estrofe. O Amor aparece como um deus cruel, que exige não só lágrimas dos amantes, mas também sangue.

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