ENEM 2006 - O que chamamos de corte principesca era, essencialmente, o palácio do príncipe. Os músicos eram tão indispensáveis nesses grandes palácios quanto os pasteleiros, os cozinheiros e os criados. Eles eram o que se chamava, um tanto pejorativamente, de criados de libré. A maior parte dos músicos ficava satisfeita quando tinha garantida a subsistência, como acontecia com as outras pessoas de classe média na corte; entre os que não se satisfaziam, estava o pai de Mozart. Mas ele também se curvou às circunstâncias a que não podia escapar.
Norbert Elias. Mozart: sociologia de um gênio. Ed. Jorge Zahar, 1995, p. 18 (com adaptações).
Considerando-se que a sociedade do Antigo Regime dividia-se tradicionalmente em estamentos: nobreza, clero e 3.° Estado, é correto afirmar que o autor do texto, ao fazer referência a “classe média”, descreve a sociedade utilizando a noção posterior de classe social a fim de
a) aproximar da nobreza cortesã a condição de classe
dos músicos, que pertenciam ao 3º Estado.
b) destacar a consciência de classe que possuíam os
músicos, ao contrário dos demais trabalhadores
manuais.
c) indicar que os músicos se encontravam na mesma
situação que os demais membros do 3º Estado.
d) distinguir, dentro do 3º Estado, as condições em que
viviam os “criados de libré” e os camponeses.
e) comprovar a existência, no interior da corte, de uma
luta de classes entre os trabalhadores manuais.
RESPOSTA:
Letra C.
Embora conceituados pelo autor como “classe média”,
os músicos e outros servidores na corte principesca (no
caso, a corte do príncipe-arcebispo de Salzburgo), por
não pertencerem ao Primeiro Estado (clero) nem ao
Segundo (nobreza), forçosamente se enquadravam no
Terceiro Estado, juntamente com os demais segmentos sociais do Antigo Regime.
Nenhum comentário:
Postar um comentário