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sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Questão de Geografia - WIG 2023/2 - É um termo usado para descrever o aumento extremo das temperaturas médias na atmosfera, oceanos

WIG 2023/2 - É um termo usado para descrever o aumento extremo das temperaturas médias na atmosfera, oceanos e terra como resultado das mudanças climáticas.
a) resfriamento global
b) inversão térmica
c) ebulição global
d) el niño

RESPOSTA:
Letra C.

Ebulição Global é o termo usado para enfatizar o quão severas são as mudanças climáticas que estão acontecendo na Terra. Este termo foi utilizado pela primeira vez, em caráter oficial, pelo Secretário-Geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, na sede da ONU em Nova Iorque, em julho de 2023.

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quarta-feira, 27 de setembro de 2023

A origem do Bumba meu boi

Realizado em alguns lugares do Norte e Nordeste, principalmente no Maranhão, o bumba meu boi tem raiz no catolicismo popular e influências de cultos afro-brasileiros. O enredo, com origem no folclore brasileiro gira em torno da figura do boi e surgiu no século XVIII. Com expressões orais, dança e teatro e tradição, que representam a devoção a um universo místico e religioso, ele é inspirado no auto do boi, conto da escravizada Catirina e seu marido Francisco.

A lenda diz que ela estava grávida e com desejo de comer língua do boi mais bonito, o que fez seu marido matar o animal. Mas o dono da fazenda descobre e eles tem que ressuscitá-lo para viver em paz. O evento é marcado por muitas cores e bordados, ao som de matracas e zabumbas. É uma festa que chega a ter mil participantes, homens e mulheres interpretando os personagens de acordo com o sotaque. Sotaques são diferentes estilos dos grupos que encenam o auto do boi. Eles são diferenciados pelas vestimentas, instrumentos e ritmos.


Tradição secular, o bumba meu boi também envolve a devoção a São João, São Pedro e São Marçal. O bumba meu boi, encenado em festas juninas e arraiás, é predominante no Maranhão. As ruas de São Luís ficam lotadas em junho e julho.

Todos os anos o boi, personagem da festa, é bordado com cores vibrantes. Quem o conduz e fica em seu interior é chamado de miolo.

Em 2011, o bumba meu boi ganhou de Patrimônio Cultural do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A celebração foi reconhecida pela Unesco em 2021 como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A celebração do bumba meu boi acontece na época da festa junina.

Referências: 
Web Stories / Folha de São Paulo.

Conheça Plutão, o planeta anão

Plutão foi classificado como o nono planeta do sistema solar quando foi localizado em 18 de Fevereiro de 1930 por Clyde Tombaugh, um astrônomo amador do Observatório de Lowell, nos Estados Unidos.

Pouco depois da morte de Tombaugh, alguns astrônomos sugeriram que a União Astronómica Internacional desconsiderasse o pequeno planeta. Isso porque no sistema solar, todos os planetas possuem órbitas praticamente coplanares, ou seja, se movimentam num mesmo e grande plano em torno do sol. Plutão não.

Sua órbita está inclinada em 17º em relação à eclíptica - plano que contém a órbita da Terra em torno do Sol. Em alguns trechos de sua órbita, Plutão está mais próximo do sol do que Netuno, que é 20 vezes maior.
Plutão.

A acentuada inclinação e a peculiaridade de sua trajetória fazem com que Plutão não seja o objeto dominante em sua órbita. Outro argumento que se somou para o "rebaixamento" é sua pequena dimensão. Quando foi descoberto, as primeiras observações consideram-no muito maior que seu tamanho real. O planeta-anão ou planetóide possui 2320 km de diâmetro, muito menor que o da Terra, e sua massa é cerca de 0,25% a da Terra e 25% da massa da Lua.

Plutão ainda rivaliza com sua própria maior lua, Caronte, que dista somente 19600 km e possui um diâmetro de 1270 km, bastante grande com o comparado com o de Plutão.

Na época em que foi descoberto, Plutão era o único objeto conhecido depois de Netuno no Sistema Solar. Desde então, os astrônomos descobriram centenas de outros objetos menores girando em volta do Sol, aos quais Plutão foi comparado.

Na mitologia, Plutão era o deus dos mortos e reinava no mundo subterrâneo. Um de seus ajudantes era Caronte, o barqueiro que guiava uma balsa com a alma dos mortos pelo rio até o reino do submundo.

Em 2015, a sonda New Horizons, da Nasa, fez um sobrevoo sobre Plutão e detectou um "coração" formado pela deposição de nitrogênio sólido. Plutão não é mais considerado um planeta, mas já esteve do lado de Marte, Vênus, Júpiter e outros corpos.

Referências:
Web Stories / Folha de São Paulo.

Os rios voadores da Amazônia

A expressão "rios voadores" é uma metáfora cunhada pelo climatologista José Marengo, do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). É o apelido das correntes de jato úmido que, no mundo da meteorologia, são conhecidos como jatos de baixos níveis.

As cabeceiras dos rios voadores estão no Oceano Atlântico. A água do mar evapora e, carregada pelos ventos alísios, chega à Amazônia oriental, onde cai na forma de chuva. 


A própria floresta amazônica se encarrega de reciclá-la, por meio da evapotranspiração ( água extraída do solo pelas raízes e liberada nas folhas). Forma-se uma coluna móvel  de vapor com três quilômetros de altura e milhares de extensão, com fluxo de 3,2 milhões de litros por segundo. Isso corresponde a cem vezes a capacidade de produção do sistema Cantareira que abastece a Grande São Paulo, com as represas cheias.

Essa massa de ar úmida se desloca e, ao dar com a barreira da Cordilheira dos Andes, se desvia para a parte central da América do Sul, Centro-Oeste e Sudeste brasileiros.

O fenômeno influencia o regime de chuvas e abastece a agricultura e a indústria dessas regiões. A crise do clima pode afetar os rios voadores da Amazônia.

Referências:
Web Stories / Folha de São Paulo.

terça-feira, 26 de setembro de 2023

A doença do vírus Ebola

Coágulos sanguíneos começam a se formar, órgão internos começam a falhar, e em questão de dias, o corpo sofre hemorragia e morre. Todos os terrores causados por um pesadelo ganham vida. O Ebola.

As seis espécies de vírus Ebola.

O Ebola é uma doença rara mas extremamente perigosa. É classificada como uma das doenças mais letais do planeta, com taxa de letalidade de até 90%.

Vírus Ebola.

Existem seis espécies de vírus Ebola (Zaire ebolavirus, Sudan ebolavirus, Bundibugyo ebolavirus, Taï Forest ebolavirusReston Ebolavirus e Bombali ebolavirus).

Quatro delas são conhecidas por causarem doenças em humanos, e cada uma tem o nome dos locais de seus surtos.

Mapa com a localização do rio Ebola na República Democrática do Congo.

A primeira espécie conhecida foi a Zaire Ebolavirus, descoberta em 1976, perto do rio Ebola, no Zaire (antigo nome da República Democrática do Congo). O rio Ebola está fadado a se tornar o homônimo de todos os vírus Ebola.

Como todos os vírus, os vírus Ebola infectam e se aliementam de seus hospedeiros, começando em um nível microscópico. Esses vírus que são estruturas semelhantes a cordas, contém informação genética na forma de ácido ribonucleico (RNA). Envolvendo o RNA estão as camadas de proteínas. As proteínas da camada externa são altamente versáteis, capazes de mudar de forma e se ligar a diferentes tipos de células dentro de um hospedeiro.

Quando ocorre a ligação, o vírus ebola se funde com uma célula hospedeira, permitindo que o RNA do vírus se infiltre na célula e o replique lá dentro.

Esta infecção se espalha rapidamente para inúmeras células do corpo, resultando em alguns dos sintomas mais terríveis conhecidos pelo ser humano. Dentro de oito a dez dias, as pessoas infectadas pelo vírus ebola podem apresentar sintomas que variam drasticamente em gravidade, desde febres até diarreias,  vômitos, hemorragias internas e externas, muitas vezes nos olhos.

Embora os surtos tenham sido causados por múltiplas espécies do vírus Ebola, a cepa com a maior taxa de mortalidade foi a primeira a ser descoberta, a Zaire Ebolavirus

Zaire Ebolavirus.

Em 2014, causou o surto mais grave da história, varrendo a África Ocidental e resultando em mais de 11 mil mortes, mais do que todos os surtos anteriores de Ébola juntos.

Neste momento, não existe cura para o Ebola. Além disso as comunidades com a maior probabilidade de serem afetadas não tem acesso suficiente aso cuidados de saúde. Entretanto, estão sendo feitos esforços internacionais para desenvolver e testar vacinas que possam potencialmente erradicar a doença de uma vez por todas

Referências:
Ebola 101 | National Geographic / Youtube.

Fungo que transforma formigas em zumbis

Muitos fungos se espalham libertando esporos, até 30 mil por segundo. Se apenas um um destes esporos for bem sucedido, pode colonizar uma nova área. Mas nem todos os fungos se alimentam de matéria orgânica morta. 

Formigas podem ser infectadas por esporos de fungos encontrados no ambiente e elas passam a agir de maneira estranha. Uma rede de raízes cresce dentro dos músculos delas.

O corpo delas passa a ser dominado pelo fungo Cordyceps, um fungo parasita. Esse fungo ataca o cérebro de formigas. Elas passam a ser chamadas de formigas-zumbis por ficarem vagando até encontrarem condições propícias ao desenvolvimento do fungo, onde tenha a  quantidade certa de luz e umidade para o parasita que cresce dentro do corpo dessas formigas.

O último ato de uma formiga infectada é escalar um arbusto e travar as mandíbulas na lateral de uma folha ou galho, o que faz com que o seu corpo fique fixo nesse local. 

Formiga morta infestada por fungo parasita.

Depois disso, essa formiga morre e o fungo passa a se nutrir da parte interna do corpo dela. Após três semanas de crescimento o Cordyceps liberta os seus próprios esporos, infectando mais formigas.

Cordyceps podem destruir colônias inteiras de formigas. Mas é mais do que as formigas que estão em risco. Há mais de 600 espécies de Cordyceps espalhados pelo mundo. A maioria encontra-se em florestas onde se aproveitam de outros tipos de vítimas.

Referências:
O Parasita dos Zombies Domina os Insetos | National Geographic Portugal / Youtube.

Mosasaurus

Durante o período Cretáceo, os mosassauros estavam entre os predadores mais temíveis e bem sucedidos dos oceanos. 

Mosasaurus.

Os mosassauros eram répteis marinhos que se acredita serem parentes próximos de cobras e lagartos-monitores.

Eles eram altamente adaptáveis e muitas espécies diferentes evoluíram e passaram a dominar os habitats oceânicos em todo o mundo. Alguns recorreram a rios de água doce para caçar. Muitos rondavam o oceano aberto devorando peixes, tubarões, plesiosauros, tartarugas marinhas, aves marinhas, e, de vez em quando, mosassauros menores.

Mosasaurus.

O tamanho do Mosassauro variava muito. Dois dos maiores mosassauros foram o Mosasaurus e o Tylosaurus. Cada um tinha um comprimento que variava de 9 a 15 metros, mais comprido que um um Tyrannosaurus rex.

Mosasaurus e o Tylosaurus.

Enquanto isso, muitos mosassauros menores tinham tamanho parecido com os golfinhos. No entanto, a maioria das espécies, não importa quão grande ou pequenas, podiam ser caracterizadas por um corpo serpentino com uma cauda poderosa que se movia de um lado para o outro enquanto deslizavam pela água. Eles tinham cabeças grandes com mandíbulas fortes e flexíveis.

Os principais répteis marinhos desde o Triássico eram os ictiossauros e os plesiosauros, mas estavam em declínio quando os mosassauros entraram em cena durante o Cretáceo, deixando espaço para um novo predador de ponta.

Segundo a teoria, os mosassauros evoluíram a partir de lagartos terrestres que se adaptaram aos oceanos em meados do Cretáceo. Depois, durante os 20 a 30 milhões de anos que antecederam a extinção dos dinossauros, os mosassauros espalharam-se rapidamente para os habitats oceânicos em todo o mundo. Sabemos disso pois foram encontrados fósseis em todos os continentes, inclusive na Antártida. Quando os dinossauros foram extintos, há cerca de 65 milhões e meio de anos, os mosassauros também desapareceram. Embora não se saiba se eles morreram instataneamente ou gradualmente, uma coisa é certa: os oceanos nunca mais viram répteis marinhos tão massivos e grandes como os mosassauros.

Referências:
Mosasaurs 101 | National Geographic / Youtube.

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Netuno, um gigante de gelo e gás

Netuno: Ao longo das bordas escuras do sistema solar ele flutua. Ancorado pelo Sol, mas recebendo uma baixíssima quantidade de calor, este viajante flutua sozinho.

Netuno.

Netuno é o oitavo planeta a partir do sol. A distância entre Netuno e o Sol é aproximadamente 30 vezes maior que a entre a estrela e a Terra. Netuno é o planeta mais distante do sistema solar.

Netuno é o oitavo planeta a partir do sol.

Esta distância cria a órbita mais longa dois oito mundos, cerca de 165 anos terrestres. Cada estação do ano em Netuno dura mais de quarenta anos terrestres.

Estando tão longe do calor e da luz do sol, Netuno é frio, escuro e gelado. No seu centro está um núcleo sólido com cerca de 1,5 vezes o tamanho da Terra.

Representando cerca de 45% da massa do planeta, o núcleo é composto de gelo e rochas. Acredita-se que o resto do planeta apresenta uma grande quantidade de água, amônia e metano congelado, cercado por uma camada de nuvens. Estas nuvens, formadas principalmente de hidrogênio e hélio, incluem resquícios de metano que dão a esse planeta a sua característica tonalidade azul.

Embora as nuvens criem uma aparência fria e calma de longe, de perto elas são açoitadas pelo clima mais severo do sistema solar. Os ventos em Netuno atingem velocidades de mais de 1900 quilômetros por hora, quase cinco vezes mais rápidos do que os ventos mais fortes registrados na Terra.

Na verdade, os ventos são tão fortes que quebram a barreira do som. Acima deste gigante de gelo ventoso está um ecossistema silencioso de anéis e satélites. Seis anéis circundam o planeta. Alguns contendo arcos de anéis ou aglomerados de partículas em um anel. 

Também girando em torno do planeta estão 14 luas conhecidas, sendo a maior chamada Tritão. Nomeada em homenagem ao filho do antigo deus grego do mar, Tritão tem vulcões de gelo e pode até conter um oceano subterrâneo. 
 
Ainda há muito a ser descoberto sobre Netuno, seus anéis e suas luas. Apenas uma sonda espacial, a Voyager 2, visitou estes corpos cósmicos, mas as futuras missões a esse misterioso mundo gelado terão ainda mais histórias para contar.

Referências:
Neptune 101 | National Geographic / Youtube.

Marte, o planeta vermelho

Para os antigos romanos, o planeta Marte era um símbolo celeste de sangue. Era um símbolo de sangue e guerra. Mas, para muitas pessoas hoje, o planeta vermelho pode ser a chave para um futuro novo e brilhante para a humanidade. 

Marte.

A história de Marte começou a cerca de 4,5 bilhões de anos, quando o gás e a poeira se juntaram para formar o quarto planeta a partir do sol. Marte é o segundo menor planeta do Sistema Solar. 

Sistema Solar.

A sua área total é semelhante a de todos os continentes da Terra juntos, sem os contar os oceanos. Muito parecido com seu primo terrestre, Marte é denso e tem uma composição rochosa. No centro do planeta Marte, existe um núcleo feito de ferro, níquel e enxofre, que pode ter criado um campo magnético em um passado remoto de Marte. O núcleo é envolvido em um um manto rochoso feito de silicatos e uma crosta, rica em ferro. Esses minerais de ferro, reagem com vestígios de oxigênio na atmosfera de Marte e enferrujam, dando ao planeta a sua tonalidade avermelhada.

Enquanto sua aparência semelhante ao sangue inspirou a nomear o planeta com o nome seu deus da guerra, a cor enferrujada do planeta poderia ser um símbolo dos primeiros dias desse planeta.

Hoje, Marte está seco e frio, com temperaturas chegando até a  - 142ºC, mas bilhões de anos atrás o planeta era muito mais quente, geologicamente ativo e em sua superfície tinha água. Leitos secos de lagos e rios serpenteiam na superfície de Marte, indicando que a água líquida esteve presente por um tempo.

Vulcões, como o Monte Olimpo, o maior vulcão do sistema solar, um dia já entraram em erupção em Marte. Mas, há cerca de 50 milhões de anos, os vulcões de Marte foram extintos. 

A água no planeta vermelho ainda existe hoje, em especial nas calotas polares. Devido a fatores como presença de água, alguns cientistas acreditam que a vida pode ter existido no planeta vermelho e pode existir novamente.

Desde a década de 1960, programas espaciais de todo o mundo lançaram missões a Marte na tentativa de compreender, o passado, o presente do planeta e o potencial para sustentar a vida. 

A vida em outro planeta pode muto bem estar fora do alcance no futuro próximo, mas se algum planeta puder nos dar esperança, Marte pode ser a chave para a sobrevivência da humanidade.

Referências:
Mars 101 | National Geographic / Youtube.

Disnomia (satélite)

Disnomia é o único satélite natural de Éris e o segundo maior que orbita um planeta anão, só atrás de Caronte, a maior lua de Plutão. O nome Disnomia se refere a filha de Éris na mitologia um espírito que personificava a ilegalidade. O satélite aparenta ter uma cor preta como carvão, o que parece estranho, considerando que Éris tem uma cor branca.

Disnomia (satélite). Imagem ilustrativa. Fonte: ESO.

Ela foi descoberta em 10 de setembro de 2005 no observatório Keck no Havaí, quando foi observado um ponto fraco de luz perto de UB 313 - atualmente chamado de Éris e na época conhecido como Xena -, que era acreditado ser um satélite natural e foi nomeada de Gabrielle como referência a companheira de Xena na sua série de TV. Não se sabia da existência desse satélite pois a atmosfera da Terra embaça a luz emitida e dificulta a procura de objetos menores, mas isso foi resolvido com um novo sistema instalado ao telescópio que cria uma 'estrela artificial' por atirando um laser e ajuda na detecção de objetos menos brilhantes.

Orbitando com velocidade média de ~619.1 km/h e completando uma órbita a cada 15.786 dias, com a distância média do planeta menor sendo de aproximadamente 37,350 km, com variação de 462 ± 105 km, isso por causa da excentricidade da sua órbita, que é um tanto baixa, sendo menor que 0.004. A orbita da lua foi medida por combinando imagens dos telescópios Hubble e Keck e aplicando a terceira lei de Kepler, essas medidas também nos disseram que Éris é aproximadamente 1.27 vezes mais massiva que Plutão.

Sol

O Sol (do latim sol, solis) é a estrela central do Sistema Solar. Todos os outros corpos do Sistema Solar, como planetas, planetas anões, asteroides, cometas e poeira, bem como todos os satélites associados a estes corpos, giram ao seu redor. 

Responsável por 99,86% da massa do Sistema Solar, o Sol possui uma massa 332 900 vezes maior do que a da Terra, e um volume 1 300 000 vezes maior do que o do nosso planeta. 

A distância da Terra ao Sol é de cerca de 150 milhões de quilômetros ou 1 unidade astronômica (UA). Esta distância varia ao longo do ano, de um mínimo de 147,1 milhões de quilômetros (0,9833 UA), no perélio (ou periélio), a um máximo de 152,1 milhões de quilômetros (1,017 UA), no afélio (que ocorre em torno do dia 4 de julho). 

Sol.

A luz solar demora aproximadamente 8 minutos e 18 segundos para chegar à Terra. Energia do Sol na forma de luz solar é armazenada em glicose por organismos vivos através da fotossíntese, processo do qual, direta ou indiretamente, dependem todos os seres vivos que habitam nosso planeta. A energia solar também é responsável pelos fenômenos meteorológicos e o clima na Terra.

É composto primariamente de hidrogênio (74% de sua massa, ou 92% de seu volume) e hélio (24% da massa solar, 7% do volume solar), com traços de outros elementos, incluindo ferro, níquel, oxigênio, silício, enxofre, magnésio, néon, cálcio e crômio.Pos sui a classe espectral de G2V: G2 indica que a estrela possui uma temperatura de superfície de aproximadamente 5 780 K, o que lhe confere uma cor branca (apesar de ser visto como amarelo, alaranjado ou avermelhado no céu terrestre quando está próximo ao horizonte, o que se deve à dispersão dos raios na atmosfera); O V (5 em números romanos) na classe espectral indica que o Sol, como a maioria das estrelas, faz parte da sequência principal. Isto significa que o astro gera sua energia através da fusão de núcleos de hidrogênio para a formação de hélio. Existem mais de 100 milhões de estrelas da classe G2 na Via Láctea. Considerado anteriormente uma estrela pequena, acredita-se atualmente que o Sol seja mais brilhante do que 85% das estrelas da Via Láctea, sendo a maioria dessas anãs vermelhas. O espectro do Sol contém linhas espectrais de metais ionizados e neutros, bem como linhas de hidrogênio muito fracas. A coroa solar expande-se continuamente no espaço, criando o vento solar, uma corrente de partículas carregadas que estende-se até a heliopausa, a cerca de 100 UA do Sol. A bolha no meio interestelar formada pelo vento solar, a heliosfera, é a maior estrutura contínua do Sistema Solar.

O Sol orbita em torno do centro da Via Láctea, atravessando no momento a Nuvem Interestelar Local de gás de alta temperatura, no interior do Braço de Órion da Via Láctea, entre os braços maiores Perseus e Sagitário. Das 50 estrelas mais próximas do Sistema Solar, num raio de até 17 anos-luz da Terra, o Sol é a quarta maior em massa. Diferentes valores de magnitude absoluta foram dados para o Sol, como, por exemplo, 4,85 e 4,81. O Sol orbita o centro da Via Láctea a uma distância de cerca de 24 a 26 mil anos-luz do centro galáctico, movendo-se geralmente na direção de Cygnus e completando uma órbita entre 225 a 250 milhões de anos (um ano galáctico). A estimativa mais recente e precisa da velocidade orbital do sol é da ordem de 251 km/s. Visto que a Via Láctea move-se na direção da constelação Hidra, com uma velocidade de 550 km/s, a velocidade do Sol relativa à radiação cósmica de fundo em micro-ondas é de 370 km/s, na direção da constelação da Taça.

Rios Voadores

Os rios voadores são “cursos de água atmosféricos”, formados por massas de ar carregadas de vapor de água, muitas vezes acompanhados por nuvens, e são propelidos pelos ventos. Essas correntes de ar invisíveis passam em cima das nossas cabeças carregando umidade da Bacia Amazônica para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.

Essa umidade, nas condições meteorológicas propícias como uma frente fria vinda do sul, por exemplo, se transforma em chuva. É essa ação de transporte de enormes quantidades de vapor de água pelas correntes aéreas que recebe o nome de rios voadores – um termo que descreve perfeitamente, mas em termos poéticos, um fenômeno real que tem um impacto significante em nossas vidas.

A floresta amazônica funciona como uma bomba d’água. Ela puxa para dentro do continente a umidade evaporada pelo oceano Atlântico e carregada pelos ventos alíseos. Ao seguir terra adentro, a umidade cai como chuva sobre a floresta. Pela ação da evapotranspiração da árvores sob o sol tropical, a floresta devolve a água da chuva para a atmosfera na forma de vapor de água. Dessa forma, o ar é sempre recarregado com mais umidade, que continua sendo transportada rumo ao oeste para cair novamente como chuva mais adiante.

Propelidos em direção ao oeste, os rios voadores (massas de ar) recarregados de umidade – boa parte dela proveniente da evapotranspiração da floresta – encontram a barreira natural formada pela Cordilheira dos Andes. Eles se precipitam parcialmente nas encostas leste da cadeia de montanhas, formando as cabeceiras dos rios amazônicos. Porém, barrados pelo paredão de 4.000 metros de altura, os rios voadores, ainda transportando vapor de água, fazem a curva e partem em direção ao sul, rumo às regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil e aos países vizinhos.

O caminho dos rios voadores. Fonte: Projeto Rios Voadores.

É assim que o regime de chuva e o clima do Brasil se deve muito a um acidente geográfico localizado fora do país! A chuva, claro, é de suma importância para nossa vida, nosso bem-estar e para a economia do país. Ela irriga as lavouras, enche os rios terrestres e as represas que fornecem nossa energia.

Por incrível que pareça, a quantidade de vapor de água evaporada pelas árvores da floresta amazônica pode ter a mesma ordem de grandeza, ou mais, que a vazão do rio Amazonas (200.000 m3/s), tudo isso graças aos serviços prestados da floresta.

Estudos promovidos pelo INPA já mostraram que uma árvore com copa de 10 metros de diâmetro é capaz de bombear para a atmosfera mais de 300 litros de água, em forma de vapor, em um único dia – ou seja, mais que o dobro da água que um brasileiro usa diariamente! Uma árvore maior, com copa de 20 metros de diâmetro, por exemplo, pode evapotranspirar bem mais de 1.000 litros por dia. Estima-se que haja 600 bilhões de árvores na Amazônia: imagine então quanta água a floresta toda está bombeando a cada 24 horas!

Todas as previsões indicam alterações importantes no clima da América do Sul em decorrência da substituição de florestas por agricultura ou pastos. Ao avançar cada vez mais por dentro da floresta, o agronegócio pode dar um tiro no próprio pé com a eventual perda de chuva imprescindível para as plantações.

O Brasil tem uma posição privilegiada no que diz respeito aos recursos hídricos. Porém, com o aquecimento global e as mudanças climáticas que ameaçam alterar regimes de chuva em escala mundial, é hora de analisarmos melhor os serviços ambientais prestados pela floresta amazônica antes que seja tarde demais.

Referências:
Projeto Rios Voadores.

Éris (planeta anão)

Éris é o segundo maior planeta anão conhecido no Sistema Solar. É um objeto transnetuniano classificado como plutoide  que está localizado em uma região conhecida como disco disperso, nos confins do Sistema Solar. Ele tem uma órbita altamente excêntrica e está em uma distância de 95,9 UA do Sol, em seu afélio.

Éris (planeta anão), imagem ilustrativa.

Éris tem um grande satélite natural conhecido: Disnomia. Em fevereiro de 2016, a distância desse objeto em relação ao Sol era de 96,3 UA (14,41 bilhões de km),  mais de três vezes a de Netuno ou Plutão. Com exceção dos cometas de longo período, Éris e Disnomia eram os objetos naturais conhecidos mais distantes no Sistema Solar até a descoberta de 2018 VG18 em 2018.  Éris tem um período orbital de cerca de 560 anos e encontra-se a cerca de 97 UA do Sol, em seu afélio. Como Plutão, a sua órbita é bastante excêntrica, e leva o planeta anão a uma distância de apenas 35 UA do Sol no seu periélio (a distância de Plutão ao Sol varia entre 29 e 49,5 UA, enquanto que a órbita de Netuno fica a cerca de 30 UA).

Como Éris parecia ser maior que Plutão, a NASA inicialmente o descreveu como o "décimo planeta" do Sistema Solar. Isso, junto com a perspectiva de outros objetos de tamanho semelhante serem descobertos no futuro, motivou a União Astronômica Internacional (UAI) a definir o termo "planeta" pela primeira vez. De acordo com a definição da UAI aprovada em 24 de agosto de 2006, Éris, Plutão e Ceres são "planetas anões", reduzindo o número de planetas conhecidos no Sistema Solar para oito, o mesmo que antes da descoberta de Plutão em 1930. Observações de um ocultação estelar por Éris, em 6 de novembro de 2010, mostraram que ele é ligeiramente menor que Plutão, que foi medido pela sonda New Horizons como tendo um diâmetro médio de (2.377 ± 4) quilômetros em julho de 2015.

Makemake

Makemake é o terceiro maior planeta anão do Sistema Solar e o maior objeto transnetuniano conhecido na população dos cubewanos, com um diâmetro de cerca de dois terços o de Plutão. Possui um satélite conhecido, o S/2015 (136472) 1.  Sua superfície é coberta por metano, etano e possivelmente nitrogênio e tem uma baixa temperatura média de cerca de 30 K (-243,2 °C).

Makemake. Imagem ilustrativa / Nasa.

Inicialmente conhecido como 2005 FY₉ e depois pelo código de planeta menor 136472, Makemake foi descoberto em 31 de março de 2005 no Observatório Palomar, por uma equipe liderada por Michael Brown, e anunciado em 29 de julho de 2005. Recebeu o nome do deus rapanui Makemake. Foi formalmente classificado como plutoide e planeta anão em julho de 2008.

Haumea

Haumea é um planeta anão do tipo plutoide, localizado a 43,3 UA do Sol, ou seja, um pouco mais de 43 vezes a distância da Terra ao Sol, em pleno Cinturão de Kuiper. Haumea possui dois pequenos satélites naturais, Hiʻiaka e Namaka, sobre os quais acredita-se serem destroços que se separaram de Haumea em decorrência de uma antiga colisão. Haumea também é o objeto astronômico com a mais rápida rotação no Sistema Solar, durando apenas quatro horas, o que faz com que o planeta-anão seja extremamente deformado, sendo semelhante a uma bola de rugby. Além disso, possui um albedo elevado devido a presença de gelo em forma cristalina na superfície. Pensa-se, também, tratar-se do maior membro de uma família de destroços criados num único evento destrutivo.

Haumea.

Apesar de ter sido descoberto em dezembro de 2004, só em 18 de setembro de 2008 é que se confirmou tratar-se de um planeta anão, recebendo então o nome da deusa havaiana do nascimento e fertilidade.

Ceres (planeta anão)

Ceres é um planeta anão localizado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, sendo o maior dos asteroides. Desde sua descoberta em janeiro de 1801 por Giuseppe Piazzi, Ceres recebeu diversas classificações, sendo inicialmente considerado planeta e posteriormente asteroide. Em 2006 foi enquadrado na categoria de planeta anão.

Ceres (planeta anão).

Possui um formato arredondado e uma superfície escura cheia de crateras. É constituído possivelmente por um núcleo rochoso circundado por um manto de gelo. Sua superfície, conforme anteriormente observado pelo Telescópio Espacial Hubble, apresenta regiões mais escuras, além de locais de brilho proeminente, de natureza ainda desconhecida. O planeta anão possui uma tênue atmosfera formada sobretudo por vapor de água que sublima e deixa a superfície. Ceres é possivelmente um planetesimal remanescente do período de formação e evolução do Sistema Solar. Atualmente aparenta ser geologicamente inerte.

Em 2007, foi lançada a sonda Dawn, da NASA, que fez uma passagem por Vesta e entrou em órbita ao redor de Ceres em 6 de março de 2015. Fotografias de resolução não obtida anteriormente foram tiradas a partir de janeiro de 2015 conforme a Dawn se aproximou de Ceres, revelando uma superfície coberta de crateras. Um ponto brilhante visto anteriormente em imagens do Telescópio Espacial Hubble foi observado como duas formações distintas de alto albedo no interior de uma cratera, consistentes com material reflexivo contendo gelo ou sais. Foi inicialmente especulado que esses pontos teriam origem criovulcânica, mas isso foi considerado improvável.

Plutão

Plutão é um planeta anão do Sistema Solar e o nono maior e décimo mais massivo objeto observado diretamente orbitando o Sol. Originalmente classificado como um planeta, Plutão é atualmente o maior membro conhecido do cinturão de Kuiper, uma região de corpos além da órbita de Netuno.

Plutão.

Como outros membros do cinturão de Kuiper, Plutão é composto primariamente de rocha e gelo e é relativamente pequeno, com aproximadamente um quinto da massa da Lua e um terço de seu volume. Ele tem uma órbita altamente inclinada e excêntrica que o leva de 30 a 49 UA do Sol. Isso faz Plutão ficar periodicamente mais perto do Sol do que Netuno (Neptuno). Atualmente Plutão está a 32,9 UA do Sol.

Plutão foi descoberto em 1930 por Clyde Tombaugh e até 2006 foi considerado o nono planeta do Sistema Solar. A partir de 1992, com a descoberta de vários outros objetos similares a ele no Sistema Solar externo, sua classificação como um planeta começou a ser questionada, especialmente após a descoberta em 2005 de Éris, 27% mais massivo que Plutão. Em 2006 a União Astronômica Internacional (UAI) criou uma definição formal do termo "planeta", a qual fez Plutão deixar de ser planeta e ganhar a nova classificação de planeta anão, juntamente com Éris e Ceres. Há cientistas que afirmam que Plutão, assim como outros planetas anões e candidatos, deveriam ser classificados como planetas.

Plutão tem cinco luas conhecidas: Caronte (a maior, com metade do diâmetro de Plutão), Estige, Nix, Cérbero e Hidra. Plutão e Caronte são às vezes considerados um planeta binário porque o baricentro de suas órbitas não se encontra em nenhum dos corpos, e sim no espaço livre entre eles. A UAI ainda não criou uma definição formal para planetas anões binários, e Caronte é oficialmente classificado como satélite de Plutão. Em 14 de julho de 2015, a sonda espacial New Horizons se tornou a primeira a sobrevoar Plutão. Durante seu sobrevoo, a New Horizons fez medições e observações detalhadas de Plutão e suas luas.

Urano (planeta)

Urano é o sétimo planeta a partir do Sol, o terceiro maior e o quarto mais massivo dos oito planetas do Sistema Solar. Foi nomeado em homenagem ao deus grego do céu, Urano. Embora seja visível a olho nu em boas condições de visualização, não foi reconhecido pelos astrônomos antigos como um planeta devido a seu pequeno brilho e lenta órbita. William Herschel anunciou sua descoberta em 13 de março de 1781, expandindo as fronteiras do Sistema Solar pela primeira vez na história moderna. Urano foi também o primeiro planeta a ser descoberto por meio de um telescópio.

Urano.

Urano tem uma composição similar à de Netuno, e ambos possuem uma composição química diferente da dos maiores gigantes gasosos, Júpiter e Saturno. Como tal, os astrônomos algumas vezes os colocam em uma categoria separada, os "gigantes gelados". A atmosfera de Urano, embora similar às de Júpiter e Saturno em sua composição primária de hidrogênio e hélio, contém mais "gelos" tais como água, amônia e metano, assim como traços de hidrocarbonetos. É a mais fria atmosfera planetária no Sistema Solar, com uma temperatura mínima de 49 K (–224 °C). Tem uma complexa estrutura de nuvens em camadas, e acredita-se que a água forma as nuvens mais baixas, e o metano as mais exteriores. Em contraste, seu interior é formado principalmente por gelo e rochas.

Como os outros planetas gigantes, Urano tem um sistema de anéis, uma magnetosfera e vários satélites naturais. O sistema uraniano tem uma configuração única entre os planetas porque seu eixo de rotação é inclinado para o lado, quase no plano de translação do planeta. Portanto, seus polos norte e sul estão quase situados onde seria o equador nos outros planetas. Em 1986, imagens da sonda Voyager 2 mostraram Urano como um planeta virtualmente sem características na luz visível, ao contrário dos outros planetas gigantes que contêm faixas de nuvens e grandes tempestades. Entretanto, observações terrestres têm mostrado sinais de mudanças sazonais e aumento da atividade meteorológica nos últimos anos à medida que Urano se aproximou do equinócio. A velocidade de vento no planeta pode alcançar 250 metros por segundo (900 km/h).

Saturno (planeta)

Saturno é o sexto planeta a partir do Sol e o segundo maior do Sistema Solar atrás de Júpiter. Pertencente ao grupo dos gigantes gasosos, possui cerca de 95 massas terrestres e orbita a uma distância média de 9,5 unidades astronômicas.

Possui um pequeno núcleo rochoso, circundado por uma espessa camada de hidrogênio metálico e hélio. A sua atmosfera, também composta principalmente de hidrogênio, apresenta faixas com fortes ventos, cuja energia provém tanto do calor recebido do Sol quanto da energia irradiada de seu centro. Entretanto, estas bandas possuem aspecto pouco proeminente, com coloração que varia do marrom ao amarelado, devido à espessa névoa que envolve o planeta, além das camadas de nuvens. Sazonalmente surgem grandes sistemas de tempestades, além de vórtices permanentes existentes nos polos.

Saturno.

Sua magnetosfera gera, dentre outros fenômenos, auroras em seus polos. Uma das origens de seu campo magnético é a rápida rotação do planeta (menos de onze horas), que faz ainda que Saturno seja o planeta mais achatado do Sistema Solar. Modelos sugerem que o planeta teria se formado mais perto do Sol mas, devido à interação gravitacional com outros corpos, migrou para longe. Uma das características mais notáveis de Saturno é seu complexo e proeminente sistema de anéis, formados por gelo de água. Além dos anéis, mais de oitenta satélites naturais ao seu redor, dos quais destaca-se Titã, envolto em uma espessa atmosfera de metano.

Visto da Terra, Saturno aparenta ser uma estrela brilhante no céu, facilmente visível. Somente após a invenção do telescópio, entretanto, descobriu-se seus anéis e satélites. Embora a qualidade dos instrumentos de observação tenha evoluído, o envio de sondas espaciais revelou detalhes sem precedentes. As sondas Pioneer 11, Voyager 1 e Voyager 2 passaram próximas a Saturno, mas sua complexidade motivou o envio de um orbitador, a Cassini, que levou consigo uma sonda, Huygens, que acabou por pousar na superfície de Titã.

Júpiter (planeta)

Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar, tanto em diâmetro quanto em massa, e é o quinto mais próximo do Sol. Possui menos de um milésimo da massa solar, contudo tem 2,5 vezes a massa de todos os outros planetas em conjunto. É um planeta gasoso, junto com Saturno, Urano e Netuno. Estes quatro planetas são por vezes chamados de planetas jupiterianos ou planetas jovianos, e são os quatro gigantes gasosos, isto é, que não são compostos primariamente de matéria sólida.

Júpiter é composto principalmente de hidrogênio, sendo um quarto de sua massa composta de hélio, embora o hélio corresponda a apenas um décimo do número total de moléculas. O planeta também pode possuir um núcleo rochoso composto por elementos mais pesados, embora, como os outros planetas gigantes, não possua uma superfície sólida bem definida. Por causa de sua rotação rápida, de cerca de dez horas, ele possui o formato de uma esfera oblata (ele possui uma suave, mas perceptível, saliência em torno do equador). Sua atmosfera externa é visivelmente dividida em diversas faixas, em várias latitudes, resultando em turbulência e tempestades nas regiões onde as faixas se encontram. Uma dessas tempestades é a Grande Mancha Vermelha, uma das características visíveis de Júpiter mais conhecidas e proeminentes, cuja existência data pelo menos do século XVII, quando foi pela primeira vez avistada com telescópio, com ventos de até 650  km/h e um diâmetro transversal duas vezes maior do que a Terra.

Júpiter.

Júpiter é observável da Terra a olho nu, com uma magnitude aparente máxima de -2,94, sendo no geral o quarto objeto mais brilhante no céu, depois do Sol, da Lua e de Vênus, embora, por vezes, Marte também fique mais brilhante do que Júpiter. O planeta era conhecido por astrônomos de tempos antigos e era associado com as crenças mitológicas e religiosas de várias culturas. Os romanos nomearam o planeta de Júpiter, um deus de sua mitologia. Júpiter possui um tênue sistema de anéis e uma poderosa magnetosfera. Possui pelo menos 95 satélites , dos quais se destacam os quatro descobertos por Galileu Galilei em 1610: Ganimedes, o maior do Sistema Solar, Calisto, Io e Europa; os três primeiros são mais massivos que a Lua, sendo que Ganimedes possui um diâmetro maior que o do planeta Mercúrio.

Várias sondas espaciais visitaram Júpiter, todas elas de origem estadunidense. A Pioneer 10 passou por Júpiter em dezembro de 1973, seguida pela Pioneer 11, cerca de um ano depois. A Voyager 1 passou em março de 1979, seguida pela Voyager 2 em julho do mesmo ano. A sonda espacial Galileu entrou na órbita de Júpiter em 1995, enviando uma sonda através da atmosfera no mesmo ano e conduzindo múltiplas aproximações com os satélites galileanos até 2003. A sonda Galileu também presenciou o impacto do cometa Shoemaker-Levy 9 em Júpiter em 1994, possibilitando a observação direta deste evento. Outras missões incluem as sondas Ulysses, Cassini-Huygens e New Horizons, que utilizaram o planeta para aumentar sua velocidade e ajustar a sua direção aos seus respectivos objetivos. A última sonda a visitar o planeta foi Juno, que entrou em órbita em 4 de julho de 2016. Um futuro alvo de exploração é Europa, satélite que provavelmente possui um oceano líquido coberto de gelo.

Marte (planeta)

Marte é o quarto planeta a partir do Sol, o segundo menor do Sistema Solar. Batizado em homenagem a divindade romana da guerra, muitas vezes é descrito como o "Planeta Vermelho", porque o óxido de ferro predominante em sua superfície lhe dá uma aparência avermelhada.

Marte.

Marte é um planeta rochoso com uma atmosfera fina, com características de superfície que lembram tanto as crateras de impacto da Lua quanto vulcões, vales, desertos e calotas polares da Terra. O período de rotação e os ciclos sazonais de Marte são também semelhantes aos da Terra, assim como é a inclinação que produz as suas estações do ano. Marte é o lar do Monte Olimpo, a segunda montanha mais alta conhecida no Sistema Solar (a mais alta em um planeta), e do Valles Marineris, um desfiladeiro gigantesco. A suave Bacia Polar Norte, no hemisfério norte marciano, cobre cerca de 40% do planeta e pode ser uma enorme marca de impacto. Marte tem duas luas conhecidas, Fobos e Deimos, que são pequenas e de forma irregular. Estas luas podem ser asteroides capturados, semelhante ao 5261 Eureka, um asteroide troiano marciano.

Terra (planeta)

A Terra é o terceiro planeta mais próximo do Sol, o mais denso e o quinto maior dos oito planetas do Sistema Solar. É também o maior dos quatro planetas telúricos. É por vezes designada como Mundo ou Planeta Azul. Lar de milhões de espécies de seres vivos, incluindo os humanos, a Terra é o único corpo celeste onde é conhecida a existência de vida. O planeta formou-se há 4,56 bilhões de anos, e a vida surgiu na sua superfície um bilhão de anos depois. Desde então, a biosfera terrestre alterou significativamente a atmosfera e outros fatores abióticos do planeta, permitindo a proliferação de organismos aeróbicos, bem como a formação de uma camada de ozônio, a qual, em conjunto com o campo magnético terrestre, bloqueia radiação solar prejudicial, permitindo a vida no planeta. As propriedades físicas do planeta, bem como sua história geológica e órbita, permitiram que a vida persistisse durante este período. Acredita-se que a Terra poderá suportar vida durante pelo menos outros 500 milhões de anos.

Fotografia A Bolinha Azul obtida durante a missão Apollo 17, em 1972

A sua superfície exterior está dividida em vários segmentos rígidos, chamados placas tectônicas, que migram sobre a superfície terrestre ao longo de milhões de anos. Cerca de 71% da superfície da Terra está coberta por oceanos de água salgada, com o restante consistindo de continentes e ilhas, os quais contêm muitos lagos e outros corpos de água que contribuem para a hidrosfera. Não se conhece a existência de água no estado líquido em equilíbrio, necessária à manutenção da vida como a conhecemos, na superfície de qualquer outro planeta. Os polos geográficos da Terra encontram-se maioritariamente cobertos por mantos de gelo ou por banquisas. O interior da Terra permanece ativo, com um manto espesso e relativamente sólido, um núcleo externo líquido que gera um campo magnético, e um núcleo interno sólido, composto sobretudo por ferro.

A Terra interage com outros objetos no espaço, em particular com o Sol e a Lua. No presente, a Terra orbita o Sol uma vez por cada 366,26 rotações sobre o seu próprio eixo, o que equivale a 365,26 dias solares ou um ano sideral. O eixo de rotação da Terra possui uma inclinação de 23,4° em relação à perpendicular ao seu plano orbital,  produzindo variações sazonais na superfície do planeta com período igual a um ano tropical (365,24 dias solares). A Lua é o único satélite natural conhecido da Terra, tendo começado a orbitá-la há 4,53 bilhões de anos. É responsável pelas marés, estabiliza a inclinação axial da Terra e abranda gradualmente a rotação do planeta. Entre aproximadamente 4,1 e 3,8 bilhões de anos atrás, durante o intenso bombardeio tardio, impactos de asteroides causaram mudanças significativas na superfície terrestre.

Os recursos minerais da Terra em conjunto com os produtos da biosfera, fornecem recursos que são utilizados para suportar uma população humana global. Estes habitantes da Terra estão agrupados em cerca de 200 Estados soberanos, que interagem entre si por meio da diplomacia, viagens, comércio e ação militar. As culturas humanas desenvolveram várias crenças sobre o planeta, incluindo a sua personificação em uma deidade, a crença numa Terra plana, ou em que a Terra é o centro do universo, e uma perspectiva moderna do mundo como um ambiente integrado que requer proteção.

Vênus (planeta)

Vênus o segundo planeta do Sistema Solar em ordem de distância a partir do Sol, orbitando-o a cada 224,7 dias. Recebeu seu nome em homenagem à deusa romana do amor e da beleza Vênus, equivalente a Afrodite. Depois da Lua, é o objeto mais brilhante do céu noturno, atingindo uma magnitude aparente de -4,6, o suficiente para produzir sombras. A distância média da Terra a Vênus é de 0,28 AU, sendo esta a menor distância entre qualquer par de planetas. Como Vênus se encontra mais próximo do Sol do que a Terra, ele pode ser visto aproximadamente na mesma direção do Sol (sua maior elongação é de 47,8°). Vênus atinge seu brilho máximo algumas horas antes da alvorada ou depois do ocaso, sendo por isso conhecido como a estrela da manhã (Estrela-d'Alva) ou estrela da tarde (Vésper); também é chamado Estrela do Pastor.

Vênus.

Vênus é considerado um planeta do tipo terrestre ou telúrico, chamado com frequência de planeta irmão da Terra, já que ambos são similares quanto ao tamanho, massa e composição. Vênus é coberto por uma camada opaca de nuvens de ácido sulfúrico altamente reflexivas, impedindo que a sua superfície seja vista do espaço na luz visível. Ele possui a mais densa atmosfera entre todos os planetas terrestres do Sistema Solar, constituída principalmente de dióxido de carbono. Vênus não possui um ciclo do carbono para fixar o carbono em rochas ou outros componentes da superfície, nem parece ter vida orgânica para absorvê-lo como biomassa. Acredita-se que no passado Vênus possuía oceanos como os da Terra, que se evaporaram quando a temperatura se elevou, restando uma paisagem desértica, seca e poeirenta, com muitas pedras em forma de placas. A água provavelmente se dissociou e, devido à inexistência de um campo magnético, o hidrogênio foi arrastado para o espaço interplanetário pelo vento solar. A pressão atmosférica na superfície do planeta é 92 vezes a da Terra.

A superfície venusiana foi objeto de especulação até que alguns dos seus segredos foram revelados pela ciência planetária no século XX. Ele foi finalmente mapeado em detalhes pelo Programa Magellan de 1990 a 1994. O solo apresenta evidências de extenso vulcanismo e o enxofre na atmosfera pode indicar que houve algumas erupções recentes. Entretanto, a falta de evidência de fluxo de lava acompanhando algumas das caldeiras visíveis permanece um enigma. O planeta possui poucas crateras de impacto, demonstrando que a superfície é relativamente jovem, com idade de aproximadamente 300-600 milhões de anos. Não há evidência de placas tectônicas, possivelmente porque a crosta é muito forte para ser reduzida, sem água para torná-la menos viscosa. Em vez disso, Vênus pode perder seu calor interno em eventos periódicos de reposição da superfície.

Mercúrio (planeta)

Mercúrio é o menor e mais interno planeta do Sistema Solar, orbitando o Sol a cada 87,969 dias terrestres. A sua órbita tem a maior excentricidade e o seu eixo apresenta a menor inclinação em relação ao plano da órbita dentre todos os planetas do Sistema Solar. Mercúrio completa três rotações em torno de seu eixo a cada duas órbitas. O periélio da órbita de Mercúrio apresenta uma precessão de 5 600 segundos de arco por século, um fenômeno completamente explicado apenas a partir do século XX pela Teoria da Relatividade Geral formulada por Albert Einstein. A sua aparência é brilhante quando observado da Terra, tendo uma magnitude aparente que varia de −2,6 a 5,7, embora não seja facilmente observado pois sua separação angular do Sol é de apenas 28,3º. Uma vez que Mercúrio normalmente se perde no intenso brilho solar, exceto em eclipses solares, só pode ser observado a olho nu durante o crepúsculo matutino ou vespertino.

Em uma média ao longo do tempo, Mercúrio (e não Vênus) é o planeta mais próximo da Terra, do que os outros planetas do Sistema Solar, como demostrado em um estudo publicado em março de 2019 na revista Physics Today [en]. Segundo os pesquisadores Tom Stockman, Gabriel Monroe e Samuel Cordner, os métodos convencionais para o cálculo do "planeta mais próximo da Terra" são simples demais. Popularizou-se na ciência que Vênus seria o planeta mais próximo da Terra, por uma suposição errônea sobre a distância média entre os planetas. Um método matemático criado pelos pesquisadores, determinou que, quando se calcula a média ao longo do tempo, o vizinho mais próximo da Terra é, na verdade Mercúrio. Essa correção é relevante para mais do que apenas os vizinhos da Terra. A solução pode ser generalizada para incluir quaisquer dois corpos em órbitas aproximadamente circulares, concêntricas e coplanares. Usando o método mais preciso para estimar a distância média entre dois corpos em órbita, a conclusão foi que que essa distância é proporcional ao raio relativo das órbitas internas.

Em relação a outros planetas, pouco se sabe a respeito de Mercúrio, pois telescópios em solo terrestre revelam apenas um crescente iluminado com detalhes limitados. As duas primeiras espaçonaves a explorar o planeta foram a Mariner 10, que mapeou aproximadamente 45% da superfície do planeta entre 1974 e 1975, e a MESSENGER, que mapeou outros 30% da superfície durante um sobrevoo em 14 de janeiro de 2008. O último sobrevoo ocorreu em setembro de 2009 e a nave entrou em órbita do planeta em 18 de março de 2011, quando começou a mapear o restante do planeta, numa missão com duração nominal de um ano terrestre.

Mercúrio.

Mercúrio tem uma aparência similar à da Lua com crateras de impacto e planícies lisas, não possuindo satélites naturais nem uma atmosfera substancial. Entretanto, diferentemente da Lua, possui uma grande quantidade de ferro no núcleo que gera um campo magnético, cuja intensidade é cerca de 1% da intensidade do campo magnético da Terra. É um planeta excepcionalmente denso devido ao tamanho relativo de seu núcleo. A temperatura em sua superfície varia de 90 a 700 K (−183 °C a 427 °C). O ponto subsolar é a região mais quente e o fundo das crateras perto dos polos as regiões mais frias.

As primeiras observações registradas de Mercúrio datam pelo menos do primeiro milênio antes de Cristo. Antes do século IV a.C., astrônomos gregos acreditavam que se tratasse de dois objetos distintos: um visível no nascer do sol, ao qual chamavam Apolo, e outro visível ao pôr do Sol, chamado de Hermes. O nome em português para o planeta provém da Roma Antiga, onde o astro recebeu o nome do deus romano Mercúrio, que tinha na mitologia grega o nome de Hermes (Ἑρμῆς). O símbolo astronômico de Mercúrio é uma versão estilizada do caduceu de Hermes.

Netuno (planeta)

Netuno é o oitavo planeta do Sistema Solar, o último a partir do Sol desde a reclassificação de Plutão para a categoria de planeta anão, em 2006. Pertencente ao grupo dos gigantes gasosos, possui um tamanho ligeiramente menor que o de Urano, mas maior massa, equivalente a 17 massas terrestres. Netuno orbita o Sol a uma distância média de 30,1 unidades astronômicas.

O planeta é formado por um pequeno núcleo rochoso ao redor do qual encontra-se uma camada formada possivelmente por água, amônia e metano sobre a qual situa-se sua turbulenta atmosfera, constituída predominantemente de hidrogênio e hélio. De fato, notáveis eventos climáticos ocorrem em Netuno, inclusive a formação de diversas camadas de nuvens, tempestades ciclônicas visíveis, como a já extinta Grande Mancha Escura, além dos ventos mais rápidos do Sistema Solar, que atingem mais de 2 000 km/h. A radiação solar recebida por Netuno não seria suficiente para fornecer tamanha energia à turbulenta atmosfera, pelo que descobriu-se que o calor irradiado do centro do planeta possui um papel importante na manutenção destes eventos meteorológicos extremos. A pequena quantidade de metano nas camadas altas da atmosfera é, em parte, responsável pela coloração azul do planeta.

Netuno.

Ao redor de Netuno orbitam quatorze satélites naturais conhecidos, dos quais destaca-se Tritão, de longe o maior. Um tênue e incomum sistema de anéis também existe, exibindo uma estrutura irregular com concentrações de material que formam arcos. Sua influência gravitacional afeta as órbitas de corpos menores situados além, no Cinturão de Kuiper, entrando em ressonância orbital.

Visto da Terra, Netuno apresenta uma alta magnitude (quanto mais brilhante o astro, menor sua magnitude), sendo impossível observá-lo a olho nu. Suspeitou-se de sua existência somente após a observação cuidadosa da órbita de Urano, que apresentava ligeiras irregularidades por conta da perturbação gravitacional de Netuno. Após análise matemática com conclusões obtidas independentemente por John Couch Adams e Urbain Le Verrier, obtiveram as posições aproximadas de onde o planeta deveria estar na esfera celeste. Após diversas buscas com o auxílio de telescópios, em 23 de setembro de 1846 encontraram o planeta, cujo nome escolhido posteriormente homenageia o deus romano dos mares. Até o presente momento, a única sonda espacial que visitou o planeta foi a Voyager 2, em 1989, cuja passagem permitiu obter fotografias e informações sem precedentes, ainda sendo a principal fonte de dados sobre o que atualmente se conhece sobre o planeta.

domingo, 24 de setembro de 2023

Extinção do Permiano-Triássico

A extinção do Permiano-Triássico ou extinção Permo-Triássica (P–Tr ou P–T), também conhecida informalmente como Great Dying (em português: Grande Morte), foi uma extinção em massa ocorrida por volta de 252 milhões de anos atrás, determinando a passagem do período Permiano para o Triássico, bem como a fronteira entre as eras Paleozoica e Mesozoica.

Este evento é a extinção em massa de maiores proporções que já ocorreu na Terra, resultando no desaparecimento de 95% das espécies marinhas e 70% das espécies terrestres. Os dados estimam que 57% das famílias e 85% dos gêneros foram ceifados. Tornou-se também o único evento de extinção em massa de insetos conhecido. Por causa de seu impacto, foi descrita como a "mãe de todas as extinções em massa".

A extinção também se tornou a mais lenta para a recuperação da biodiversidade, estimando dez milhões em comparação com outras extinções em massa. Apesar disso, um estudo realizando em Idaho demonstrou que a vida marinha se recuperou com uma relativa rapidez, por volta de dois milhões de anos. As evidências indicam que a extinção ocorreu em três fases distintas, sendo a primeira ocasionada por prováveis mudanças climáticas graduais, tais como: mudança do nível do mar, eventos anóxicos e aumento de períodos de seca. Enquanto as fases posteriores ocorrerem em eventos catastróficos, algumas hipóteses de causas são quedas de meteoroides, massivas erupções vulcânicas (como trapps siberianos), e mudanças climáticas baseadas nas teorias de arma de clatratos e das arqueas metanogênicas.

Explosão Cambriana

A explosão Cambriana ou explosão câmbrica foi o aparecimento relativamente rápido, em um período de alguns milhões de anos, dos filos mais importantes, durante o período Cambriano há cerca de 530 milhões de anos, conforme encontrado no registro fóssil. Este surgimento foi acompanhado por uma grande diversificação de outros organismos, incluindo animais, fitoplâncton, e calcimicróbios. Até cerca de 580 milhões de anos a maioria dos organismos eram simples, compostos de células individuais, ocasionalmente organizadas em colônias. Nos 70 ou 80 milhões anos seguintes a taxa de evolução foi acelerada em uma ordem de magnitude (conforme definido em termos da relação entre extinção e origem de espécies e a diversidade da vida começou a se parecer com a atual.

A explosão Cambriana gerou debates científicos extensos. O aparecimento rápido de fósseis no "Strata Primordial" foi notado já no século 19, e Charles Darwin via-o como uma das principais objeções que poderiam ser feitas contra sua teoria da evolução pela seleção natural.

A perplexidade sobre o aparecimento da fauna Cambriana, que parece abrupta e vir de lugar algum, está centralizada em três pontos chave: se houve realmente uma diversificação em massa de organismos complexos sobre um período relativamente curto de tempo durante o início do Cambriano; o que poderia ter causado esta mudança rápida; e o que isto iria implicar sobre a origem e evolução dos animais. A interpretação é difícil devido a uma quantia limitada de evidências, baseada principalmente em um registro fóssil incompleto e assinaturas químicas deixadas em rochas cambrianas.

Permiano

O Permiano ou Pérmico é intervalo de tempo geológico, compreendido entre -286 e -245 milhões de anos, que é o sexto e último período da Era Paleozoica.Neste período continuaram a existir grandes movimentos de placas tectónicas: o continente do norte, Laurásia, formado pelas atuais América do Norte, Gronelândia, Europa e Ásia, ligou-se ao continente do Hemisfério Sul, Gondwana, formado pelas atuais América do Sul, África, Índia, Austrália e Antártida, dando origem a um único supercontinente, Pangeia, estendendo-se de polo a polo.

A grande glaciação que teve início no período Carbónico continuou durante o Pérmico, principalmente na parte sul de Gondwana, enquanto que no resto da Pangeia o clima era quente e seco, com extensas zonas áridas nas zonas tropicais e subtropicais. A Laurásia e Gondwana continuavam separadas no seu extremo oriental pelo Mar de Tétis e o resto da superfície terrestre estava coberta por um grande oceano chamado Pantalassa. A colisão dos continentes para a formação da Pangeia deu origem à formação das montanhas Apalaches na América do Norte e às Hercínicas na Europa e na Ásia, e também aos Urais quando um segmento da Sibéria Ocidental colidiu com a Laurásia.

As bacias de sedimentação referentes ao Pérmico são constituídas por depósitos marinhos e continentais, predominantemente arenitos, conglomerados, xistos, calcários dolomíticos, evaporitos de elevada importância económica (sal-gema, silvite, gesso), carvão, petróleo e cobre e encontram-se espalhados por todos os continentes. A sequência dos depósitos demonstra que o clima no Pérmico oscilou entre períodos quentes e frios.

Os registos fósseis indicam que a vida neste período evoluiu sem grandes mudanças relativamente ao Carbónico: os invertebrados marinhos, principalmente braquiópodes, amonoides e bivalves são de grande importância para o reconhecimento dos depósitos deste período. Entre os vertebrados, os répteis evoluíram para três grupos distintos: os cotilossauros, os pelicossauros e os terápsides. As plantas desenvolveram-se a partir dos fetos do Carbónico e adaptaram-se aos terrenos secos e bem drenados. Iniciou-se o desenvolvimento das coníferas.

No entanto, no final do período, devido a uma alteração rigorosa do clima, muitas formas de vida extinguiram-se: as trilobites e as fusulinas desapareceram e os braquiópodes e os amonoides reduziram-se significativamente; a flora do sul de Gondwana desapareceu enquanto que as coníferas do Norte sobreviveram. Ainda hoje não há certeza sobre os acontecimentos que levaram a estas extinções em massa.

A designação Pérmico deriva da palavra Permo, nome de planície russa a oeste dos Urais.

Referências:
Infopédia.