Com Ruy Cinatti, em Timor
Dili-Timor, dor sempre esquecida,
tão presente dor.
Ruy Cinatti
Talvez Ruy Cinatti
esteja agora em Dili
com um ramo
de flores
na mão - um ramo
de lágrimas. Os mortos
nunca repousam quando
os que amaram sofrem,
choram, feridos
na medula.
Um dia, o sol
virá mais cedo para enxugar
as lágrimas
e o luto, e do chão
empapado de sangue brotará
uma espiga vermelha. A espiga
da alegria.
Albano Martins
(in «Cástalia e Outros Poemas»,
Campo das Letras, 2001)
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