O Boia-Fria
Dimas Barros
Meu nome é Dimas Barros,
Não gosto da covardia,
sou o autor deste verso,
Contra a má democracia.
Oh! triste vida padece,
mas o governo não conhece,
O esquecido boia-fria.
Quando chega amanhecer o dia,
No começo da semana,
Segue pra sua batalha,
Colher laranja, carpir cana.
O esquecido boia-fria
Nunca tem alegria
Porque o patrão o engana.
Trabalha todos os dias,
É triste a lamentação;
Por muito que ele faça,
É difícil ter razão.
Quando espera uma melhora,
muitos dias ele chora,
Por causa da exploração.
Peço a Deus de Abraão,
E à Santa Virgem Maria,
Que tenha dó da pobreza
E da má democracia.
Isto é pra quem conhece,
E triste vida padece
O esquecido boia-fria.
(Dimas Barros - in O Mensageiro de Santo Antônio. Novembro de 1983.)
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