UVA 2024/1 - No nordeste da cana-de-açúcar, a água foi e é quase tudo. Sem ela não teria prosperado do século XVI ao XIX uma lavoura tão dependente dos rios, dos riachos e das chuvas; tão amiga das terras gordas e úmidas e ao mesmo tempo do sol. O empobrecimento do solo, em tantos trechos desta região, por efeito da erosão, não se pode atribuir [a ausência] aos rios, mas sim, à monocultura. O fato liga-se também à destruição das matas pelo fogo e pelo machado, em que tanto se excedeu a monocultura. Desapareceu assim aquela vegetação como que adstringente, das margens dos rios, que resistia às águas, tempo de chuva, conservando húmus e a seiva do solo.
FREYRE, Gilberto. Nordeste: Aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do Nordeste do Brasil. São Paulo: Global, 2013, p. 52 - 54 (Adaptado)
O processo descrito por Gilberto Freyre é decorrente da (o)
a) economia agroexportadora baseada na monocultura de cana-de-açúcar.
b) período de proteção das nascentes e florestas existentes na colônia.
c) utilização de povos originários para o trabalho nos engenhos.
d) baixa biodiversidade existente nas matas e florestas do período colonial.
RESPOSTA:
Letra A.
O texto de Gilberto Freyre chama atenção para os impactos ambientais provocados pelo sistema de plantation, que possuía como principais características a monocultura, o latifúndio, a mão de obra escravizada e a produção voltada para a exportação. Deve-se notar que a necessidade do latifúndio vai exigir um imenso desmatamento no litoral e interior de algumas áreas do Nordeste. Este desmatamento acaba provocando outros efeitos na nossa flora e fauna, como a redução de nascentes de rios, a redução da mata nativa e a gradativa extinção de algumas espécies.
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