Questão 01 - IMEPAC 2015 - Assinale a alternativa que caracteriza de forma CORRETA a obra literária O Santo e a Porca, de Ariano Suassuna.
a) Apesar do caráter de comédia que pode conduzir ao riso, a obra apresenta teor crítico e mesmo filosófico ao abordar as relações existentes entre o religioso e o profano.
b) O estilo neoclássico, fundamento do texto teatral, caracteriza-se na obra pelo enquadramento temático em paisagem bucólica pintada como lugar aprazível.
c) Na obra se percebe a tendência ao discurso em forma de diálogo do eu poético com um interlocutor contemporâneo e juiz das situações estabelecidas.
d) As metáforas raras e desusadas na obra contrastam com antíteses de conteúdo violento e arrebatador a fim de expressar de modo radical a oposição entre o real e o sonho.
Questão 02 - UnP 2013/1 - Leia as afirmações abaixo sobre a peça O santo e a porca, de Ariano Suassuna, e escolha a alternativa correta.
I – A peça é um retrato sem retoques do político nordestino durante o período do coronelismo, cuja representação é a personagem de Eudoro.
II – A peça tem como tema central a avareza, que é representada pela personagem de Euricão e a forma como cuida dos seus bens.
III – Por meio de personagens típicos do sertão nordestino, a peça discute temas universais, como o amor e o dinheiro.
IV – Por meio de personagens típicos do sertão nordestino, a peça é uma adaptação das tragédias gregas de Aristófanes.
a) Estão corretas as afirmações I, II e III.
b) Estão corretas as afirmações I e III.
c) Estão corretas as afirmações I e II.
d) Estão corretas as afirmações II e III.
Questão 03 - UNIMONTES 2016 -
EURICÃO — Ai! Vá pra lá!
EUDORO — Que é isso, homem? Quero somente ver a cerveja!
EURICÃO — Vá pra lá, vá pra lá, pelo amor de Deus! Tenho horror a mostrar a cerveja que vou beber!
EUDORO — Por que, homem de Deus?
EURICÃO — Porque não gosto, pronto! É uma esquisitice minha! Não gosto de mostrar cerveja! É proibido ter esquisitice, é?
EUDORO — Não!
EURICÃO — Então, pronto, vá esperar o jantar na sala!
EUDORO — Está bem. Que homem mais esquisito, minha Nossa Senhora! (Sai.)
EURICÃO — Foi-se, com todos os diabos! Pronto, a porca fica aqui, agora! Aqui, Santo Antônio, servindo de suporte à sua imagem. Fica sob sua proteção, meu santo, estou arrependido de tudo o que disse! Ai, meu Deus, o santo ou a porca? Os dois! Não há necessidade de escolher, fico com os dois! Ouvi dizer que você, Santo Antônio, era cabo do exército brasileiro: fique aí como cabo de dia, guardando o que é meu. Vou lhe confiar o que não confiaria mais nem a minha mãe. Mas veja como corresponde a esta confiança! Está aí, confiei em você: retribua agora essa confiança, dando-me toda a sua proteção.
Sobre o drama O santo e a porca, de Ariano Suassuna, todas as alternativas estão corretas, EXCETO:
a) A peça dialoga com o teatro clássico, remetendo à Aulularia, do autor latino Plauto.
b) O ser humano e a sua relação com a matéria e o espírito são temas da peça de Suassuna.
c) Embora ambientada no Nordeste, a peça de Suassuna não explora a cultura regional.
d) A dualidade entre as imagens da porca e de Santo Antônio promove o riso e a reflexão.
Questão 04 - UFRN 2013 - Leia abaixo o trecho de O santo e a porca, de Ariano Suassuna.
EURICÃO — Ai, gritaram "Pega o ladrão!". Quem foi? Onde está? Pega, pega! Santo Antônio, Santo Antônio, que diabo de proteção é essa? Ouvi gritar ?Pega o ladrão!". Ai, a porca, ai meu sangue, ai minha vida, ai minha porquinha do coração! Levaram, roubaram! Ai, não, está lá, graças a Deus! Que terá havido, minha Nossa Senhora? Terão desconfiado porque tirei a porca do lugar? Deve ter sido isso, desconfiaram e começaram a rondar para furtá-la! É melhor deixá-la aqui mesmo, à vista de todos, assim ninguém lhe dará importância! Ou não? Que é que eu faço, Santo Antônio? Deixo a porca lá, ou trago-a para aqui, sob sua proteção?
SUASSUNA, Ariano. O santo e a porca. 22. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010. p. 97.
Nessa passagem, a recorrência da interrogação é um recurso literário revelador da
a) desconfiança da personagem em relação a Santo Antônio e a Nossa Senhora.
b) perplexidade da personagem resultante da perda da proteção divina.
c) angústia da personagem perante uma situação tragicômica.
d) ironia da personagem mediante uma situação cômica.
Questão 05 - UFU 2019/2 - Considero-me um realista, mas sou realista não à maneira naturalista — que falseia a vida — mas à maneira de nossa maravilhosa literatura popular, que transfigura a vida com a imaginação para ser fiel à vida. [...] O que eu procuro atingir, portanto, é, se não a verdade do mundo, a verdade de meu mundo, afinal inapreensível em sua totalidade, mas mesmo assim, ou por isso mesmo, tentador e belo [...] Assim, sem exageros que acabem a ilusão consentida do público, é melhor não apelar para as muletas do verismo nem esconder as traves da arquitetura teatral — sejam as do autor, as do encenador ou as dos atores, pois todos nós temos as nossas; assim o público, vendo que não pretendemos enganá-lo, que não queremos competir com a vida, aceita nossos andaimes de papel, madeira e cola e pode, graças a essa generosidade, participar de nossa maravilhosa realidade transfigurada.
SUASSUNA, Ariano. O santo e a porca. 26 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012. p. 16-17.
Sobre o texto acima, da “nota do autor” de O santo e a porca, e a peça em si, é correto afirmar que
a) com o claro objetivo de retratar a vida como ela é no sertão, Suassuna investe em um teatro realista, que não “esconda as traves da arquitetura teatral”.
b) Suassuna recusa “apelar para as muletas do verismo”, motivo pelo qual a peça contém elementos chamados “fantásticos”, como a porca falante.
c) faz parte da “generosidade” do leitor aceitar momentos da trama pouco verossímeis, como o sumiço e a reaparição espontâneos da estátua de Santo Antônio.
d) há momentos da peça, como os disfarces múltiplos dos personagens, que dependem da “ilusão consentida do público”.
Questão 06 - UFU 2016/2 - Depreende-se, da leitura de O santo e a porca, que Ariano Suassuna, ao dialogar com a tradição, retomando a comédia Aululária, de Plauto, e O avarento, de Moliére, recriando-as a partir de aspectos regionais e universais, associa
a) o popular ao erudito.
b) a arte renascentista ao pós-moderno.
c) o grotesco ao sublime.
d) o cômico ao trágico.
GABARITO
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