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terça-feira, 23 de abril de 2024

Revolução Russa de 1917 : Resumo | História

Havia muitos antecedentes que desencadearam a Revolução Russa de 1917, como, por exemplo, o atraso econômico da Rússia em relação a outros países europeus. O Império Russo na época era conhecido como o “Gigante dos Pés de Barro”. Apesar da libertação dos servos em 1861, a maior parte dos trabalhadores rurais vivia em péssimas condições, sendo a fome muito comum nas áreas rurais da Rússia, gerando uma tensão de classes crescente entre camponeses e burgueses.

Outro fator foi a chegada da industrialização nas cidades através de capital estrangeiro, fazendo com que os trabalhadores pouco a pouco começassem a se organizar em busca de melhores condições. Afinal, a exploração também acontecia nas cidades. Em 1905, a humilhante derrota na Guerra Russo-Japonesa desencadeou uma série de revoltas internas contra o regime absolutista do Czar Nicolau II, com greves e protestos explodindo em diversas regiões do império. Ainda em 1905, aconteceu o Domingo Sangrento, episódio também conhecido como Ensaio Geral, onde guardas do czar receberam os manifestantes a tiros em frente ao palácio real.

A situação ficou insustentável em 1914, quando a Rússia decidiu entrar na Primeira Guerra Mundial, mesmo estando devastada economicamente. A crise militar gerou até falta de munição durante o conflito, o que resultou na perda de milhões de soldados e piorou as tensões entre o governo e a população. A primeira fase do levante socialista ocorreu em 1917, com a Revolução de Fevereiro, liderada pelos mencheviques. Uma marcha pelo Dia das Mulheres acabou se transformando num protesto generalizado contra a situação da Rússia. Os proletários invadiram o palácio do czar, em São Petersburgo, e forçaram a sua renúncia, organizando-se em um governo provisório, com uma Assembleia Constituinte.

A política estava dividida entre bolcheviques e mencheviques, representados por inúmeros partidos socialistas e liberais.

No entanto, a permanência na Primeira Guerra ainda causava revolta entre os trabalhadores. O cenário de instabilidade chegou ao ápice quando tropas ligadas ao czar fizeram uma tentativa de retomar o poder monárquico, sendo impedidas pelo Exército Vermelho de Leon Trotsky, um dos grandes líderes da revolução. Tudo isso abriu caminho para a Revolução de Outubro, quando os bolcheviques promoveram a derrubada do governo provisório, tomaram o poder e fecharam a Assembleia Constituinte, liderados por Vladimir Lenin e suas Teses de Abril, de pão, terra e paz para o povo russo. O Partido Operário Social-Democrata Russo também retirou a Rússia da Primeira Guerra, aplicou a coletivização dos campos e introduziu medidas sociais para conter a miséria no país.


Em 1921, Lenin lançou ainda a Nova Política Econômica, NEP, que, na prática, é um recuo comunista de guerra centralizador. Ele permite a criação de pequenas propriedades privadas e a entrada de investimentos estrangeiros. Era a teoria de dar um passo para trás para poder dar dois passos para frente.

Finalmente, chegava a queda total da autocracia russa. Porém, a revolução não salvou a Rússia de uma sangrenta guerra civil entre os apoiadores do Exército Vermelho e os do Exército Branco, formado por monarquistas e nações capitalistas.

Em 1922, Lenin conseguiu que fosse aprovada a fundação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

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