a) o poder político deve ser analisado tanto do ponto de vista de quem o exerce quanto do de quem a ele está submetido.
b) é necessário e vantajoso que tanto o príncipe como o súdito exerçam alternadamente a autoridade do governante.
c) um pensador, ao contrário do que ocorre com um cartógrafo, não precisa mudar de perspectiva para situar posições complementares.
d) as formas do poder político variam, conforme sejam exercidas por representantes do povo ou por membros da aristocracia.
e) tanto o governante como o governado, para bem compreenderem o exercício do poder, devem restringir-se a seus respectivos papéis.
Questão 05 - UNIPAR 2019 - O florentino Nicolau Maquiavel (1469-1527) rompeu com a religiosidade medieval, estabelecendo nítida distinção entre a moral individual e a moral pública. Em seu livro "O Príncipe" preconizava que:
a) o chefe de Estado deve ser um chefe de exército. O Estado em guerra deve renunciar a todo sentimento de humanidade. O equilíbrio das forças está inscrito nos tratados. Mas os chefes de Estado não devem hesitar em trair sua palavra ou violar sua assinatura no interesse do Estado.
b) somente a autoridade ilimitada do soberano poderia manter a ordem interna de uma nação. A ordem política internacional é a mais importante; sem ela se estabeleceria o caos e a turbulência política.
c) na transformação do Estado Natural para o Estado Civil, legitima-se o poder absoluto do rei, uma vez que o segundo monta-se a partir do indivíduo, que cede seus direitos em troca de proteção contra a violência e o caos do primeiro.
d) o trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus... Os reis... são deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê mais longe e de mais alto; deve-se acreditar que ele vê melhor...
e) há três espécies de governo: o republicano, o monárquico e o despótico... A liberdade política não se encontra senão nos governos moderados... Para que não se possa abusar do poder, é preciso que pela disposição das coisas, o poder faça parar o poder.
Questão 06 - ENEM 2012 - Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às grandes transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente o nosso livrearbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre a outra metade.
MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado).
Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo renascentista ao
a) valorizar a interferência divina nos acontecimentos definidores do seu tempo.
b) rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos.
c) afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da ação humana.
d) romper com a tradição que valorizava o passado como fonte de aprendizagem.
e) redefinir a ação política com base na unidade entre fé e razão.
Questão 07 - URCA 2013/1 - Daqui nasce um dilema: é melhor ser amado que temido, ou o inverso? Respondo que seria preferível ser ambas as coisas, mas como é muito difícil conciliálas, pareceme mais seguro ser temido do que amado, se só de puder ser uma delas.
(MAQUIAVEL, Nicolo. O Príncipe. Lisboa: EuropaAmérica, 1976, p. 8890).
O texto acima é de um dos pensadores mais influentes no pensamento político dos últimos 500 anos. Sobre o seu pensamento podemos afirmar que:
a) Defendia o Estado democrático de direito, no qual as pessoas pudessem exercer plenamente a bondade humana;
b) Para ele, o homem tende à maldade, resta fundamentar a ação política em um pessimismo de caráter antropológico que a dissocie dos valores morais predominantes em seu tempo;
c) Para quem detém o poder, o amor e não o medo é o caminho mais seguro para assegurar a permanência da dominação;
d) Nem mesmo o poder do Estado e a sujeição à lei são capazes de garantir o equilíbrio dos egoísmos e de neutralizar a maldade humana;
e) Ambição e crueldade são duas características humanas que o príncipe precisa desconsiderar em seu governo como forma de garantir o poder.
Questão 08 - UFU 2013/2 - Em seus estudos sobre o Estado, Maquiavel busca decifrar o que diz ser uma verità effettuale, a ―verdade efetiva‖ das coisas que permeiam os movimentos da multifacetada história humana/política através dos tempos. Segundo ele, há certos traços humanos comuns e imutáveis no decorrer daquela história. Afirma, por exemplo, que os homens são ―ingratos, volúveis, simuladores, covardes ante os perigos, ávidos de lucro‖. (O Príncipe, cap. XVII) Para Maquiavel:
a) A "verdade efetiva" das coisas encontra-se em plano especulativo e, portanto, no dever-ser.
b) Fazer política só é possível por meio de um moralismo piedoso, que redime o homem em âmbito estatal.
c) Fortuna é poder cego, inabalável, fechado a qualquer influência, que distribui bens de forma indiscriminada.
d) A Virtù possibilita o domínio sobre a Fortuna. Esta é atraída pela coragem do homem que possui Virtù.
Questão 09 - FDSM 2017 - Para Maquiavel “o Príncipe” é o único que carrega em seus ombros o peso da pressão e da responsabilidade do governo do Estado e dos interesses de toda a coletividade. Portanto, não deve e nem pode ter, quando governa, os valores morais das pessoas comuns. Em alguns momentos é até conveniente, se necessário, que ele utilize recursos como a força e a mentira. Podemos dizer que Maquiavel, em sua obra “O Príncipe”:
a) Apresenta fundamentos do liberalismo político que o colocam como um precursor do pensamento iluminista.
b) Opõe-se ao pensamento político do Antigo Regime.
c) Propõe a sofocracia, o governo de um rei-filósofo.
d) Reafirma os valores iluministas de sua época.
e) Reavalia as relações entre ética e política durante um período de governos absolutistas.
Questão 10 - UNICAMP 2016 - Quanto seja louvável a um príncipe manter a fé, aparentar virtudes e viver com integridade, não com astúcia, todos o compreendem; contudo, observa-se, pela experiência, em nossos tempos, que houve príncipes que fizeram grandes coisas, mas em pouca conta tiveram a palavra dada, e souberam, pela astúcia, transtornar a cabeça dos homens, superando, enfim, os que foram leais (...). Um príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir.
(Nicolau Maquiavel, O Príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 1997, p. 73-85.)
A partir desse excerto da obra, publicada em 1513, é correto afirmar que:
a) O jogo das aparências e a lógica da força são algumas das principais artimanhas da política moderna explicitadas por Maquiavel
b) A prudência, para ser vista como uma virtude, não depende dos resultados, mas de estar de acordo com os princípios da fé.
c) Os princípios e não os resultados é que definem o julgamento que as pessoas fazem do governante, por isso é louvável a integridade do príncipe.
d) A questão da manutenção do poder é o principal desafio ao príncipe e, por isso, ele não precisa cumprir a palavra dada, desde que autorizado pela Igreja.
Questão 11 - UNICENTRO 2019 - Nicolau Maquiavel, filósofo italiano que viveu entre 1469 e 1527, pode ser considerado o primeiro pensador da chamada “ciência política”, tal qual a concebemos contemporaneamente. A respeito desse filósofo é INcorreto afirmar.
a) Tornou-se celebremente conhecido por sua obra intitulada “O Príncipe”, na qual esboça o perfil de um governante capaz de promover um estado forte e estável, coerente com o espírito da época em que Maquiavel viveu, período em que se formavam e se afirmavam as monarquias nacionais absolutistas.
b) Criticava o pensamento político grego, acusando-o de não ter ido além da construção de utopias, na medida em que partia de considerações sobre como o homem deve agir e não sobre como ele age efetivamente.
c) Afirmou um pensamento político calcado em uma moral utilitarista, ou seja, uma moral segundo a qual o resultado benéfico da ação do governante para os governados importa mais do que a forma da ação em si.
d) Defendeu que o governante pode abrir mão de suas convicções e valores pessoais quando compreender que sua ação, mesmo contrariando a sua moral, resultará em benefícios aos governados.
e) Concebeu a sua principal obra, “O Príncipe”, em que defende a necessidade do poder absoluto dos reis, enquanto exercia a função de tutor do governante do Estado Absolutista Francês.
Questão 12 - UNESP 2022/2 - Ora resta examinar quais devem ser os procedimentos e as resoluções do príncipe com relação aos seus súditos e aos seus aliados. Há uma grande distância entre o modo como se vive e o modo como se deveria viver, que aquele que em detrimento do que se faz privilegia o que se deveria fazer mais aprende a cair em desgraça que a preservar a sua própria pessoa. Ora, um homem que de profissão queira fazer-se permanentemente bom não poderá evitar a sua ruína, cercado de tantos que bons não são. Assim, é necessário a um príncipe que deseje manter-se príncipe aprender a não usar [apenas] a bondade.
(Nicolau Maquiavel. O Príncipe, 1998. Adaptado.)
O tema abordado por Maquiavel no excerto também está relacionado ao seu conceito de fortuna, que diz respeito ao fato de o governante
a) privilegiar a vontade popular.
b) valorizar a vontade divina.
c) agir com virtude na vida privada.
d) conseguir equilibrar as riquezas reais.
e) saber lidar com imprevistos.
Questão 13 - FADESP 2017 - Para Nicolau Maquiavel, o príncipe deve, para se manter no poder
(A) usar só da força.
(B) ficar ocioso nos tempos de paz.
(C) desconsiderar as ações dos grandes homens.
(D) incorporar a arte da guerra, tanto do ponto de vista do pensamento quanto da ação, mesmo no momento de paz.
Questão 14 - FADESP 2017 - Nicolau Maquiavel recomenda que o príncipe deve
(A) usar da força como forma de manter o consenso, para ser querido.
(B) ter exclusivamente milícias pagas para garantir um grande progresso ao principado.
(C) contratar milícias mercenárias em função da sua lealdade, para garantir sua permanência no poder.
(D) conter as suas despesas para que necessariamente não roube seus súditos, como mecanismo de defesa para não ser abjetado, para não ser percebido como um rapace.