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terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Questão de História - UFU 2023/2 - [...] E no final da década de 1930 as ortodoxias liberais da livre

UFU 2023/2 - [...] E no final da década de 1930 as ortodoxias liberais da livre competição pareciam tão desgastadas que a economia mundial podia ser vista como um sistema tríplice composto de um setor de mercado, um governamental [...] e um setor de autoridades públicas e quase públicas internacionais que regulavam algumas partes da economia. 
HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos. O breve século XX 1914-1991.São Paulo: Cia das Letras, 1995, p. 108. 

A) Discorra sobre dois aspectos do liberalismo que podem ser relacionados à emergência da crise de 1929. 
B) Explique como a teoria keynesiana teve um papel importante no enfrentamento da crise de 1929.

RESPOSTA:
A) O período histórico anterior à crise de 1929 foi marcado pela exacerbação do liberalismo econômico, marcado pela diminuição das intervenções estatais na economia, reconhecidas como “Laissez-faire” (ou “autorregulação dos mercados”). Tal desregulamentação permitiu o crescimento de especulações financeiras que culminaram em uma superprodução de mercadorias, na quebra da bolsa de valores e na Grande Depressão, que afetou as economias capitalistas globais. No âmbito das relações sociais, o liberalismo pregava a ênfase na liberdade individual. Em consonância, a doutrina econômica capitalista se assentava em uma perspectiva meritocrática que reconhecia as situações individuais a partir dos esforços e do protagonismo de cada indivíduo, desprezando as origens e as contradições sociais. Além disso, a doutrina liberal defendia com ênfase a prerrogativa da propriedade privada. Antes do colapso econômico de 1929 havia uma relutância dos Estados capitalistas em intervir diretamente nas atividades das empresas privadas e de legislar sobre a posse de terras, latifúndios e outros.

B) Em contraposição às tendências liberais, a teoria elaborada pelo economista John M. Keynes recomendava uma forte intervenção estatal na economia. Após 1929, o keynesianismo foi adotado como política econômica em países europeus, latinoamericanos, asiáticos e nos Estados Unidos, epicentro da crise mundial, por meio do “New Deal”. Essa prática colaborou na recuperação dos mercados capitalistas através da ampliação massiva nos gastos em infraestrutura e em políticas de combate ao desemprego. Além disso, as mudanças postas nos padrões fiscais e monetários possibilitaram o crescimento do consumo e investimentos públicos em indústrias e empresas privadas. 

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