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Questão de História - FUVEST 2016 - Assim como o camponês, o mercador está a princípio submetido, na sua atividade profissional

FUVEST 2016 - Assim como o camponês, o mercador está a princípio submetido, na sua atividade profissional, ao tempo meteorológico, ao ciclo dos estações, à imprevisibilidade das intempéries e dos cataclismos naturais. Como, durante muito tempo, não houve nesse domínio senão necessidade de submissão à ordem da natureza e de Deus, o mercador só teve como meio de ação as preces e as práticas supersticiosas. Mas, quando se organiza uma rede comercial, o tempo se torna objeto de medida. A duração de uma viagem por mar ou por terra, ou de um lugar para outro, o problema dos preços que, no curso de uma mesma operação comercial, mais ainda quando o circuito se complica, sobem ou descem – tudo isso se impõe cada vez mais à sua atenção. Mudança também importante: o mercador descobre o preço do tempo no mesmo momento em que ele explora o espaço, pois para ele a duração essencial é aquela de um trajeto. 
Jacques le Goff. Para uma outra Idade Média. Petrópolis, Vozes, 2013. Adaptado. 

O texto associa a mudança da percepção do tempo pelos mercadores medievais ao 
a) respeito estrito aos princípios do livre-comércio, que determinavam a obediência às regras internacionais de circulação de mercadorias. 
b) crescimento das relações mercantis, que passaram a envolver territórios mais amplos e distâncias mais longas. 
c) aumento da navegação oceânica, que permitiu o estabelecimento de relações comerciais regulares com a América. 
d) avanço das superstições na Europa ocidental, que se difundiram a partir de contatos com povos do leste desse continente e da Ásia. 
e) aparecimento dos relógios, que foram inventados para calcular a duração das viagens ultramarinas.

RESPOSTA:
Letra B.

Feiras, mercados e burgos em expansão transformaram o cenário econômico medieval, exigindo e possibilitando novas formas de percepção do tempo e das distâncias. Para o mercador, "tempo é dinheiro"; cada caminho ou rota tem preço e prazos, e juros são "a alma do negócio".

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