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segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Pesquisadores descobrem “Novo El Niño” que pode mudar clima no planeta; entenda

O fenômeno, que começa na região da Austrália e da Nova Zelândia, é classificado por cientistas como “um novo interruptor no clima da Terra”

Um grupo de cientistas fez uma descoberta que pode representar mais alterações climáticas em todo o planeta. Chamado de “Novo El Niño”, o fenômeno começa na região da Austrália e da Nova Zelândia e os pesquisadores o classificam como “um novo interruptor no clima da Terra”.

Os cientistas descobriram que uma pequena área do sudoeste do Oceano Pacífico pode desencadear mudanças climáticas que afetam todo o Hemisfério Sul.


O fenômeno tem algumas características similares ao já conhecido El Niño e foi também chamado de “Onda Número 4 do Padrão Circumpolar do Hemisfério Sul”, ou SST-W4. As descobertas foram publicadas na revista científica Journal of Geophysical Research: Oceans.

Os pesquisadores simularam 300 anos de condições climáticas. Segundo comunicado oficial, o estudo combinou componentes atmosféricos, oceânicos e de gelo marinho para criar uma representação ampla do sistema climático da Terra. A partir dos dados gerados na simulação, os cientistas identificaram um padrão recorrente de variações da temperatura da superfície do mar no Hemisfério Sul.

“Esta descoberta é como encontrar um novo interruptor no clima da Terra. [O estudo] mostra que uma área relativamente pequena do oceano pode ter efeitos de amplo alcance no clima global e nos padrões climáticos”, declarou Balaji Senapati, da Universidade de Reading, na Inglaterra, autor da pesquisa.

Entenda como funciona “Novo El Niño”

De acordo com o autor da pesquisa, tudo se inicia na Austrália e na Nova Zelândia. Ele relatou que o padrão climático funciona se forma semelhante à uma reação em cadeia, criando quatro áreas alternadamente quentes e frias nos oceanos e formando um círculo completo no Hemisfério Sul.

“Quando a temperatura do oceano muda nesta pequena área, desencadeia um efeito cascata na atmosfera. Isso cria um padrão que viaja por todo o Hemisfério Sul, carregado por fortes ventos do oeste”, apontou o cientista.

Ao contrário do El Niño, que tem início nos trópicos, o fenômeno recentemente descoberto começa nas latitudes médias, mais ao Sul da região do Equador.

A alteração na temperatura dos oceanos também provoca mudanças na temperatura da atmosfera e no padrão dos ventos.

“Quando a onda atmosférica muda os padrões do vento, ela afeta a forma como o calor se move entre o oceano e o ar. Isso altera a profundidade da camada superior de água mais quente do oceano, o que pode tornar as mudanças de temperatura mais fortes ou mais fracas”, indicou o estudo.

Ainda segundo a pesquisa, o novo padrão acontece mesmo com a atuação do El Niño, que é a fase de aquecimento das correntes e dos ventos dos trópicos em direção ao Equador, e de La Niña, esfriamento das águas na região.

“Isso sugere que o fenômeno descoberto sempre fez parte do clima da Terra, mas só foi notado recentemente”, acrescentou Senapati.

De acordo com ele, compreender o novo padrão no Pacífico pode melhorar não só a previsão do tempo e do clima, mas auxiliar os especialistas na explicação de mudanças climáticas que atingem toda a região e compreender a gravidade crescente dos eventos extremos, como inundações, secas e outros desequilíbrios climáticos.

Fonte: Revista Fórum.

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