CEFET-MG 2023 - Quando Professor estava começando a história, João Grande chegou e sentou-se ao lado deles. A noite era chuvosa. Na história que Professor lia, a noite era chuvosa também e o navio estava em grande perigo. Os marinheiros apanhavam de chicote, o capitão era um malvado. O barco a vela parecia soçobrar a cada momento, o chicote dos oficiais caía sobre as costas nuas dos marinheiros. João Grande tinha uma expressão de dor no rosto. Volta Seca chegou com um jornal, mas não interrompeu a história, ficou ouvindo. Agora o marinheiro John apanhava chibatadas porque escorregara e caíra no meio do temporal. Volta Seca interrompeu:
– Se Lampião tivesse aí, já tinha comido esse capitão no fuzil... Foi o que fez o marinheiro James, um homenzarrão. Se atirou em cima do capitão, a revolta estalou no buque1. Lá fora chovia. Chovia na história também, era a história de um temporal e de uma revolta. Um dos oficiais ficou do lado dos marinheiros. AMADO, Jorge. Capitães da areia. Rio de Janeiro: Record, 1989. p. 156.
Vocabulário de apoio: ¹* Buque: embarcação pequena, que auxilia em especial os galeões de pesca.
Nesse trecho, a caracterização dos espaços físico e psicológico se evidencia pelo(a)
A) semelhança entre Lampião e o marinheiro James, comparados por suas características físicas.
B) teor jornalístico com o qual a aventura dos marinheiros foi narrada pelo personagem Professor.
C) cruzamento narrativo entre os perigos e emoções suscitados pela história que Professor lia e a realidade dos meninos.
D) descrição sombria e fantasmagórica que assemelha o trapiche onde as crianças abandonadas dormem ao cenário marítimo.
RESPOSTA:
Letra C.
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