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sábado, 28 de julho de 2018

Brasil tem 12 mil intoxicações por agrotóxicos ao ano

O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas mundiais e também um dos maiores consumidores de agrotóxicos. 80% dos produtos são aplicados em soja, milho, cana-de-açúcar e algodão, normalmente plantados em larga escala.
O setor movimenta no país cerca de US$ 10 bilhões de dólares por ano. Nesse universo, é intensa a disputa por dois modelos: se o Estado deve reprimir ou facilitar o uso dos produtos. A discussão atinge trabalhadores e comunidades rurais, que lidam diretamente com as substâncias.

Relatório da ONG internacional Human Rights Watch aponta que existem poucas leis no Brasil para regular o uso dos defensivos agrícolas: existe limite de distância somente para pulverização aérea. Mas não há uma norma federal para a pulverização terrestre, muitas vezes feita por tratores.

Uma das comunidades pesquisadas pela ONG sofre as consequências disso. Uma escola no município de Primavera do Leste, em Mato Grosso, fica no meio de uma grande fazenda que usa agrotóxico.

A diretora, que pediu anonimato, conta que a substância afeta alunos e professores.

Sonora: “Tantos anos convivendo com agrotóxico, nos acostumamos. Em geral, quando é época de plantio, sentimos irritação nos olhos, coceira na pele, tranca-se a traqueia. Mas no ano passado, deu muita dor de cabeça e vômito. O veneno foi muito forte”.

Das 27 unidades da federação, apenas oito possuem zonas de segurança para a pulverização terrestre. E, segundo um dos diretores da Human Rights Watch, Richard Pearhouse, as regras não são seguidas.

Sonora: “É um problema duplo: não ter leis suficientes e as que existem não são obedecidas. As duas coisas juntas produzem uma cultura de impunidade onde poderosos donos de grandes extensões de terra são autorizados a aplicar pesticidas como querem a fazem isso sem medo de nenhuma responsabilização de autoridades”

O Ministério da Saúde registra de 12 mil a 14 mil intoxicações por agrotóxicos no país a cada ano.

Em 2016, foram quase 500 vítimas fatais. E a Organização Mundial da Saúde estima que somente um em cada 50 casos cheguem às autoridades.

Fonte: Radioagência Nacional / Reportagem de Sumaia Villela.

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