UFU 2023/2 - No Terceiro Reich, o Mal perdera a qualidade pela qual a maior parte das pessoas o reconhecem – a qualidade de tentação. Muitos alemães e muitos nazistas, provavelmente a esmagadora maioria deles, devem ter sido tentados a não matar, a não roubar, a não deixar seus vizinhos partirem para a destruição (pois eles sabiam que os judeus estavam sendo transportados para a destruição, é claro, embora muitos possam não ter sabido dos detalhes terríveis), e a não se tornarem cúmplices de todos esses crimes, tirando proveito deles. Mas Deus sabe como eles tinham aprendido a resistir à tentação.
ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém. Um relato sobre a banalidade do mal. São Paulo: Cia das Letras, 1999. p. 167. (Fragmento)
No livro Eichmann em Jerusalém, a intelectual Hannah Arendt cunhou o conceito de Banalidade do Mal, que serviu para analisar as ações nazistas durante a 2ª Guerra Mundial. Esse conceito compreende que
A) os alemães e os nazistas não agiam de forma consciente das maldades praticadas pelo Terceiro Reich.
B) a maldade não é praticada apenas por indivíduos reconhecidamente cruéis, mas também por indivíduos comuns.
C) os alemães fecharam os olhos para as ações cruéis do Terceiro Reich, especialmente em relação ao extermínio dos judeus.
D) os burocratas alemães, por obedecerem às ordens do Terceiro Reich, não tinham culpa daqueles crimes.
RESPOSTA:
Letra B.
A questão traz um texto da filósofa Hannah Arendt sobre o julgamento
do nazista Eichmann. O conceito trabalhado é o de “Banalidade do Mal”.
Para Hannah Arendt existem o “Mal Radical”, quando o homem tem
a consciência de que está praticando o mal e; o “Mal Banal”, quando
a ação do homem é inconsciente e, por isso, ele considera que não
há problemas morais em suas práticas, pois ele cumpre ordens e é
apenas uma engrenagem do sistema. Esse último conceito se aplica
a Eichmann.
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