O conto “Seminário dos Ratos”, de Lygia Fagundes Telles, publicado no livro homônimo em 1977,
a) vale-se da narração em primeira pessoa, reveladora de subjetividade, a fim de denunciar a relação conflituosa entre governo e governados.
b) constrói-se predominantemente por monólogo interior, evidenciando, por meio desse recurso, os interesses ocultos dos que exercem o poder ditatorial.
c) alude à canção “Gota d’água”, de Chico Buarque de Holanda, para, num diálogo intertextual, enaltecer a censura que incidia sobre os movimentos artísticos dos anos 70.
d) utiliza elementos insólitos, a fim de criticar, de forma metafórica, um momento histórico de repressão política do país, evidenciando tensão ao estilo e mentalidade dominantes.
RESPOSTA:
Letra D.
Um seminário oficial que tem por objetivo discutir os métodos para
exterminar roedores se torna, no decorrer da narrativa, em um encontro
regido pelos próprios ratos. Trata-se, portanto, de presença de
elementos insólitos, que, de acordo com o contexto do conto,
metaforizam a situação do país sob o governo militar. [Como afirma a
própria autora, no conto “Seminário dos Ratos”, “diz uma personagem:
‘A situação está sob controle’. Nessa hora, um rato atravessa a sala. É
a metáfora exata do que acontecia naquela época do governo militar!”
(Cadernos de literatura brasileira: Lygia Fagundes Telles. São Paulo:
Prancom. n. 5, 1988)].
Estão incorretas as inferências: em a, “narração em primeira pessoa,
reveladora de subjetividade”; em b, “monólogo interior”; em c,
“enaltecer a censura”.
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