Histórico do Município: Bauru, São Paulo – SP
Gentílico: bauruense
Foi por volta de 1856 que Felicíssimo Antônio de Souza Pereira e Antônio Teixeira do Espírito Santo, ao se estabelecerem nesta região, iniciaram um difícil trabalho, isto é, a derrubada das matas seculares, onde ergueram paliçadas rústicas e levantaram casebres para que pudessem alojar suas famílias.
O duro aço das ferramentas feria, pela primeira vez, a terra recém-conquistada, com o início de diferentes plantações. Para garantir sua propriedade, Felicíssimo Antônio de Souza Pereira se deslocou até Botucatu, numa viagem demorada e lá registrou a posse, colocando no final do documento: Bauru, 15 de abril de 1856. Era, talvez, a primeira vez que o nome de Bauru, como povoado, aparecia em um documento oficial.
Começava, desta maneira, a surgir a Vila de Bauru, um lugarejo modesto, humilde, mas que tinha tudo para expandir e transformar-se na grande cidade que hoje é. Chegavam novos moradores, parentes e conhecidos daqueles dois desbravadores considerados os fundadores de nossa cidade.
Azarias Ferreira Leite, nascido na localidade de lavras, Minas Gerais, no dia 8 de dezembro de 1866, aqui chegou pela primeira vez em fins do século passado, tendo retornado em outras ocasiões para, em 1888 radicar-se definitivamente em Bauru com sua mulher Vicentina, filha de outro influente pioneiro - João Batista de Araújo Leite - que com ele para cá veio(era tio e sogro de Azarias).
Novos colonos surgiram atraídos pela fecundidade dos sertões de Bauru, para aventurar fortuna. A lavoura cresceu e, onde anteriormente eram matagais, aparecia, agora, o verdor das plantações enfileiradas.
Foi o início da marcha para o Oeste, o desabrochar de uma esperança para aquela região do Estado de São Paulo. De diferentes pontos do território brasileiro chegavam homens destemidos, e até mesmo representantes de outro povos que para o Brasil imigravam, para Bauru vinham e, assim, naquela mescla de raças se alicerçava a pequenina localidade.
Fato importante para o desenvolvimento da região foi a construção de uma ferrovia que demandasse a Mato Grosso, ligando aquele imenso território à vida econômica da Nação. Uma sugestão aconteceu primeiramente em 1852 e o estudo foi desenvolvido por meio de inúmeros projetos. Aceitando, naquela oportunidade, ponderações de Paulo de Frontin, em nome do Clube de Engenharia, o Governo baixou o Decreto nº 5349, de 18 de outubro de 1904, estabelecendo que a Companhia de Estradas de Ferro Noroeste do Brasil, em seu traçado definitivamente aprovado, seria a partir da vila de Bauru, que era localizada na chamada Boca do Sertão, ou onde fosse mais conveniente no prolongamento da Estrada de Ferro Sorocabana. Depois de vários estudos, novos planos, etc., a alta direção da Companhia enviou para Bauru o engenheiro Machado de Mello, formado na Bélgica, a fim de ser iniciada, imediatamente, a localização da nova estrada de ferro. Daí para frente uma incomum movimentação tomou conta do modesto lugarejo, visto as obras da ferrovia que tinham certa prioridade quanto ao seu término.
Enquanto era construída a lendária NOB, os trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana chegavam a Bauru em julho de 1905, num acontecimento marcante, pois a nossa cidade finalmente estava ligada a São Paulo por uma ferrovia. A pequena vila recebia com muitas festas o importante melhoramento. Enquanto isso, no ano seguinte, mais precisamente no dia 27 de setembro de 1906, a Noroeste inaugurava o seu primeiro trecho entre Bauru e Jacutinga (hoje Avaí). E a sua construção jamais sofreu solução de continuidade, apesar dos problemas com os índios que quase chegaram a paralisar as obras da influente ferrovia.
Outro fato, ligado ao sistema ferroviário, veio transformar Bauru em um dos mais importantes entroncamentos ferroviários da América do Sul, ou seja, a chegada, em 1910, da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Estava, assim, formado aquele trinômio, alicerçado nas paralelas de aço, que foi responsável pelo impressionante progresso da Sem Limites.
Vista parcial de Bauru (SP) - 1957. |
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Espírito Santo da Fortaleza, pela Lei Estadual n.º 209, 30-08-1893, subordinado ao município de Lençóis.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Espírito Santo da Fortaleza, pela Lei Provincial n.º 69, de 02-04-1887, desmembrado de Lençóis. Sede na povoação de Espírito Santo de Fortaleza. Constituído de 2 distritos Espírito Santo da Fortaleza e Piatan. Instalado em 01-08-1896.
Pela Lei n.º 428, de 01-08-1896, município de Espírito Santo da Fortaleza passou a denominar-se Bauru.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Bauru, pela Lei n.º 1038, de 19-12-1906.
Pela Lei Estadual n.º 1.105, de 02-12-1907, é criado o distrito de Pirajuí e anexado ao município de Bauru.
Pela Lei Estadual n.º 1.221, de 16-12-1907, é criado o distrito de Piratininga e anexado ao município de Bauru.
Pela Lei Estadual n.º 1.177, de 17-11-1909, Bauru adquiriu do município de Rio Preto o distrito de Penápolis (ex-povoado da estação de Santa Cruz do Avanhandava).
Pela Lei Estadual n.º 1.225, de 16-12-1910, transfere o distrito de Piratininga do município de Bauru para o de Agudos. Sob a mesma lei acima citada Bauru adquiriu do município de Rio Preto o distrito de Miguel Calmon
Pela Lei Estadual n.º 1.246, de 30-12-1910, é criado o distrito de Jacutinga e anexado ao município de Bauru.
Em divisão administrativa do Brasil, referente ao ano de 1911, o município de Bauru é constituído de 6 distritos de Bauru, Jacutinga, Miguel Calmon, Penápolis, Piatan e Pirajuí.
Pela Lei Estadual n.º 1.397, de 22-12-1913, desmembra do município de Bauru os distritos de Penápolis e Miguel Calmon, para constituir o novo de Penápolis.
Pela Lei Estadual n.º 1.428, de 03-12-1914, desmembra do município de Bauru o distrito de Pirajuí. Elevado à categoria de município.
Pela Lei Estadual n.º 1.590, de 17-12-1917, extingui o distrito de Piatã (Piatan), sendo seu território anexado ao distrito sede do município de Bauru.
Pela Lei Estadual n.º 1.672, de 02-12-1919, desmembra do município de Bauru o distrito de Jacutinga. Elevado à categoria de município.
Pela Lei n.º 1.675, de 09-12-1919, é criado o distrito de Presidente Tibiriçá, criado com terras desmembrada do distrito de Jacutinga anexado ao município de Bauru.
Nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1-IX-1920, o município é constituído de 2 distritos: Bauru e Presidente Tibiriçá
Pela Lei n.º 2.225, de 15-12-1927, é criado o distrito de Nogueira e anexado ao município de Bauru.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 3 distritos: Bauru, Nogueira e Presidente Tibiriçá.
Pela Lei Estadual, de 14-01-1936, é criado o distrito de Vila Falcão e anexado ao município de Bauru.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município é constituído de 4 distritos: Bauru, Nogueira, Presidente Tibiriçá e Vila Falcão.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 9.073, de 31-03-1938, o distrito de Vila Falcão foi extinto, sendo seu território anexado ao distrito sede município de Bauru.
Pelo Decreto Estadual n.º 9.775, de 30-11-1938, o distrito de Presidente Tibiriçá tomou a denominação simplesmente de Tibiriçá. .
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 14.334, de 30-11-1944, transfere o distrito de Nogueira do município de Bauru para o de Avaí.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de 2 distritos: Bauru e Tibiriçá (ex-Presidente Tibiriçá).
Em divisão territorial datada de 01-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos: Bauru e Tibiriçá.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2009.
Fonte: Biblioteca do IBGE.
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