EBMSP 2017/2 - Sobretudo um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro!
LISPECTOR, Clarice. Perto do Coração Selvagem.
Disponível em: <http://www.olhardireto.com.br/conceito/colunas>. Acesso em: jan. 2017.
No fragmento da obra “Perto do Coração Selvagem”, de Clarice Lispector, o uso do futuro, nas formas verbais que dão progressão ao texto, tem como principal objetivo
a) problematizar o porvir como o tempo da hesitação, da insegurança, mas também da força e da satisfação.
b) idealizar um futuro marcado pela delicadeza, fragilidade e sensibilidade, características próprias do perfil feminino
c) evidenciar o decidir-se da locutora pelo devir na afirmação positiva à vida, rejeitando os limites do eu, o medo, a dúvida, o atual modo estagnado de viver.
d) comparar experiências favoráveis experimentadas no presente narrativo com a instabilidade e a incerteza do que poderá ser vivenciado mais adiante.
e) convidar o leitor a refletir sobre as escolhas feitas no momento vivido e as consequências que elas podem acarretar logo a seguir.
RESPOSTA:
Letra C.
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