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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

IBGE divulga novo volume da Revista Brasileira de Geografia

A RBG é uma das mais antigas e respeitadas publicações técnico-científicas brasileiras na área de Geografia.

O IBGE lançou hoje o primeiro número do volume 62 da Revista Brasileira de Geografia (RBG). Nesta edição, o conteúdo foi elaborado por pesquisadores do departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), da Universidade de Campinas (Unicamp) e da Universidade de Lisboa. Para a tecnologista do IBGE, Maria Lúcia Ribeiro Vilarinhos, a revista é um canal do instituto com a agenda acadêmica e científica: “A RBG é uma das mais antigas e respeitadas publicações técnico-científicas brasileiras na área de Geografia”, ressalta.

Acesse a RBG aqui: 

No artigo Representações (Geo)gráficas: Notas e exemplos, Roberto Lobato Corrêa, da UFRJ, apresenta uma discussão sobre a importância dos gráficos como recurso de entendimento e de interpretação dos fenômenos espaciais. Também da UFRJ, Scott William Hoefle mostra em seu artigo – A fronteira agrícola na Amazônia do século XXI: Identidade regional, sistema agrícola, ética ambiental e modo de vida rural – uma pesquisa sobre os diversos produtores rurais do oeste do Pará e do sul do Amazonas. O estudo, desenvolvido entre 1997 e 2013, contribui para o debate sobre o processo de ocupação da Amazônia a partir das origens de seus agentes.

Rodrigo Dutra Gomes, da UFPE, e Antonio Carlos Vitte, da Unicamp, em As incertezas científicas e a Geografia trazem uma reflexão sobre a maneira como os avanços científicos dos séculos XIX e XX impactaram o pensamento geográfico, principalmente em relação às incertezas no conhecimento e funcionamento da natureza. Além dos artigos, a revista conta com a resenha Uma perspectiva ibérica, de Ricardo Coscurão, da Universidade de Lisboa, elaborada a partir da tradução de dois capítulos – sobre Portugal e Galiza – de obra Nouvelle Géographie Universelle, do geógrafo francês Elisée Reclus.

A publicação traz ainda uma entrevista do pesquisador Jorge Xavier da Silva, pioneiro na implantação e difusão do geoprocessamento em vários departamentos de geografia de universidades brasileiras. Nela, ele conta episódios de sua carreira, principalmente para o projeto RADAM-Brasil, que levantou diversos dados geográficos nas décadas de 1970 e 1980.

Criada pelo IBGE em 1939, a RBG foi publicada regularmente até 2006 e, após um hiato de dez anos, foi retomada no ano passado com formato digital e periodicidade semestral. Os pesquisadores interessados em apresentar seus trabalhos devem acessar o site da revista para submissão dos artigos.

Unir divulga edital para inscrições em mestrado e doutorado em Geografia

São oferecidas 14 vagas para mestrado e 9 para doutorado. Inscrições iniciam dia 25 de setembro e encerram dia 29.

A Universidade Federal de Rondônia (Unir) divulgou na quarta-feira (30) o edital de abertura de inscrições para o Processo Seletivo do Programa de Pós-graduação Mestrado e Doutorado em Geografia (PPGG). As aulas devem iniciar em março de 2018. Os interessados podem se inscrever do dia 25 de setembro até o dia 29.


Baixe aqui o Edital:

São oferecidas 14 vagas para mestrado e podem se inscrever estudantes com diploma em graduação de Geografia ou em cursos correlatos reconhecidos pelo MEC nas distintas áreas de conhecimento.

Já para doutorado são 9 vagas. Os candidatos precisam ter diploma ou certificado em mestrado reconhecido pelo Capes nas distintas áreas de conhecimento. O edital pode ser acessado na página da Unir.

Segundo a universidade, o processo seletivo será dividido em etapas sendo elas: Análise do Currículo Lattes; Análise do Projeto de Pesquisa; Defesa Oral do Projeto de Pesquisa e Prova de proficiência em língua estrangeira.

Fonte: G1.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Estrutura Interna da Terra

Camadas da Terra. Estrutura interna e camadas da Terra. Sabe-se que a Terra, uma esfera ligeiramente achatada, não é homogênea. O furo de sondagem mais profundo que já se fez na crosta terrestre atingiu 12 km de profundidade, um valor insignificante para um planeta que tem mais de 6.000 km de raio. Mas, dispomos de informações obtidas por medições indiretas, através do estudo de ondas sísmicas, medidas na superfície. Elas mostram que nosso planeta é formado por três camadas de composição e propriedades diferentes, a crosta, o manto e o núcleo. Essas camadas, por sua vez, possuem algumas variações e são, por isso, subdivididas em outras, como mostra a figura 1.



Fig. 1 - A estrutura interna da Terra

A crosta terrestre
A crosta é porção externa da Terra, a mais delgada de suas camadas e a que conhecemos melhor. Ela é tão fina em relação ao restante do planeta que pode ser comparada à casca de uma maçã em relação à maçã inteira.

Embora seja composta de material rochoso, portanto sólido e aparentemente de grande resistência, é, na verdade, muito frágil.

Sua espessura é variável, sendo maior onde há grandes montanhas e menor nas fossas oceânicas. Sob os oceanos, a crosta costuma ter cerca de 7 km de espessura; sob os continentes, ela chega a 40 km em média. As espessuras extremas estão em 5 e 70 quilômetros.

Está dividida em crosta continental e crosta oceânica, com composições diversas e espessuras diferentes.

A crosta continental é formada essencialmente de silicatos aluminosos (por isso era antigamente chamada de sial) e tem uma composição global semelhante à do granito. Mede 25 a 50 km de espessura e as ondas sísmicas primárias nela propagam-se a 5,5 km/s.
A crosta oceânica é composta essencialmente de basalto, formada por silicatos magnesianos (por isso antigamente chamada de sima). Tem 5 a 10 km de espessura e é mais densa que a crosta continental por conter mais ferro. As ondas sísmicas têm nela velocidade de 7 km/s.

Quase metade (47%) deste envoltório da Terra é composta de oxigênio. A crosta é formada basicamente de óxidos de silício, alumínio, ferro, cálcio, magnésio, potássio e sódio. A sílica (óxido de silício) é o principal componente, e o quartzo, o mineral mais comum nela.

A crosta está dividida em muitos fragmentos, as placas tectônicas (Fig. 2). Há 250 milhões de anos, todos os contentes estavam unidos, formando uma só massa continental, a Pangea. Essa massa começou a se fragmentar e ao longo de algumas centenas de milhões de anos deu origem aos continentes e oceanos atuais. As placas flutuam sobre o manto, mais precisamente sobre a astenosfera, uma camada plástica situada abaixo da crosta. Movimentam-se continuamente, alguns centímetros por ano. Em algumas regiões do globo, duas placas se afastam uma de outra e em outros, elas se chocam.



Fig. 2 - As placas tectônicas (Baumann, 2008)


Logo abaixo da crosta, está o manto, que é a camada mais espessa da Terra. Ele possui uma espessura de 2.950 quilômetros e formou-se há 3,8 bilhões de anos.

Na passagem da crosta para o manto, a velocidade das ondas sísmicas primárias sofre brusca elevação. Essa característica é usada para marcar o limite entre uma camada e a outra, e a zona onde ocorre a mudança é chamada de Descontinuidade de Mohorovicic (ou simplesmente Moho), em homenagem ao cientista que a descobriu, em 1910.

O manto divide-se em manto superior e manto inferior. O superior tem, logo abaixo da crosta, uma temperatura relativamente baixa (100 °C) e uma consistência similar à da camada acima, com velocidade de ondas sísmicas de 8,0 km/s. No manto inferior, porém, esta velocidade aumenta para 13,5 km/s, com temperatura bem mais alta, chegando a 2.200 ºC (3.500 °C segundo outros autores) perto do núcleo.

Essa diferença na velocidade sísmica traduz uma mudança na composição química das rochas. De fato, os minerais que compõem o manto são muito ricos em ferro e magnésio, destacando-se os piroxênios e as olivinas. As rochas dessa porção da Terra são principalmente peridotitos, dunitos e eclogitos, pobres em silício e alumínio quando comparadas com as rochas da crosta.

Abaixo de 100 km de profundidade, o manto mostra sensível redução na velocidade das ondas sísmicas. Como não há grande variação na composição química das rochas, essa redução da velocidade significa que abaixo de 100 km as rochas estão parcialmente fundidas, o que diminui bastante sua rigidez.

A crosta, juntamente com a porção rígida do manto, é chamada de litosfera (esfera rochosa). Já a parte do manto de baixa velocidade e bem mais quente (até 870º C) é chamada de astenosfera (esfera sem força). É ela quem permite às placas tectônicas se movimentarem. Essas placas são, portanto, pedaços de litosfera, não de crosta apenas.

Ao contrário do contato crosta/manto, que é bem definido, o contato litosfera/astenosfera e gradual e não tem limites muito exatos.

A astenosfera é a responsável pelo equilíbrio isostático, que leva os blocos da crosta que recebem mais material na superfície a afundarem e os que, ao contrário, são erodidos a subirem. Sua densidade varia de 3, 2 (perto da litosfera) a 3,7 (a 400 km de profundidade).

Há, no manto terrestre, alguns pontos mais quentes que o restante, chamados de hot spots (pontos quentes). Nesses locais, o material do manto tende sempre a subir e atravessar a crosta. Quando ele consegue isso, forma-se na superfície da Terra um vulcão. Como a crosta é formada de placas em movimento, esse vulcão, com o tempo, sai de cima do ponto quente e, ao ocorrer nova erupção, forma-se outro vulcão. Isso pode repetir-se várias vezes, e o resultado é uma fileira de vulcões, dos quais só o último (e mais jovem) está em atividade.


O Núcleo
Esta é a mais profunda e menos conhecida das camadas que compõem o globo terrestre. Assim como o manto e a crosta estão separados pela Descontinuidade de Mohorovicic, o manto e o núcleo estão separados por outra, a Descontinuidade de Gutenberg, que fica a 2.700-2.890 km de profundidade.

Acredita-se que o núcleo terrestre seja formado de duas porções, uma externa, de consistência líquida e outra interna, sólida e muito densa, composta principalmente de ferro (80%) e níquel (por isso, era antigamente chamada de nife).

O núcleo externo tem 2.200 quilômetros de espessura e velocidade sísmica um pouco menor que o núcleo interno. Deve estar no estado líquido, porque nele não se propagam as ondas S, e as ondas P têm velocidade bem menor que no manto sólido.

O núcleo interno deve ter a mesma composição que o externo, mas, devido à altíssima pressão, deve ser sólido, embora com uma temperatura de até 5.000 °C (um pouco inferior à temperatura da superfície do Sol). Tem 1.250 km de espessura.

O núcleo da Terra gira, como todo o planeta, e os cientistas acreditam que isso gere uma corrente elétrica. Como uma corrente elétrica gera sempre um campo magnético, estaria aí a explicação para o magnetismo terrestre, que faz nosso planeta comportar-se como um gigantesco ímã. Estudos recentes mostram que o núcleo interno gira um pouco mais depressa que o resto do planeta.

Fonte: Pércio de Moraes Branco.
ASSUMPÇÃO, Marcelo & DIAS NETO, Coriolano M. Sismicidade e estrutura interna da Terra. In: TEIXEIRA, Wilson et al. org. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. 568p. il. p. 47-50.
BAUMAN, Ammy. Núcleo e crosta terrestres. Trad. Carolina Caíres Coelho. Barueri (SP): Girassol, 2008. 29 p. il. (Planeta Terra)
DICIONÁRIO Livre de Geociências. www.dicionario.pro.br. Acessado em 29.07.2009
WIKIPÉDIA em português. Acessada em 29.07.2009.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

II Seminário de Geografia e Clima

O BIOCLIMA vem divulgar a realização do II Seminário de Geografia e Clima, que irá ocorrer nos dias 28 e 29 de Agosto de 2017, na sala de seminários do Departamento de Geografia, localizado no prédio da Geo-História no campus da UFV - Universidade Federal de Viçosa. 


Veja a programação:


segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Professora é agredida por aluno dentro de colégio em Santa Catarina

Marcia Friggi publicou fotos com o rosto ensanguentado no Facebook. Agressões aconteceram dentro da diretoria de uma escola estadual em Indaial (SC)

Márcia Friggi, professora da rede pública de ensino que foi agredida dentro da escola em Santa Catarina (Facebook/Reprodução).
Uma professora foi agredida por um aluno de 15 anos na manhã desta segunda-feira, dentro de um colégio estadual na cidade de Indaial (SC), a 170 quilômetros de Florianópolis. Marcia Friggi, que dá aulas de Língua Portuguesa e Literatura na Escola Prefeito Germano Brandes Júnior, publicou fotos de seu rosto ensanguentado no Facebook após as agressões e se disse “dilacerada”. A delegacia de Polícia Civil da cidade confirmou o caso e informou que um boletim de ocorrência foi registrado.

Segundo Marcia, o agressor estava com o livro sobre as pernas durante a aula e, depois de um pedido dela para que o colocasse sobre a carteira, ele respondeu: “eu coloco o livro onde eu bem quiser”. Ao ouvir da professora que “as coisas não são assim”, o jovem teria dito “vai se f…” e, então, sido expulso da sala de aula. “Ele levantou para sair, mas no caminho jogou o livro na minha cabeça. Não me feriu, mas poderia”, conta a professora.

Já na direção do colégio, segundo o relato de Marcia Friggi, ela informou o acontecido e foi acusada pelo jovem de mentir. A professora afirma que as agressões começaram quando ela tentou argumentar, dizendo que “a sala toda viu”. “Não deu tempo para mais nada. Ele, um menino forte de 15 anos, começou a me agredir. Foi muito rápido, não tive tempo ou possibilidade de defesa. O último soco me jogou na parede”, diz Marcia.

“Estou dilacerada por ter sido agredida fisicamente. Estou dilacera por saber que não sou a única, talvez não seja a última. Estou dilacerada por já ter sofrido agressão verbal, por ver meus colegas sofrerem. Estou dilacerada porque dilacera porque me sinto em desamparo, como estão desamparados todos os professores brasileiros. Estamos, há anos, sendo colocados em condição de desamparo pelos governos. A sociedade nos desamparou”, escreveu ela na postagem, que já foi compartilhada 112.620 vezes até as 20h desta segunda-feira e teve outros 2.384 comentários de apoio à professora.


Fonte: Veja.

Moradores do Norte e Nordeste poderão ver eclipse parcial do sol

Está previsto para esta segunda-feira (21) um dos eventos mais fascinantes da natureza, o eclipse solar total, que ocorre quando as órbitas do sol e da lua se cruzam e o satélite passa entre o sol e a Terra. Quando a lua cobre o sol, bloqueia os raios solares e faz uma sombra na Terra.
Desta vez, a faixa de totalidade do fenômeno, ou seja, a faixa de terra que ficará na penumbra, cruza os Estados Unidos. Serão 2 minutos e 40 segundo de completa escuridão para quem estiver entre Salem, no Oregon, e a cidade de Charleston, na Carolina do Sul.

Observadores que estiverem fora dessa região, a 3 mil quilômetros acima ou abaixo dessa faixa, poderão observar um eclipse solar parcial, em que a lua cobre parte do disco do Sol. No Brasil, os moradores das regiões Norte e Nordeste poderão avistar o fenômeno entre 12h46 e 18h04, horário de Brasília. No extremo norte do país, a previsão é que a escuridão chegue a 50%.

A astrônoma Josina Nascimento, pesquisadora do Observatório Nacional, responsável pelos cálculos e edição do anuário da instituição que traz as fases da lua e previsão de eventos astronômicos, explicou que apesar do senso comum dizer que são raros, os eclipses são um evento comum. Segundo ela, o fato de a faixa de totalidade dos eclipses ser muito estreita, com cerca de 270 quilômetros, causa essa falsa impressão.

“A cada período entre 18 e 22 meses, temos um eclipse solar, seja ele total, parcial ou anular. Quando é total, que é o mais raro, têm-se essa pequena faixa de totalidade, portanto muitas partes do mundo passam muitas décadas sem ver um eclipse total. Não é um fenômeno raro na Terra, mas sim em cada local onde as pessoas estão”, esclareceu.

Josina Nascimento disse que os eclipses do sol e da lua sempre ocorrem um próximo do outro. “Basta observar uma lista de previsão de eclipses para verificar que sempre que acontece um eclipse da lua, por exemplo, logo depois tem um do sol, ou vice versa. Se houver um eclipse em uma lua cheia, na lua nova seguinte haverá um eclipse do sol. Se a órbita da lua em torno da Terra não fosse inclinada, teríamos esse alinhamento todo mês. Na lua nova, um eclipse do sol, e na lua cheia, um eclipse da lua. Por ser inclinada, o alinhamento não acontece sempre.”

Ela informou que o próximo eclipse total que terá faixa de observação no Brasil está previsto para 2041. “No dia 2 de julho de 2019, vai ser no sul da América do Sul e a expectativa é que muitas pessoas se desloquem para a faixa de observação. É interessante porque você tem turismo, tem eventos culturais e científicos, é muito legal”, disse a pesquisadora.

A Nasa vai transmitir o eclipse solar, seguindo a faixa de escuridão dos Estados Unidos, a partir das 13h, pelo link https://www.nasa.gov/eclipselive.

Teoria da Relatividade foi provada em eclipse no Brasil

Durante a conversa com a Agência Brasil, Josina Nascimento contou que desde antes do homem começar a explorar o Universo em missões espaciais, os cientistas aproveitam os eclipses para responder a questões científicas e de engenharia. A cor muito escura da lua durante o eclipse, por exemplo, pode ser usada para calibrar as imagens de raios-X, por registrar o estado do "sinal zero". Os eclipses também são uma ótima oportunidade para observar a fotosfera, uma camada interna do Sol. Segundo Josina, há uma série de projetos que aproveitam a chance para fazer observações especiais.

A pesquisadora contou que a observação mais especial e relevante feita no Brasil, com envolvimento do Observatório Nacional, ocorreu em um eclipse total em 1919, em Sobral, no Ceará, quando a Teoria da Relatividade, do cientista Albert Einstein, foi finalmente comprovada. Josina contou que vieram pesquisadores de vários lugares do mundo para fazer a observação. Depois de algumas tentativas frustradas de provar a teoria em outros locais anteriormente, o eclipse daquele ano no Brasil ofereceu uma boa visibilidade e permitiu que os cálculos de Einstein fossem comprovados.

* Matéria atualizada às 7h03 para acréscimo de informações.
Maiana Diniz - Repórter da Agência Brasil.
Edição: Carolina Pimentel.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Decreto legislativo reconhece Instituto Pan-Americano de Geografia e História

Foi aprovado em Plenário nesta quinta-feira (17) o Projeto de Decreto Legislativo 99/2017, que confirma a criação do Instituto Pan-Americano de Geografia e História (IPGH). O instituto tem o objetivo de coordenar, distribuir e divulgar os estudos geográficos e históricos nos Estados americanos e servir como órgão de cooperação entre os institutos locais, para facilitar os estudos dos problemas de geografia e história da região.



O Instituto funciona há mais de oito décadas (desde 1928), na Cidade do México. Entretanto, seu ato constitutivo nunca havia sido enviado ao Congresso Nacional, o que ocorreu em 2014. A aprovação do PDS cumpre as formalidades exigidas para a destinação de recursos do orçamento federal ao organismo.

A matéria foi relatada na Comissão de Relações Exteriores (CRE) pelo senador Cristovam Buarque (PPS-DF). Ele explicou que o Congresso Nacional tem reiteradamente aprovado o pagamento das contribuições brasileiras ao IPGH, por mais de 80 anos, mediante previsão nas Leis Orçamentárias Anuais ou por meio de créditos adicionais. O Ministério do Planejamento identificou, no entanto, a necessidade de adequação das contribuições nacionais destinadas ao órgão às mais recentes normas legais brasileiras que regem a elaboração do orçamento público.

Cristovam destacou ainda que o IPGH vem prestando significativo apoio ao Brasil nas áreas de sua competência, particularmente por meio de cooperação com universidades e com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com a realização de cursos, painéis e seminários.

O Instituto é formado por 21 países americanos: Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. São países observadores França, Espanha, Jamaica e Israel. Não participa do Instituto o Canadá.

Fonte: Agência Senado / Blog de Geografia.

Eclipse solar poderá ser visto das regiões Norte e Nordeste do Brasil

A visibilidade do eclipse solar do dia 21 de agosto. Fenômeno poderá ser visto parcialmente em 17 capitais brasileiras e no Distrito Federal


RIO — Na próxima segunda-feira, a Lua ficará entre a Terra e o Sol e projetará sua sombra sobre a superfície do planeta, num raro eclipse solar total que cruzará todo o território continental dos EUA. 

Por lá, a euforia é geral: a última vez que um eclipse total foi visto da parte continental do país foi há 38 anos. 

Do Brasil, moradores de alguns estados das regiões Norte e Nordeste poderão acompanhar o fenômeno parcialmente, sendo Macapá, no Amapá, o melhor ponto de observação entre as capitais.
— A faixa de totalidade cobre uma área de 280 quilômetros de largura. O incrível deste eclipse é que essa faixa de totalidade vai cruzar toda a parte continental dos EUA, da costa leste à costa oeste — explica Josina Nascimento, pesquisadora do Observatório Nacional. — O eclipse parcial pode ser visto numa faixa de 3 mil quilômetros para o norte e para o sul, que inclui as regiões Norte e Nordeste do Brasil.

De acordo com as previsões, os macapaenses poderão ver a Lua cobrindo 40,9% do Sol, com início do eclipse às 16h09min e pico às 17h09min. Moradores de Boa Vista, Belém, São Luís, Teresina, Fortaleza, Natal, João Pessoa e Recife poderão ver entre 30% e 40% do Sol coberto. Em Salvador, a cobertura será de 12,6%, e em Brasília, apenas 2%. Estados mais ao sul, incluindo o Rio de Janeiro, ficam fora da faixa do eclipse.

Os eclipses totais do Sol não são exatamente raros, acontecem aproximadamente a cada dois anos, mas a faixa de totalidade é estreita e curta. O último eclipse total visto do Brasil aconteceu em março de 2006, cobrindo uma pequena região do Nordeste, entre os estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. E a próxima vez que o fenômeno voltará a ser visto no país será em agosto de 2045. Em 2 de julho de 2019, um eclipse total vai cruzar o Chile e a Argentina, sendo visto parcialmente das regiões Sul e Sudeste, incluindo o Rio de Janeiro. O fenômeno se repetirá em 14 de dezembro de 2020.


Fonte: Globo.

Professor inova ao usar rock nacional para ensinar Geografia a alunos da Escola Municipal Luiz Gonzaga

Professor de Geografia há sete anos na rede municipal de ensino de Palmas, Ricardo Tadeu Marcilio Junior irá participar do XIII Encontro Nacional de Práticas de Ensino de Geografia que será realizado de 10 a 14 de setembro na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde irá apresentar artigo O Ensino de Geografia e a Música Underground - Diálogos e Aprendizagens no Espaço Escolar.

Educador na Escola Municipal Luiz Gonzaga, na Arno 61, Ricardo produziu o artigo com base nas suas práticas vivenciadas em sala de aula, com alunos de 8º e 9º anos. Seu estudo aplica a Geografia para o ensino fundamental através da linguagem musical, mais especificamente no contexto underground do rock nacional dos anos 90.



“Essa prática de ouvir a música e debater sobre ela surgiu da minha experiência como docente e músico, vendo nesta interface a possibilidade de aliar os conteúdos curriculares com a linguagem musical de maneira que aproxime a teoria à realidade dos alunos, objetivando um melhor processo de ensino e aprendizagem”, explica o professor.

“Além de levar as práticas que realizamos na educação básica do município de Palmas, o encontro é um evento importante para conhecer e aprender outras técnicas para o ensino de geografia, que possibilita a troca de experiências, apreensão de conhecimentos e o meu enriquecimento enquanto professor da rede municipal de Palmas”, completa.

Para o estudante do 9º período Rafael Alves, 13 anos, as atividades em sala de aula ficaram mais animadas com o professor Ricardo. Ele revela que as novas práticas de ensino ampliaram sua visão do mundo. “Consegui visualizar de uma maneira mais real e fácil através da música e dos debates sobre a sociedade e a política. A música passa com emoção o conteúdo, o cantor enfatiza com sua voz os pontos mais importantes e com isso ficamos marcados e reflexivos”, afirma.

Perfil
O professor Ricardo Tadeu Marcilio Junior é Mestre em Geografia da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e membro do grupo de pesquisas Nurba – UFT Porto Nacional. Ele trabalha Geografia com seus alunos por meio de debates musicais, com conteúdos de produção e reprodução do espaço urbano, o Estado como agente de produção do espaço geográfico e suas contradições, reforma agrária e problemas ambientais urbanos.

Fonte: Redação Semed / Palmas - Tocantins - TO.

Entenda o que é o recuo do mar que atingiu as praias do Brasil

Evento que fez a água retroceder até 50 metros no litoral sul foi causado por ventos fortes e maré baixa. Recuo deve desaparecer até o fim da semana
O fenômeno que fez o mar recuar desde a costa uruguaia no fim de semana atingiu também Itajaí, em Santa Catarina. (Wagner Cardoso/Fotos Públicas)
As praias do litoral sul do Brasil amanheceram com as águas extremamente recuadas no início desta semana. Em alguns locais de Santa Catarina, o recuo do mar foi de até 50 metros, o que fez com que, em pontos do sul do estado, embarcações encalhassem. Em Itajaí, estima-se que o prejuízo tenha chegado a 700.000 reais. Em Caraguatatuba, em São Paulo, os barcos também ficaram na areia. O fenômeno, impulsionado por fortes ventos que empurram as ondas em direção a alto- mar, é comum – mas raramente é tão intenso.

“Costumamos observar recuos do mar de 10 ou, no máximo, 20 metros. Os eventos deste fim de semana foram entre duas e cinco vezes maiores que o normal”, explica Joseph Harari, professor do Departamento de Oceanografia Física, Química e Geológica da Universidade de São Paulo (USP). “Dessa vez, tivemos a persistência por vários dias de ventos fortes que carregaram as águas para longe das praias – foi um evento meteorológico de grande escala que se refletiu em um fenômeno também de grande magnitude no oceano.”

Segundo o especialista, os ventos fortes – que em alguns pontos do litoral chegaram a 80 quilômetros por hora – são resultado de um sistema de alta pressão no Atlântico Sul. Os ventos, vindos do Nordeste e soprando em paralelo à costa brasileira, empurraram as águas para sudoeste. Junto a isso, a fase cheia da Lua dos últimos dias intensificou a maré baixa.

Recuo do mar na praia do Camaroeiro, em Caraguatatuba, São Paulo – 13/08/2017 (Canal Net TV/Youtube/Reprodução).
“Quando temos esses ventos vindos da direção norte paralelos ao litoral, soprando persistentes e com forte intensidade, a água do mar acaba sendo ‘empilhada’: recuo das águas”, explica Bianca Lobo, meteorologista do Climatempo.

Previsão 
Nos próximos dias, o mar deve voltar às condições normais. Segundo o Centro de Previsão de Tempo de Estudos Climáticos (Cptec-Inpe), o risco de recuo do mar ou ressacas vai diminuir no litoral sul e sudeste. De acordo com o órgão, os sistemas meteorológicos que favoreceram a ocorrência do recuo do mar não estarão atuantes. O Cptec destaca também que não existe “nenhuma ligação e/ou risco de tsunami”.

Itajaí, em Santa Catarina, na última segunda-feira. (Wagner Cardoso/Fotos Públicas).
Por Rita Loiola
Fonte: Veja.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Enorme barragem na China afeta a rotação da Terra

Os cientistas já desconfiavam há algum tempo de que quando se enche a barragem de Three Gorges, na China, a rotação da Terra é afetada.

A barragem é situada na província de Hubei, na China, e é onde se localiza a maior estação de energia hidroelétrica do planeta, capaz de gerar 22500 MW. Quando está cheia, a água chega a estar a 175 metros acima do nível do mar e a 95 metros acima do nível do rio. O reservatório de água acumulada tem o potencial para inundar até 632 quilômetros quadrado de superfície e inclui 42 mil milhões de toneladas de água.



Agora, os cientistas da NASA confirmam que, quando a barragem se enche, dá-se um fenômeno denominado de momento de inércia, que afeta a rotação da Terra. Segundo os investigadores, a barragem cheia atrasa a rotação da Terra, aumenta a duração do dia em 0,06 microssegundos e até consegue alterar a forma do planeta, tornando-o mais arredondado no meio e achatado nos pólos.

Fonte: Exame Informática.

Revista de Geografia divulga novo número para download, com Dossiê sobre Cartografia Escolar

A Revista Brasileira de Educação em Geografia apresenta sua mais nova publicação, Vol. 7, N.13, mantendo o trabalho de apresentar dois números anualmente. 
Os artigos  e textos podem ser baixados em PDF no site da Revista:

Este novo número apresenta um Dossiê sobre Cartografia Escolar, temática de grande relevância para o trabalho e estudo da prática docente de Geografia. O conjunto dos 14 textos participantes deste Dossiê revela a diversidade de temas e investigações que estão presentes no campo da Cartografia Escolar. Além disso, este número também apresenta a seção de artigos inéditos com 10 textos e uma prática educativa, assinados por professores-pesquisadores de diferentes regiões do Brasil e também de Portugal, indicando o alcance e o impacto nacional e internacional deste periódico na divulgação de pesquisas sobre a Educação Geográfica. Esperamos que este novo número possa contribuir no trabalho de disseminar e promover o intercâmbio de ideias e reflexões entre os autores e os leitores.

domingo, 13 de agosto de 2017

Fóssil de dinossauro de quase 20 metros é achado em SP

Os materiais localizados em Monte Alto, dois ossos articulados, seriam de um titanossauro, uma espécie de lagarto gigante que se alimentava de vegetais
Fóssil: o achado servirá de base para estudos sobre a vida dessas espécies (zrfphoto/Thinkstock)
A descoberta de fósseis por um ciclista que fazia trilha na zona rural de Monte Alto (SP), na semana passada, pode levar a novas descobertas sobre a presença de dinossauros no interior paulista.

Os ossos indicam que o animal viveu na região que hoje corresponde ao município, localizado na região de Ribeirão Preto (SP), e teria perto de 20 metros de comprimento.

O achado também servirá de base para estudos sobre a vida dessas espécies naquela época, cerca de 90 milhões de anos atrás. Os ossos foram levados para o Museu de Paleontologia de Monte Alto e vão se juntar a outros também de animais pré-históricos que habitaram a região.

Os materiais localizados agora, dois ossos articulados com 90 centímetros de comprimento e 60 de largura, seriam de um titanossauro, uma espécie de lagarto gigante que se alimentava de vegetais.

“São aqueles dinossauros ‘pescoçudos’ que costumam ilustrar a era pré-histórica”, explica a paleontóloga Sandra Tavares, diretora do Museu de Monte Alto.

Ela contou que os fósseis estavam em uma área usada por pessoas que fazem trilha de bicicleta e moto, sendo preciso uma operação de emergência para retirar o material.

“Mas agora ele já está em lugar seguro e temos algumas informações, sendo possível saber por exemplo que se trata de um animal da família dos titanossauros, ou seja, um herbívoro”, falou a paleontóloga.

De acordo com ela, as análises vão prosseguir, ao mesmo tempo em que será marcada uma grande escavação na área da descoberta para localizar outras partes do animal.

“Mas isso deve ficar para 2018, porque o museu está em reforma. Vamos esperar o fim dos trabalhos, até mesmo para ter um local adequado para colocar os materiais que forem achados”, disse Sandra.

Os fósseis estavam cravados em uma rocha e foram achados por André Giancherini, que acionou a equipe do museu. Ele contou à reportagem que pedalava ao lado de um amigo quando viu uma rocha branca, muito diferente das pedras da região.

“Aqui elas são meio avermelhadas, mas esta era bem branquinha”, lembra.

Ao parar a bicicleta e limpar um pouco a rocha, ele diz ter notado que aquilo era um osso. “Estava perto de um barranco, foi uma grande surpresa”, falou.

Seu interesse pelo assunto facilitou para que identificasse como sendo fósseis. Depois, ele ajudou os funcionários do museu a retirar e transportar o material.
Outros

Segundo a diretora do Museu de Paleontologia de Monte Alto, já está provado que animais pré-históricos habitaram a região.

O acervo do museu reúne mais de 1.300 exemplares de fósseis, entre outros, de dinossauros, moluscos, tartarugas e crocodilos, todos do período cretáceo e recolhidos na região e em áreas distantes, como a Chapada do Araripe, no Ceará.

Da região, entre os ossos mais recentes constam crânios de crocodilos que também viveram há milhões de anos. Após serem analisados e catalogados, esses bichos acabam recebendo nomes em alusão ao descobridor e à origem.

Exemplo é o Montealtosuchus arrudacamposi que, como o próprio nome diz, homenageia a cidade da descoberta – Monte Alto -, e quem o identificou, nesse caso o paleontólogo Antonio Celso de Arruda Campos, o “Professor Toninho”, falecido em 2015.

Por Rene Moreira, do Estadão Conteúdo / Exame.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Temer é denunciado nas Nações Unidas por ataques aos direitos dos povos indígenas

Na semana em que foi comemorado o Dia Internacional dos Povos Indígenas, 48 organizações indígenas e outras entidades da sociedade civil fizeram uma denúncia para o Alto Comissariado das Nações Unidas (ONU) e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (CIDH/OEA) sobre as atuais ações e atitudes do governo de Michel Temer contra as comunidades indígenas no Brasil.



Em março deste ano, o conjunto de organizações já tinha alertado os representantes da ONU sobre o enfraquecimento da Fundação Nacional do Índio (Funai); a recusa em demarcar e proteger terras indígenas e a completa inexistência de diálogo do governo com os líderes indígenas. A Funai teve um corte no orçamento deste ano de 50%, o que obrigou a fundação a demitir funcionários e fechar diversos escritórios no país.

Na última semana, em uma nova carta, as entidades brasileiras denunciaram novamente a situação alarmante que os povos indígenas têm enfrentado no país. Segundo o documento, além dos ataques violentos ocorridos contra a etnia Gamela, no Maranhão, e Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, o compromisso assumido pelo governo de Temer, diante do Conselho de Direitos Humanos da ONU, de fortalecer a Funai – foi simplesmente ignorado.

O mais irônico – e vergonhoso – de tudo é que, desde outubro do ano passado, o Brasil ocupa uma cadeira neste mesmo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

A carta assinada por diversas organizações, entre elas o Instituto Socioambiental, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, a Rede de Cooperação Amazônica e o Greenpeace Brasil, pede que a ONU cobre formalmente o Brasil pela proteção da vida e direitos dos povos indígenas, de acordo com convenções e padrões estabelecidos internacionalmente.

Ainda de acordo com a denúncia, o que agravou mais o cenário de descaso e ataque aos índios foi a assinatura do presidente Michel Temer, em 19 de julho, que obriga todos os órgãos do governo federal a proibirem correções de limites de terras indígenas e a considerarem como áreas de ocupação tradicional apenas aquelas em que as comunidades estivessem vivendo em 5 de outubro de 1988, seguindo a polêmica teoria do “marco temporal. “O presidente Michel Temer e seus efêmeros ministros da Justiça agiram para modificar o procedimento de demarcação de terras indígenas a favor dos interesses da bancada ruralista”, diz a carta.
Guardiões do planeta

No mundo todo, estima-se que sejam 370 milhões de indígenas, distribuídos em 90 países. Eles falam algo em torno de 7 mil dialetos. O número já mostra a importância da cultura representada por estes povos. É através, de geração para geração, que os índios passam conhecimentos e tradições que “homem branco” nenhum tem.

Esta semana, em entrevista ao jornal The Guardian, a chefe do Fórum de Povos Indígenas da ONU, a filipina Victoria Tauli-Corpuz, da etnia Kankanaey Igorot, afirmou que os índios são os melhores guardiões da biodiversidade do planeta.

Infelizmente, ao invés de protegê-los, o que acontece é um ataque sistemático aos povos indígenas. Em julho último, o ranking Defenders of the Earth (Defensores da Terra, em português), elaborado pela organização Global Witness, revelou que ao proteger suas terras, florestas e rios, cerca de quatro pessoas morreram por semana em 2016. Destas 200 mortes, 49 aconteceram no Brasil, e do total geral de vítimas, 40% eram indígenas (leia mais sobre o assunto neste outro post).

Abaixo seguem as recomendações feitas pelas 48 organizações brasileiras do que deve ser feito pelo governo federal e entregue à ONU e à CIDH/OEA:

1) Suspensão de ações que criminalizam lideranças indígenas, comunidades e entidades parceiras, como a CPI da Funai/Incra II, e, simultaneamente, o reforço de programas e estratégias de proteção a defensores de direitos humanos;

2) Restabelecer canais democráticos de diálogo com povos indígenas e suspender abordagens militares ou integracionistas em relação a populações e cultura indígenas;

3) Revogar atos administrativos que violam o direito de povos indígenas à terra, à consulta livre, prévia e informada e à cultura – como o Parecer 1/2017 da AGU e as Portarias 541 e 546 do Ministério da Justiça, entre outros;

4) Assegurar o acesso à justiça para os povos indígenas sem nenhum tipo de discriminação.

Informações: Instituto Socioambiental (ISA). Foto: Thiago Gomes / Agência Pará/Fotos Públicas.

Fonte: Suzana Camargo / Conexão Planeta.

Chuva de estrelas cadentes será vista nesta madrugada; saiba como observar

Chuva de meteoros Perseidas vai iluminar noite de Sábado!

Prepare-se para mais um espetáculo da natureza com direito a estrelas cadentes. Estamos falando da chuva de meteoros Perseidas, que vai acontecer por volta das 3h da manhã deste sábado (12). Ainda que seja bem mais atraente para quem está no hemisfério norte, o fenômeno também poderá ser visto pelos brasileiros. 



Como explica Gustavo Rojas, astrônomo da UFScar (Universidade Federal de São Carlos), esses meteoros são originários do cometa Swift-Tuttle, que completa uma volta em torno do sol a cada 136 anos. "Todo ano a Terra atravessa a região do espaço por onde esse cometa passou e as partículas de poeira deixadas por ele entram em combustão ao atravessar atmosfera terrestre."

É justamente por isso que a chuva de meteoros Perseidas acontece anualmente sempre nessa época do ano. O fenômeno está longe de ser um perigo para a Terra, é, sim, um espetáculo aos olhos.

Segundo o especialista, as partículas são muito pequenas --do tamanho de um grão de areia-- e queimam com o atrito quando entram na atmosfera da Terra. "O resultado dessa combustão é o fenômeno luminoso popularmente chamado de estrela cadente", explica. 


A chuva de meteoros Perseidas ganhou esse nome por, acredita-se, ter se originado da constelação de Perseus [constelação do hemisfério celestial norte]. "Portanto, a visualização no hemisfério sul, o que inclui o Brasil, acaba sendo um pouco mais limitada", ressalta Rojas.

Enquanto no Norte estima-se a visualização de até 100 meteoros por hora, para os brasileiros o número cai para 10 meteoros/hora. 

Ainda esse ano estão previstas outras chuvas de meteoros, que tendem a ser muito melhores para os brasileiros, tais como a Orionídeos (em outubro), Leonídeos (em novembro) e Geminídeos (em dezembro), citou o astrônomo.

Como visualizar?

Para poder ver o espetáculo promovido pela chuva de meteoros Perseidas, não é preciso o uso de nenhum instrumento. "Dá para ver muito bem a olho nu", enfatiza Rojas, que acrescenta que as condições do observador são essenciais para que se consiga ver as estrelas cadentes.

A poluição e a luminosidade das grandes cidades, por exemplo, podem dificultar a vista. O recomendado, portanto, é ir a um lugar afastado de luzes artificiais. Outra vilã da vista é a Lua, que se estiver muito brilhante pode ofuscar bastante os efeitos luminosos dos meteoros. 

"Após encontrar um lugar escuro, busque olhar para o norte e não tenha pressa", recomenda o especialista. "Não adianta a pessoa acordar às 3h da manhã sair no quintal, olhar para o céu e achar que os meteoros são como os fogos de artifícios. Não espere que com menos de uma hora de vigia você verá grandes coisas", alerta o especialista, que diz ser necessário ao menos 15 minutos para que os olhos se acostumem com a escuridão.

Como acrescenta Rojas, meteoros são fenômenos aleatórios. "Pode ser que você veja três ou quatros em uma sequência, mas pode ser que leve uma hora para ver um único."

Fonte: UOL.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Qual é a origem do sal presente nos oceanos?

A explicação todinha para esse mistério salgado está no ciclo da água no planeta, o que a gente explica em detalhes abaixo. Antes disso, vale lembrar que o cloreto de sódio – o nome químico do popular sal de cozinha – não é a única substância dissolvida nos oceanos. Na água do mar também há cloreto de magnésio, bicarbonato de cálcio, sulfato de magnésio, sulfato de cálcio e cloreto de potássio, entre outros. O sabor salgado do cloreto de sódio acabou predominando porque a substância é, de longe, bem mais abundante que as outras.

Água mole em pedra dura… O sal sai das rochas, é carregado pelos rios e se concentra nos oceanos

1. Para entender por que o mar é salgado, é preciso entender algumas curiosidades do ciclo da água. No nosso planeta, 84% do total da água evaporada em direção à atmosfera sai dos oceanos. No entanto, por causa da ação dos ventos, apenas 77% do total de água que retorna à superfície em forma de chuva cai sobre esses mesmos oceanos

2. Com os rios, a proporção é diferente: eles contribuem com 16% da água evaporada no planeta, mas recebem 23% das chuvas. Ou seja, os rios recebem mais água do que perdem, exatamente o contrário do que ocorre nos oceanos. Para manter o sistema em equilíbrio, os rios correm para o mar

3. Quando percorrem os continentes, as águas dos rios carregam íons — átomos ou conjunto de átomos “loucos” para se ligarem com outros íons — de cloro e de sódio. Esses íons se soltam das rochas nos leitos dos rios e se unem formando o cloreto de sódio, o sal de cozinha, que é levado junto com a água dos rios até o mar

4. Como o sal não evapora com a água, toda essa substância carregada pelos rios do planeta vai se acumulando nos mares. A repetição desse processo ao longo de centenas de milhões de anos de formação da Terra aumentou a concentração do cloreto de sódio nos oceanos, tornando-os salgados como são hoje em dia.

Fonte: Site Mundo Estranho.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Agosto terá eclipse mais visto da história; 14 lugares ficarão em escuridão total

Fenômeno que rende um espetáculo visual fascinante, um eclipse ocorre quando a Lua e o Sol ficam em uma mesma posição angular na órbita, ou seja, um acaba "tampando" o outro e promovendo uma escuridão total ou parcial durante o dia.



Eclipse deixará EUA em total escuridão

No próximo dia 21 de agosto acontecerá o eclipse total mais visto de toda história e os EUA serão os prestigiados pelo fenômeno, que tomará de uma costa a outra do país, algo que não acontece desde 1918.

Durante quase duas horas a Lua passará entre o Sol e a Terra e produzirá uma sombra de quase 110 km de largura que atravessará 14 estados, de Oregon, no noroeste dos EUA, até o outro extremo do país, na Carolina do Sul.



No meio do dia, por mais de dois minutos, cerca de 12 milhões de norte-americanos poderão observar o eclipse total, com as estrelas no céu, assim como a coroa solar.

No Brasil, as regiões Norte e Nordeste também poderão presenciar o eclipse, mas apenas de forma parcial e no fim da tarde.

Fonte: Vix Explore Brasil / Paulo Nobuo.

Guia de Livros Didáticos: MEC publica lista de obras aprovadas no PNLD 2018

O MEC publicou, no dia 02 de agosto de 2017, no Diário Oficial da União, o resultado final da avaliação pedagógica referente ao PNLD 2018. Ao todo, 97 coleções foram aprovadas. Segue abaixo a Portaria nº 62, de 1 deO MEC publicou, no dia 02 de agosto de 2017, no Diário Oficial da União, o resultado final da avaliação pedagógica referente ao PNLD 2018. Ao todo, 97 coleções foram aprovadas. Segue abaixo a Portaria nº 62, de 1 de agosto de 2017, que divulga a relação das obras aprovadas. agosto de 2017, que divulga a relação das obras aprovadas.


A escolha deverá ser realizada a partir de uma reflexão coletiva entre os professores, com base nas orientações constantes no Guia de Livros Didáticos, a ser disponibilizado após a divulgação do resultado definitivo da avaliação pedagógica pelo Ministério da Educação. 


Fontes: FNDE / PNLD 2018
Portal da Imprensa Nacional: Páginas  16 e 17

domingo, 6 de agosto de 2017

Eclipse do dia 21 será forte a ponto de mexer com a Terra e até com seu peso: como?

No próximo dia 21 de agosto irá ocorrer aquilo que a Nasa chama de eclipse solar total. Solar porque o Sol será escondido pela Lua por quase três minutos e total porque o Sol é totalmente coberto pela Lua.


Este é o primeiro neste século a cruzar totalmente os Estados Unidos, da costa leste à costa oeste, e poderá ser visto por toda extensão do país. No Brasil, o veremos de forma apenas parcial no Norte e Nordeste do país.

A Nasa ainda informa os efeitos do eclipse - bem mais curiosos do que a escuridão parcial do céu.
Efeitos do eclipse solar total
Força gravitacional tão forte que elevará crosta terrestre

Nosso planeta é permanentemente influenciado pelas forças gravitacionais do Sol e da Lua, inclusive é o que determina as marés. Quando ocorre um eclipse solar, o Sol, a Lua e a Terra estão alinhados nesta ordem e, portanto, toda a força gravitacional desses astros puxa o planeta na mesma direção.

Durante o eclipse do dia 21 de agosto, a força gravitacional do Sol e da Lua sobre a Terra será tão forte que a Nasa calculou um fenômeno raro: até a crosta terrestre irá “inchar”. Ao longo de uma área de mais ou menos 1 mil quilômetros, a superfície da Terra irá se elevar 4 centímetros - é imperceptível, mas ainda assim, impressionante.

Menos 500 gramas de peso

Um eclipse desta magnitude é a dieta mais eficiente que você vai conhecer. Em menos de três minutos, uma pessoa de aproximadamente 80 quilos perde quase 500 gramas - 482 gramas, para ser mais preciso. O efeito é o mesmo que faz a Terra “inchar” 4 centímetros.

O eclipse em si é potencializado porque a fase da Lua é a Lua Nova, a de maior força gravitacional - todo mês, durante esta fase, ficamos um pouquinho mais leve.


Durante os 2 minutos e 40 segundos do eclipse, a influência do Sol e da Lua fazem uma força “anti-gravidade” que se contrapõe à força produzida pelo centro da Terra. Assim, a “pressão” do nosso corpo sobre o chão diminui e ficamos mais leves.

Fonte: Luiz Felipe Silva / Vix.

Ministério da Educação: Pronatec tem 575 mil vagas para cursos gratuitos em todo o País

As inscrições para o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec Oferta Voluntária estão abertas até 18 de agosto. Serão oferecidas 575 mil vagas gratuitas em cursos presenciais e a distância de qualificação profissional. 



Os candidatos devem ter mais de 15 anos e podem se inscrever pelo Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (Sistec). Os cursos têm duração de 160 horas e serão oferecidos por instituições privadas de educação profissional e tecnológica. As aulas terão início a partir de 28 de agosto.


“Temos cursos nas áreas mais administrativas, nas mais operacionais, como para inspetor de qualidade, almoxarife de obras, representante comercial, higienista de serviço de saúde”, explica o diretor de Articulação e Expansão das Redes de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Geraldo Andrade.

Oferta voluntária

O Pronatec Oferta Voluntária é uma iniciativa do Ministério da Educação para ampliar a oferta gratuita de formação profissional. “O objetivo principal é deixar os cidadãos habilitados a participar das vagas de emprego”, explica Geraldo Andrade.

Segundo ele, há muitos empregos disponíveis no mercado que não são preenchidos pela falta de qualificação dos candidatos. “Mesmo quem já está empregado vai conseguir desenvolver melhor o seu papel estando qualificado. Quem está desempregado ou está querendo entrar no mercado de trabalho também vai conseguir essa oportunidade”, afirma.

ENEM 2017: Professores e servidores públicos podem se inscrever para trabalhar no Enem e ganhar até R$ 636

Inep contrata servidores para atuarem como certificadores nos dias de prova.

Terminam nesta segunda-feira, 7, às 23h59 (Horário de Brasília) as inscrições para a Rede Nacional de Certificadores (RNC) do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017. Os certificadores são representantes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no local de aplicação, sendo responsáveis por conferir vários procedimentos. A remuneração é de R$318 por dia, com 12 horas de trabalho. Professores da rede pública estadual e municipal e servidores públicos do Poder Executivo Federal podem se inscrever.

As inscrições podem ser feitas no portal do Inep ou no aplicativo da RNC, disponível para download nas lojas Google Play, para Android, e App Store, para IOS. Antes de realizar a inscrição é preciso fazer um cadastro no Sistema da RNC, também via portal do Inep. O processo só se concretiza quando o interessado faz o cadastro e a inscrição.

Critérios para atuação - Servidores públicos do Poder Executivo Federal podem se inscrever para a RNC, desde que não estejam em gozo de licenças, afastamentos legais ou inativos. Docentes das redes públicas estaduais e municipais devem ser efetivos e estar devidamente registrados no Censo Escolar. A formação mínima exigida é o Ensino Médio. Os certificadores também não podem estar inscritos no Enem 2017, nem ter parentes de até 3ª grau fazendo o Exame este ano.

Para atuar na RNC é indispensável ter smartphone ou tablet com acesso à Internet móvel, com especificações técnicas detalhadas no edital, para acessar o aplicativo que permite o contato dos certificadores com o Inep. Os certificadores precisam, ainda, ter computador com acesso à Internet para realização do Curso de Capacitação. Só serão aceitos na RNC aqueles que conseguirem aproveitamento mínimo no curso de capacitação a distância oferecido pelo Inep.

Acesse aqui para se cadastrar na RNC: https://certificadores.inep.gov.br/

Acesse aqui para acessar o edital: http://download.inep.gov.br/rnc/2017/edital_RNC_2017.pdf

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

UFV abre 5 mil vagas em curso gratuito livre a distância de Cadastro Ambiental Rural

Já estão abertas as inscrições para a Capacitação para o Sistema de Cadastro Ambiental Rural (CAR), um instrumento de registro público, eletrônico, de abrangência nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais. O curso Cap-CAR é uma parceria da UFV, por meio da Coordenadoria de Educação Aberta e a Distância (Cead) com o Ministério do Meio Ambiente – por intermédio da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável e o Serviço Florestal Brasileiro. Ele foi desenvolvido a partir de um convênio com a Universidade Federal de Lavras (Ufla).


Estão sendo oferecidas cinco mil vagas, na opção de estudo livre, gratuitamente para facilitadores que atuarão na inscrição de imóveis rurais no CAR, preferencialmente, dos agricultores familiares. O curso, que faz parte do projeto de Gestão Territorial Rural, será realizado totalmente a distância, na versão sem tutoria, com carga horária de 80 horas/aula e duração de quatro semanas, no período de 1º a 29 de setembro.

Os interessados poderão se inscrever até 31 de agosto, no portal do projeto, onde podem ser obtidas mais informações. 



Outros detalhes pelo telefone (31) 3899-3987, das 14h às 18h, ou pelo e-mail: cead@ufv.br

Gestão Territorial Rural

Além do Cap-CAR, o projeto de Capacitação em Gestão Territorial Rural envolve ainda um curso sobre Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas (ISA), sistema de aferição do desempenho ambiental e socioeconômico de estabelecimentos rurais, com foco na prevenção ou mitigação de riscos, e identificação de oportunidades.

Também haverá um curso sobre Zoneamento Ambiental e Produtivo (ZAP), ferramenta que tem como objetivos delimitar e caracterizar as unidades da paisagem inseridas em uma sub-bacia hidrográfica, permitindo identificar as áreas sensíveis e aquelas mais adequadas para a exploração agropecuária e florestal.

Para desenvolver o conteúdo dos cursos, a parceria MMA e UFV contou com participação de pesquisadores e técnicos de instituições de ensino e pesquisa do país, como Ufla, UFMG, Unifemm, Embrapa, Epamig e Emater – alguns dos quais participaram diretamente na criação desses instrumentos.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Alfabetização Cartográfica


"Conhecer a cartografia, um conteúdo essencial para a compreensão das relações entre espaço e tempo, permite ao aluno atender às necessidades que aparecerão no seu cotidiano (qual o melhor caminho para chegar a um lugar? Como conseguir localizar um amigo que vive em outra região?) e também estudar o ambiente em que vive. Sendo assim, a representação do espaço precisa ser dominada até o fim do Ensino Fundamental. Interpretar e produzir mapas são habilidades que se formam gradualmente. Por isso, é preciso desenvolver atividades com esse objetivo desde cedo. Por meio da alfabetização cartográfica, a turma entende conceitos básicos para conseguir interpretar e produzir representações com proficiência crescente.

Fotos áreas e de satélite ajudam a turma a analisar o espaço

Para interpretar um mapa, é necessário conhecer os conteúdos dele (população, divisão política, ocupação de solo, tipos de relevo e vegetação etc.) e saber os conceitos que fundamentaram a sua elaboração (localização, perspectiva, proporção, simbolização etc.), já que ele não se explica por si mesmo. Para compreender essa linguagem, a turma necessita aprender, por exemplo, conceitos de lateralidade e direção. Isso será útil para entender o posicionamento do espaço representado.

Outro passo é entender os sinais gráficos utilizados e os significados que eles podem ter. O vocabulário cartográfico é formado pelos mais diversos símbolos, que se relacionam entre si. Por exemplo: o que quer dizer 1cm - 1000 km, presente no canto de um mapa? Sem saber que se trata da escala de redução do espaço que ele representa, é impossível entendê-lo. O mesmo ocorre com as representações presentes na legenda. Não conhecendo a função desse recurso gráfico, é difícil compreender a relação entre as cores e formas presentes no mapa e o que significam.

Para introduzir essas noções e ajudar a turma a adquirir visão espacial, o trabalho com imagens aéreas e de satélite é um importante aliado. Sites como o Google Maps e programas como o Google Earth permitem visualizar mapas e fotos que podem ser analisados e comparados com outros tipos de representação, como croquis produzidos pelos alunos.

Essas ferramentas mostram a forma como as fotografias áreas são produzidas: pela sobreposição de um mapa a uma imagem de satélite. Com isso, os alunos conseguem perceber a perspectiva utilizada para representar o espaço e as diferenças entre a imagem aérea e sua representação cartográfica. Os mapas virtuais permitem ainda uma mobilidade de observação: o aluno pode ir para cima e para baixo, para a direita e para a esquerda, rotacionar as imagens e alterar a escala, a localização, a perspectiva (podendo até passear pelas ruas) e os símbolos necessários para a sua compreensão.

Escalas reduzidas são facilmente reconhecidas pelas crianças, pois têm uma forte ligação com o que é observado. No Colégio Universitário Geraldo Reis, ligado à Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, o professor Luiz Miguel Pereira analisou fotos áreas da escola e de seus arredores com as turmas de 4º ano. Várias imagens da região, com diferentes escalas, mas todas com a mesma perspectiva, foram usadas. "Assim, a turma conseguiu identificar pontos diferentes a cada observação e foi expandindo o olhar", diz o professor. Usando essas imagens, é possível explorar o que os alunos já sabem sobre a região e acrescentar novos elementos - vale frisar que você deve conhecer bem a área representada para poder fazer intervenções durante a leitura.

Se a turma tiver dificuldade para identificar os elementos da paisagem, indique alguns destaques da foto, questionando: o que predomina do lado direito? São casas? Áreas industriais? O que não aparece? Elementos da infraestrutura urbana também podem ser apontados: é possível ver o posto de saúde? Ele está fora da foto? Ou não temos um em nossa região? Lançando essas perguntas, você introduzirá também a questão da ocupação do solo, que já pode começar a ser trabalhada com turmas dessa faixa etária. 

Dominar os códigos, a função e as formas de representação

Os desenhos e as maquetes são atividades complementares à análise de fotografias. Entretanto, uma não é pré-requisito de abordagem à outra e não há uma ordem de ensino entre elas. O importante é que os alunos tenham contato com essas diferentes representações do espaço para que possam refletir sobre a função e as formas de produção dos mapas.

Ao produzir maquetes, você tem a oportunidade de ensinar conceitos de proporção, projeção e escalas gráficas e numéricas, mostrando todas as estratégias que podem ser utilizadas quando se quer recriar uma paisagem. Elas permitem uma discussão sobre como mostrar toda a área sobre um só ponto de vista e de que forma manter a proporcionalidade entre os elementos representados. "Com base em problemas desse tipo, o aluno poderá se dar conta de relações espaciais complexas", diz Rosângela.

Outra atividade inicial importante, a produção de desenhos que representem a sala de aula ou o trajeto da criança até a escola, pode ser trabalhada simultaneamente. Essas representações trazem informações que ajudam muito o trabalho docente. É possível perceber, por exemplo, conceitos que as crianças já conhecem e as maneiras que elas encontram para localizar e descrever o espaço. "Esses desenhos não são só a cópia de objetos, mas a interpretação do real. O mapa também é o recorte de uma realidade", explica Fernanda Padovesi, docente da Universidade de São Paulo (USP).

Alunos que são incentivados a fazer esse tipo de desenho desenvolvem referência e orientação espacial, fundamentais para o entendimento de mapas. Num segundo momento, com sua ajuda, eles podem construir símbolos para representar no mapa o que veem no mundo real. Por exemplo, se querem mostrar áreas verdes ou um lago, têm que representá-los por símbolos diversos. Assim, aos poucos e trabalhando com essas atividades, eles aprendem a explorar essa linguagem e se apropriam da "gramática" necessária para compreender e produzir mapas.

Utilize mapas virtuais para ensinar cartografia

"Revolução" é provavelmente a palavra mais adequada para descrever o impacto das novas invenções sobre o espaço, o principal objeto de estudo da disciplina. Com mapas virtuais, praticamente todos os lugares do mundo estão acessíveis aos olhares curiosos da turma (leia a sequência didática abaixo). Sites como o Google Maps e programas como o Google Earth possibilitam a visualização de partes do globo em versão cartográfica, imagens de satélite, fotos aéreas e até em 3D - algumas vezes, com uma resolução que permite perceber características das construções, quantidade de árvores e até de carros em uma paisagem. 

"Mapas e atlas impressos continuam tendo utilidade. Porém aprender a utilizar a cartografia digital permite converter o aluno em sujeito ativo do processo de construção da informação geográfica", avalia Levon Boligian, autor de livros didáticos e professor de Metodologia de Ensino de Geografia da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp). O maior diferencial dos mapas virtuais é a interatividade. Além de livre escolha de local, escala e tema (vegetação, fronteiras políticas ou malha de transporte, por exemplo), o usuário ainda tem mobilidade de observação - pode ir para cima e para baixo, para a direita e para a esquerda e até rotacionar as imagens. No Google Earth, há também uma ferramenta que permite ver a transformação na ocupação de um local ao longo do tempo. Para os anos iniciais do Ensino Fundamental, é mais indicado trabalhar com a identificação de elementos geográficos próximos, como ruas e bairros da cidade, ou a comparação dessas áreas com as de cidades de outros países. Já turmas do 6º ano em diante podem avançar nos mapas temáticos ou internacionais."

Fonte: Nova Escola, publicado em maio de 2011. Acessado em 01 de A gosto de 2017. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2325/alfabetizacao-cartografica