1. Por que Rui Barbosa ficou descontente com o conteúdo da carta encaminhada pelos ex-escravizados?
RESPOSTA: Na carta, os ex-escravizados exigiam instrução pública
para os seus filhos e afirmavam
terem sido os agentes da abolição, e não a família real. Rui
Barbosa, como representante
da elite econômica, política e
letrada do país, considerava um
abuso o fato de negros pobres
e analfabetos reivindicarem a
direção do movimento abolicionista. Na visão oligárquica e
excludente dos grupos governantes, a atuação na vida pública cabia aos homens ricos e
letrados; aos negros e à gente
pobre em geral, cabiam apenas
o trabalho e a obediência.
2. Qual tese é defendida pela autora para criticar a visão de Rui Barbosa? Quais evidências ela apresenta?
RESPOSTA: A autora rebate a visão conservadora de Rui Barbosa expondo a ideia de que a resistência e as fugas dos escravizados
foram decisivas para o fim da
escravidão no Brasil. Em vez de
terem sido observadores passivos ou meros figurantes, os
escravizados foram protagonistas desse acontecimento.
Como evidência do papel decisivo dos escravizados e dos
libertos nessa transformação,
ela cita as constantes fugas e
revoltas coletivas de cativos e
o trabalho de propaganda de
personagens negros ilustres,
como Luís Gama, José do Patrocínio e Manoel Querino, além
de outros menos famosos,
como o sapateiro Salustiano.
3. Como você explica o argumento dos abolicionistas de que o “fim do cativeiro libertaria o homem branco”?
RESPOSTA: O ser humano tem consciência de que uma pessoa, quando submetida à opressão e a um processo
contínuo de embrutecimento, teme mais prolongar esse estado de sofrimento que lutar por sua liberdade,
mesmo que, para isso, tenha que matar ou morrer. Os senhores, por essa razão, tinham que manter vigilância
permanente, para não serem pegos de surpresa. Como viviam com medo de uma reação individual ou de
uma rebelião coletiva, os senhores eram reféns da resistência escrava. Ao abolir a escravidão, eles perderiam o investimento feito nos escravizados, mas se libertariam do medo de conviver diariamente com eles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário