Questão 01 - ITA 2019 - No Realismo, o adultério subverte o ideal romântico de casamento. Machado de Assis, porém, costuma tratá-lo de modo ambíguo, valendo-se, por exemplo, do ciúme masculino ou da dubiedade feminina. Com isso, em seus romances, a traição nem sempre é comprovada, ou, mesmo que desejada pela mulher, não se consuma. Constatamos tal ambiguidade em Quincas Borba, quando
a) Palha se enraivece com os olhares de desejo que os homens dirigem a Sofia nos eventos sociais.
b) Sofia decide não contar ao marido que Rubião a assediou certa noite, no jardim da casa deles.
c) Palha, mesmo interessado na riqueza de Rubião, decide confrontá-lo ao perceber o assédio dele a Sofia.
d) Sofia tenta esconder do marido o interesse que tem por Carlos Maria, que a seduziu em um baile.
e) Sofia, mesmo interessada em Carlos Maria, faz de tudo para que Maria Benedita se case com ele.
Questão 02 - ITA 2018 - Em várias passagens de Quincas Borba, de Machado de Assis, as personagens interpretam erroneamente alguns fatos ou fazem ilações equivocadas a partir de algumas falas. Vemos isso, por exemplo, no episódio em que, a partir do relato que ouve de um cocheiro, Rubião se convence de que
a) D. Tonica planeja casar-se com ele a qualquer custo.
b) Palha pretende desfazer os negócios que tem com ele.
c) Sofia deseja casá-lo com Maria Benedita.
d) Sofia e Carlos Maria são amantes.
e) Maria Benedita e Carlos Maria namoram em segredo.
Questão 03 - UEA 2017 - Observa-se a intromissão do narrador de Quincas Borba no curso da narrativa no seguinte trecho:
a) “Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara, e, enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente mirando a bandeja, que era de prata lavrada.”
b) “Rubião escutava, com a alma nos olhos, sinceramente desejoso de entender; mas não dava pela necessidade a que o amigo atribuía a morte da avó.”
c) “– Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. Se mana Piedade tem casado com Quincas Borba, apenas me daria uma esperança colateral.”
d) “Quincas Borba calou-se de exausto, e sentou-se ofegante. Rubião acudiu, levando-lhe água e pedindo que se deitasse para descansar; mas o enfermo, após alguns minutos, respondeu que não era nada. Perdera o costume de fazer discursos, é o que era.”
e) “Fazer um capítulo só para dizer que, a princípio, os convivas, ausente o Rubião, fumavam os próprios charutos, depois do jantar, – parecerá frívolo aos frívolos; mas os considerados dirão que algum interesse haverá nesta circunstância em aparência mínima.”
Questão 04 - CESMAC 2016/1 - Quincas Borba, de Machado de Assis, narra a estória de um ex-professor — Rubião —, que, depois de receber uma polpuda herança deixada pelo filósofo Quincas Borba, deixa a sua cidade natal, Barbacena, em Minas Gerais, e passa a morar na Corte, desfrutando dos prazeres de uma vida burguesa. Além da herança em dinheiro, Rubião também se tornou herdeiro dos princípios filosóficos de Quincas Borba. Como se chamava esse princípio filosófico?
A) Determinismo
B) Essencialismo
C) Positivismo
D) Humanitas
E) Idealismo
Questão 05 - UPF 2014 - Leia as seguintes afirmações sobre a obra Quincas Borba de Machado de Assis.
I. O autor realiza uma profunda análise social, revelando ceticismo em relação à sociedade de seu tempo e em relação à espécie humana.
II. Sofia é uma personagem ambígua, astuciosa e cerebral, que se distancia da fragilidade das heroínas românticas.
III. A afeição de Sofia por Rubião, principalmente no final da narrativa, deixa transparecer a preocupação universal diante da dor humana.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) I e III.
b) II e III.
c) I e II.
d) I.
e) II.
Questão 06 - UFU 2019/2 - A temporalidade é um elemento essencial ao gênero narrativo. Sobre a representação do tempo no romance Quincas Borba, de Machado de Assis, assinale a alternativa INCORRETA.
a) A narrativa não segue uma linearidade temporal exata, ocorrendo algumas idas e vindas entre os diferentes momentos da vida de Rubião.
b) A obra começa num momento avançado da ação, para depois voltar ao início dos acontecimentos, procedimento conhecido como in media res.
c) O narrador em terceira pessoa é que define a ordem da narração dos acontecimentos, combinando tempo cronológico e tempo psicológico.
d) Para melhor compreender a trajetória do protagonista Murilo Rubião, a obra retoma parte da infância do professor, na cidade de Barbacena.
Questão 07 - UFRGS 2005 - Considere as seguintes afirmações sobre o personagem Rubião, de Quincas Borba, de Machado de Assis.
I. Ao tornar-se herdeiro universal de Quincas Borba, Rubião passa a sonhar com a sua participação nos circuitos da riqueza e do poder da sociedade carioca.
II. Rubião, já integrado à elite carioca, revolta-se contra as artimanhas de Sofia e de Palha para explorá-lo.
III. Em decorrência das transformações em sua vida, Rubião vem a manifestar sintomas de desequilíbrio mental. Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e III.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.
Questão 08 - ITA 2005 - Em 1891, Machado de Assis publicou o romance Quincas Borba, no qual um dos temas centrais do Realismo, o triângulo amoroso (formado, a princípio, pelos personagens Palha-Sofia-Rubião), cede lugar a uma equação dramática mais complexa e com diversos desdobramentos. Isso se explica porque
a) o que levava Sofia a trair Palha era apenas o interesse na fortuna de Rubião, pois ela amava muito o marido.
b) Palha sabia que Sofia era amante de Rubião, mas fingia não saber, pois dependia financeiramente dele.
c) Sofia não era amante de Rubião, como pensava seu marido, mas sim de Carlos Maria, de quem Palha não tinha suspeita alguma.
d) Sofia não era amante de Rubião, mas se interessou por Carlos Maria, casado com uma prima de Sofia, e este por Sofia.
e) Sofia não se envolvia efetivamente com Rubião, pois se sentia atraída por Carlos Maria, que a seduziu e depois a rejeitou.
Questão 09 - UFRGS 2006 - Com base na obra Quincas Borba, de Machado de Assis, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo.
( ) Ao declarar seu amor por Sofia na festa da casa de Palha, Rubião vive uma crise moral, oscilando entre a culpa e a inocência.
( ) Na tentativa de justificar sua atitude, Rubião atribui a Sofia a responsabilidade da declaração de amor, ao mesmo tempo que procura suavizar a culpa da mulher.
( ) Quando Sofia relata a Palha a declaração de amor que Rubião lhe fez, o marido reage violentamente e jura vingança.
( ) Apesar do jogo de sedução, Sofia não comete adultério com Quincas Borba, mas o faz com Carlos Maria, por quem se apaixona perdidamente.
( ) O narrador, no último capítulo da obra, afirma a indiferença da natureza aos risos e às lágrimas humanos.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
A) F–V–F–V–V.
B) V–V–F–F–V.
C) F–F–V–V–F.
D) V–F–V–V–F.
E) F–V–F–F–V.
Questão 10 - FACASPER 2020 - Assinale a opção que está em desacordo com a estrutura narrativa de Quincas Borba, de Machado de Assis:
a) Trama complexa, do ponto de vista narrativo; ambicioso painel que explora situações psicológicas e tensões morais.
b) Obra alegórica, contendo uma dimensão política oculta, subjacente à trama. Muitos personagens de ficção demasiado próximos às de figuras históricas.
c) Onisciência e onipotência do narrador; variação do foco da ação; ampliação do grupo de personagens em torno do qual gira a obra.
d) Narrador que comenta caprichosamente os acontecimentos; afirmação da ironia essencial do ficcionista diante da fábula.
e) Discreta paródia de certos expedientes do romance-folhetim; repetidas alusões a personagens, palavras e obras exemplares da literatura universal.
Questão 11 - FACASPER 2020 - Assinale a opção que identifica corretamente o excerto crítico relacionado a Quincas Borba, de Machado de Assis:
a) “Os homens retratados por Machado de Assis em sua ficção são filhos de mulheres, não de homens – muitas vezes ausentes. Tem sido notado que as mulheres de Machado de Assis são, com frequência, mais bem retratadas e constituem personagens maiores que os homens em suas obras. Em outras palavras, o romance forma um “panegírico de santa Mônica” das mulheres brasileiras, e de todas as mulheres”. (Helen Caldwell).
b) “Após a revelação da estrutura mítica, poder-se-ia afirmar que nesse rumo é que foi dirigido o “pensamento interior e único” de que trata o prólogo do romance? (...) Não há como dissociar qualquer dessas duas direções do núcleo interior do pensamento do romancista, notando-se que ambas contribuíram para assegurar ao romance um cunho universal, fazendo-o, por outro lado, transcender as naturais e inevitáveis limitações do tempo histórico”. (Eugênio Gomes).
c) “O tom do romance, em sua gratuidade, logo postula um ambiente de aceitação irresponsável e ironia solta, um és não és de farsa metafísica. O leitor não pode levar a sério o tom do suposto autor e logo de saída vê-se na contingência de engatilhar um sorriso divertido ou meio forçado, conforme entram a reagir os seus nervos”. (Augusto Meyer).
d) “O romance aqui é um simples acidente. O que é fundamental e orgânico é a descrição dos costumes, a filosofia social que está implícita. (...) Com efeito, vemos de um lado o ceticismo, perguntando se, atrás de um ato que desperta o entusiasmo e desafia a crítica e a malevolência, não há motivos recônditos que o reduzem a proporções de um fato qualquer banal. De outro, há a satisfação, o contentamento, que acha que tudo vai muito bem, no melhor dos mundos imagináveis”. (Capistrano de Abreu).
e) “... é muito mais rico de vida e substância humana do que o romance anterior. É o mais arejado dos seus livros, e o que apresenta a melhor dramatização. A atitude sarcástica e falsa do livro anterior cede lugar a uma severa dramaticidade, que suporta a medida do trágico. (...). A motivação psicológica da ação dos personagens é muito mais fina e sutil”. (Barreto Filho).
GABARITO
01 - D
02 - D
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08 - D
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10 - B
11 - E
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