PUC-PR 2022 - A certa altura da peça Auto da Compadecida, de autoria de Ariano Suassuna, um personagem faz a seguinte afirmação: “Os donos de terras é que perderam hoje em dia o senso de sua autoridade. Veem-se senhores trabalhando em suas terras como qualquer foreiro.”
SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. 21 ed. Rio de Janeiro: Agir, 1985. p. 44.
Com base nesse fragmento e da leitura integral da peça, é CORRETO afirmar:
a) Por meio dessa fala do Major Antônio Morais, e da cena em que se insere, o autor faz uma crítica aos latifundiários que, ociosos ou não, viviam da exploração da força de trabalho alheia. b) Exemplo da aguda ironia de Ariano Suassuna, nesta fala, por meio da voz de um grande fazendeiro de região, que vem ao sacerdote para que este benza seu filho, são criticadas as mudanças das relações de trabalho no campo.
c) Essas frases estão inseridas num discurso que, ao final da peça, Manuel, isto é, Jesus Cristo, faz contra todos os proprietários de terra, condenando ao inferno o major Antônio Morais.
d) Esta célebre peça de Ariano Suassuna se inicia e se encerra com a presença e as falas do Palhaço, espécie de alter ego do autor; aqui, ao final do espetáculo, ele faz severas considerações sobre os “coronéis” e “majores” que exercem uma verdadeira tirania no sertão.
e) É uma fala de João Grilo a Chicó, quando da primeira aparição do major Antônio Morais; não obstante sua baixa instrução, João Grilo demonstra uma aguçada consciência das condições sociais do Nordeste ao seu tempo.
RESPOSTA:
Letra A.
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