UFU 2023/2 - Achille Mbembe, em Crítica da razão negra, desenvolve uma crítica ao projeto europeu de governo e conhecimento que subalternizou os povos negros, constituindo a raça como motivo de segregação e promovendo crimes e massacres ainda presentes nas sociedades ocidentais.
Estamos condenados a viver não apenas com o que produzimos, mas também com o que herdamos. Tendo em vista que não saímos inteiramente de uma mentalidade dominada ainda pela ideia da seleção entre diferentes tipos de humanos, será preciso trabalhar com e contra o passado, de tal maneira que este possa se abrir a um futuro a ser compartilhado com igual dignidade por todos. A questão da produção, a partir da crítica do passado, de um futuro indissociável de uma certa ideia de justiça, da dignidade e do em comum, eis o caminho.
MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. Trad. Sebastião Nascimento. São Paulo: n-1 edições, 2013. p. 306. (Fragmento)
A partir do trecho acima, marque a alternativa CORRETA.
A) Para Mbembe, a opressão racial, vinculada à colonização europeia, é algo relegado ao passado, caracterizando as relações coloniais e as sociedades escravocratas.
B) Classificação e hierarquização entre diferentes tipos humanos são práticas essenciais no desenvolvimento de uma política emancipatória e promotora de equidade.
C) A crítica da razão negra é indissociável da constatação de um passado histórico de segregação e subjugação frente ao qual assumimos formas críticas de enfrentamento.
D) O racismo estrutural e o apagamento da cultura negra são fenômenos recentes no mundo ocidental, contemporâneos ao advento do capitalismo neoliberal.
RESPOSTA:
Letra C.
Os povos negros, ao longo da história moderna, foram relegados à
subalternidade, ao exotismo, ao não humano e ao não intelectualismo.
Desse modo, a identidade negra foi construída a partir da ótica da subjugação/segregação e, portanto, compreender essa construção histórica
é resistir e enfrentar o racismo estrutural e seus desdobramentos.
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