No período 1930-1945 surgiram vários jornais e diversas associações negras. No dia 12 de outubro de 1931, em São Paulo, foi fundada a Frente Negra Brasileira (FNB). Em seus estatutos, aprovados por quase 2 mil afro-brasileiros presentes, constava a união pela “dignidade e o progresso do trabalhador negro”.
Muitos afro-brasileiros aderiram ao chamamento de unidade política e formaram organizações em diversos estados (Maranhão, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo). As frentes negras e seus líderes, atuando em várias associações e órgãos de imprensa, mantinham ideias comuns na defesa da população afro-brasileira e se esforçaram para formular identidade própria. O objetivo era o de congregar, educar e orientar com finalidades emancipatórias.
Imagem de militantes da Frente Negra Brasileira em uma delegação da entidade (local não identificado). |
A Frente Negra Brasileira apoiava o governo Vargas, sobretudo ao defender o nacionalismo e o regime autoritário. Como os partidos políticos não se preocupavam com os problemas vividos pela população negra, em 1936 a FNB transformou-se em partido. Contudo, com a decretação do Estado Novo, em 1937, ela foi fechada.
A luta do movimento negro continuou durante o Estado Novo. O surgimento da União Negra Brasileira e, do Clube Recreativo Palmares e os festejos do cinquentenário da abolição da escravidão tornaram possível debater a situação dos afro- -brasileiros, mesmo durante o período ditatorial. Muitas entidades locais e estaduais permaneceram ativas, como o Movimento Brasileiro contra o Preconceito Racial, no Rio de Janeiro, e a Associação dos Brasileiros de Cor, na cidade de Santos.
Fonte: História 3 : ensino médio / Ronaldo Vainfas...[et al.]. -- 3. ed. -- São Paulo : Saraiva, 2016.