A questão ambiental é um dos grandes problemas no mundo atual. Ela está presente nas discussões políticas de todos os países. O tema ambiental deixou de ser apenas uma questão ecológica e passou a ser amplamente debatido sob as perspectivas econômica e política. As preocupações com o meio ambiente têm aumentado consideravelmente. Esse aspecto é fundamental desde a segunda metade do século XX.
Então, a partir desse período, o ser humano começa a entender que o meio ambiente reage às práticas e ações humanas. E, a partir disso, é possível observar que podemos dividir os problemas ambientais de acordo com sua origem. Assim, podemos compreender os problemas ambientais globais, os problemas ambientais das áreas rurais e os problemas ambientais das áreas urbanas.
Se a gente parar para analisar os problemas ambientais urbanos, é possível identificar causas. A verdade é que eles decorrem da primeira revolução industrial. A partir do processo de industrialização, as cidades vão crescer muito e normalmente crescem de forma desordenada, ou seja, sem planejamento. Além disso, é preciso considerar o aumento da população. Quanto mais pessoas, mais o ambiente vai sofrer, sem dúvida alguma. Portanto, é muito importante entender que é possível identificar problemas ambientais ligados ao ambiente urbano, ou seja, às cidades, a partir da industrialização maciça, ou seja, a partir da primeira revolução industrial.
Quando se pensa nos problemas ambientais ligados à cidade, a poluição atmosférica é frequentemente a primeira que vem à mente. Ela resulta naturalmente da atividade industrial, do uso de veículos em massa no ambiente urbano e também das queimadas no meio rural. Esses fatores afetam diretamente a qualidade do ar nas cidades. No contexto urbano, três problemas associados à poluição atmosférica são nitidamente identificáveis:
- Ilha de calor: Esse fenômeno ocorre nos centros das grandes cidades, onde a temperatura é significativamente mais alta do que nas áreas circundantes. A poluição, a ausência de vegetação e o excesso de pavimentação dos solos contribuem para esse aumento de temperatura.
- Inversão térmica: Trata-se de uma ruptura no ciclo natural do ar. Em vez de subir, o ar frio fica preso próximo à superfície, impedindo a dispersão dos poluentes. Isso agrava a poluição atmosférica.
- Chuva ácida: A chuva carregada principalmente de derivados de ácidos de enxofre cai sobre a superfície, causando danos a lavouras, monumentos e outros elementos. Esse fenômeno é resultado da poluição atmosférica e tem impactos significativos.
Outro grande problema ambiental urbano são as enchentes que afligem as grandes cidades. As enchentes estão associadas basicamente ao fato de que os solos no ambiente urbano são muito pavimentados, ou seja: tem muito asfalto, tem muita calçada. E aí quando chove a água da chuva não tem como mais infiltrar no solo, como é o processo natural. E associado a isso, o fato de que a infraestrutura subterrânea de captação dessa água da chuva, normalmente não é bem feita. Resultado: a água fica sobre a superfície. Enchente é um sintoma de cidade que cresceu de maneira desordenada, é um sintoma clássico e está presente na maioria das grandes cidades do mundo.
Um problema ambiental que aflige a humanidade de modo geral é a questão do lixo. O destino dos nossos resíduos é algo realmente preocupante. Hoje, existem discussões sobre como gerar menos lixo ou produzir lixo que seja menos nocivo ao meio ambiente. Nas cidades, o lixo basicamente tem dois destinos: os lixões e os aterros sanitários. Vamos entender melhor cada um deles:
- Lixões: Os lixões são ambientes onde o lixo é armazenado sem nenhum cuidado. Na verdade, ele é depositado a céu aberto, o que gera proliferação de doenças, poluição do solo e contaminação dos lençóis freáticos devido ao chorume. O chorume é aquele líquido escuro e fétido que sai do lixo e pode ser altamente prejudicial. A Organização Mundial da Saúde indica que os lixões devem ser abolidos em todo o mundo. No entanto, essa prática ainda é comum em muitas cidades brasileiras.
- Aterros sanitários: Os aterros sanitários são obras de infraestrutura construídas com todas as técnicas da engenharia para receber o lixo urbano. Diferentemente dos lixões, o lixo não fica em contato direto com o solo. O chorume é recolhido nos aterros sanitários, o que evita sua infiltração na água da chuva e a contaminação do lençol freático. Assim, o solo não é poluído. No entanto, a construção e manutenção de aterros sanitários são caras. Além disso, para que funcionem adequadamente, é necessário que o poder público invista na captação e no recolhimento do lixo reciclável. O lixo reciclável não deve ir para o aterro sanitário, pois esse local é destinado principalmente ao lixo orgânico, que é tratado sem degradar o meio ambiente.
Em grandes cidades, especialmente naquelas que crescem de forma muito desordenada, ou seja, sem planejamento, as águas que cortam essas cidades, os mananciais, normalmente são poluídos. A poluição das águas é outro fator muito marcante em cidades grandes e representa um dos problemas ambientais mais preocupantes. Essa poluição das águas das grandes cidades está ligada sobretudo ao lançamento do lixo nas águas, também ao resíduo do esgoto que não é tratado. Portanto, se não há uma obra ou sistema de saneamento básico que funcione bem, o esgoto produzido nas casas das pessoas que moram em cidades grandes vai parar nos rios.
Lixo no rio, em um local sem saneamento báscio. |
O tratamento de esgotos é fundamental também para a proteção dos rios que cortam as grandes cidades. E se não há coleta de lixo eficiente, muitas pessoas lançam seu próprio lixo nos rios urbanos. Esses são dois elementos extremamente nocivos para as águas urbanas: o lançamento de lixo in natura e esgoto sem tratamento.
E outros aspectos ligados à questão ambiental das cidades dizem respeito à poluição visual e sonora. Esses dois tipos de poluição afetam diretamente a qualidade de vida dos habitantes urbanos. As cidades são naturalmente barulhentas. A poluição sonora nas cidades está diretamente relacionada ao seu crescimento: muitos veículos e propagandas nas ruas contribuem para o aumento do volume sonoro. Para manter a qualidade do ambiente urbano, são necessárias leis e regulamentos municipais que estabeleçam limites para o volume de som permitido em áreas urbanas. Infelizmente, nem sempre essas regras são respeitadas. Além disso, a poluição visual está ligada à publicidade e ao marketing. Outdoors, fachadas de lojas e outros elementos de marketing são projetados para atrair a atenção do público, mas muitas vezes acabam prejudicando a estética do ambiente urbano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário