UFU 2023/2 - A realidade da ação humana impõe a agentes morais a necessidade de identificar em cada circunstância particular o que deve ser feito e como. No âmbito da teoria ética de Aristóteles, a prudência (phronesis) é a virtude intelectual da parte racional da alma que opera com o que é contingente. Essa virtude intelectual é condição necessária para a delimitação do meio termo em que consiste a ação moralmente boa e para a deliberação correta. Explique como
A) a prudência (phronesis) demanda deliberar corretamente.
B) o meio termo é identificado, levando em consideração as circunstâncias particulares da ação.
RESPOSTA:
A) Na ética de Aristóteles, a virtude é uma disposição interior constante, que
pertence ao gênero das ações voluntárias, feitas por escolhas deliberadas sobre
os meios possíveis para alcançar um fim, que está ao alcance ou no poder do
agente e cabe à prudência (phronesis) orientar a escolha, isto é, a deliberação
racional, porque é capaz de discernir o bom e o mau nas coisas e as relações
convenientes entre meios e fins, visando ao meio termo.
B) A virtude é a justa medida entre os extremos contrários, a moderação entre os
dois extremos, o justo meio termo, nem excesso, nem falta. A virtude é sabedoria
prática que lida com o contingente e com o tempo, com aquilo que pode ser de
outra maneira e para o qual não existem regras preestabelecidas que orientem,
de antemão, a ação. Moderar é pesar, ponderar, equilibrar e deliberar. É a ação
que institui a medida, o métron, para aquilo que, por si mesmo e em si mesmo,
não possui ou não conhece medida ou limite. Na ética aristotélica, a medida
moderadora é o médio. A ética é, pois, a ciência prática da moderação ou, como
diz Aristóteles, da prudência. A tarefa da ética é orientar-nos para a aquisição
desse hábito, a educação do caráter, tornando-nos virtuosos e prudentes.
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