A comparação entre os números de hectares de terras ocupadas pelo agronegócio e pelos povos indígenas no estado de Mato Grosso do Sul aponta para uma escolha política e econômica que exemplifica o modelo de desenvolvimento adotado pelo Estado brasileiro. Considerando os dados apresentados no texto, explique a relação entre esse modelo e os conflitos pela posse de terras no país.
RESPOSTA:
Além de apresentar números relacionados à produção
de milho, soja e gado no estado de Mato Grosso do
Sul, o texto destaca a crescente expansão das lavouras
de cana-de-açúcar que teriam alcançado, já em 2010,
uma extensão de 550 mil hectares. Comparativamente,
a extensão das terras ocupadas pelos povos Guarani
e Kaiowá no sul do estado (cerca de 42 mil hectares)
representa muito pouco. Apesar da luta desses povos
pelo direito à manutenção de sua cultura e de seu modo
de vida, a pressão dos fazendeiros sobre seus territórios
é justificada pelo discurso em defesa do crescimento
econômico visto como meio de desenvolvimento para
o país. Nesse discurso, a resistência indígena é percebida como entrave ao desenvolvimento e contrária aos
interesses do Estado, o que coloca esses povos em uma
posição de vulnerabilidade em um contexto marcado
por ameaças e assassinatos frequentes.
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