O Maranhão está localizado no meio Norte, mais a oeste do Nordeste brasileiro, e em seu território há características da transicionalidade existente entre a região amazônica, na Região Norte, e o semiárido do sertão, no Nordeste. O Maranhão possui uma rica diversidade de paisagens.
Na porção oeste e noroeste do Maranhão, podemos encontrar a chamada floresta ombrófila densa, que é a nossa floresta amazônica. Ela se encontra subdividida em duas regiões: a ombrófila densa, mais presente no oeste do território maranhense, com a presença principalmente de vegetação densa com a presença de buritizais, imburana e açaí; e a floresta ombrófila de platô, onde encontramos espécies arbóreas, árvores com até 50 metros de altura. Além disso, temos a submontana, que é a região da floresta amazônica com vegetaão de porte e densidade menores.
No território maranhense, também encontramos a vegetação do Cerrado, que predomina no estado, abrangendo o sul e o leste. O interessante dessa vegetação, com elevado grau de endemismo, é que sua fisionomia está associada às diferenças de umidade e porte das árvores que a compõem. Assim, encontramos diferentes formações: o Cerradinho, o Cerrado e o Cerradão.
Mata dos Cocais. |
Na porção mais central, nos vales dos rios Itapecuru, Mearim, Grajaú e Pindaré, indo em direção ao golfão maranhense, encontramos as Matas de Cocais. Essa vegetação é muito interessante, pois caracteriza a transicionalidade entre o oeste amazônico, o sul do cerrado e o leste da caatinga, sem pertencer a nenhuma delas. As Matas de Cocais são extremamente importantes devido à presença dos babaçuais, uma espécie de grande valor socioeconômico. Milhares de famílias no Maranhão sobrevivem com o extrativismo do coco do babaçu. Em 1997, no município de Lago do Junco, foi aprovada a Lei do Babaçu Livre, e hoje diversos municípios do Maranhão já aprovaram essa lei, que garante o acesso às propriedades privadas para que as quebradeiras de coco possam fazer a coleta.
Temos também a vegetação dos campos inundáveis, no entorno do golfão maranhense, na região da baixada maranhense. Essa vegetação herbácea inclui algumas espécies de porte um pouco maior e ocorre em áreas inundadas devido à presença de grandes lagos formados durante as cheias na baixada maranhense.
No litoral, encontramos a vegetação de mangue, que é muito preservada e representa a área de mangue mais preservada do Brasil. Espécies como o mangue-vermelho e o mangue-branco chegam a atingir até 16 metros de altura.
Além disso, no litoral, há a vegetação de dunas, presente no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, entre os rios Periá e Preguiças. Mais a leste, em direção ao delta do rio Parnaíba, encontramos a formação de restingas.
Por fim, existem alguns enclaves de espécies de caatinga no extremo leste do Maranhão, na fronteira com o Piauí, que muitos chamam de vegetação de carrasco.
Assim é a paisagem maranhense, bastante heterogênea, devido à sua característica de transicionalidade. Um ponto importante: o geógrafo Aziz Nacib Ab’Saber coloca que o Maranhão faz parte de três domínios morfoclimáticos: o domínio do cerrado, predominante com mais de 64% do território; o domínio amazônico, com cerca de 35% do território; e 1% de domínio da caatinga
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