Páginas

terça-feira, 20 de julho de 2021

Questão de Geografia - O continente africano é assolado por conflitos e guerras desde o fim dos anos 1950.

O continente africano é assolado por conflitos e guerras desde o fim dos anos 1950. No início dos anos 2000, os conflitos em Serra Leoa, Nigéria e Sudão chamaram a atenção do mundo. A partir de dezembro de 2010, iniciou-se uma nova onda revolucionária no norte da África. Leia, a seguir, trechos de um artigo que trata do assunto e responda ao que se pede. 

Perfume de Jasmim 
Gianni Carta 

Refugiado na Arábia Saudita desde 14 de janeiro, o ex-líder tunisiano Zine El-Abidine Ben Ali, deposto após 23 anos de ditadura, certamente assiste, estarrecido, às recorrentes imagens televisivas de sua villa saqueada e vandalizada, e da piscina na qual por alguns dias em águas turvas navegou entre escombros um colchão. Outras imagens da Revolução do Jasmim, estas infinitamente mais importantes para o futuro da Tunísia – e com consequências para o mundo árabe muçulmano dominado por tiranos – mostravam na quinta-feira 20, o centro da capital ainda repleto de jovens. Isso a despeito de Ben Ali ter sido deposto. Os motivos pelos quais esses tunisianos continuam a ocupar as ruas são os mesmos que podem levar jovens em países como Argélia e Jordânia a tomar iniciativas para depor seus líderes: alto nível de desemprego, sobretudo para os jovens, pobreza e a corrupção dos dirigentes. E confiantes com a deposição de Ben Ali, os tunisianos continuam a servir de exemplo: reivindicam mais medidas democráticas do governo interino de unidade nacional. Em reportagem realizada pela rede de tevê Al-Jazira ficou claro o seguinte: os eventos em Túnis transcendem a região do Magreb. “Se os regimes árabes muçulmanos não conferirem direitos aos seus povos, terão o mesmo fim do regime tunisiano”, disse uma entrevistada pela rede com base no Catar. Jovens inspirados pela Revolução do Jasmim, da chamada “geração Facebook”, manifestaram-se diante das embaixadas da Tunísia no Cairo e em Amã. Um editorialista argelino escreveu sobre “a lição tunisiana”. Certamente assustado, o governo da Jordânia nesta semana investiu 150 milhões de euros para baixar os preços e criar empregos. Menos generoso, o eterno líder egípcio, Hosni Mubarak, de 82 anos, pediu aos seus ministros para pararem de se manifestar sobre a crise na Tunísia. Truculento, Muammar Kaddafi, desde 1969 no leme da Líbia, declarou antes da fuga de Ben Ali: “Eu não espero que ele fique somente até 2014, mas até o fim de sua vida”. Ben Ali havia dito, no começo da revolta, que não se candidataria ao sexto mandato presidencial. (...) 11 Cópia autorizada. Simbolismos não escasseiam nessa revolução. De saída, o nome: Revolução do Jasmim em tese pressupõe um levante com intenções pacíficas. Embora não tenha sido, por ora, um banho de sangue, cem pessoas perderam a vida pela causa. O jovem que se incendiou na Tunísia inspirou outros em países como Argélia, Egito e Mauritânia. Políticos a simbolizar continuísmo devem renunciar. (...) 
Fonte: Carta Capital. Disponível em: www.cartacapital.com.br/internacional/ perfume-de-jasmim. Acesso em: 17 abr. 2011.

a) Em qual país teve início a Revolução do Jasmim?
b) Quais motivos levaram os jovens tunisianos a iniciar a revolução?
c) De acordo com o texto, a revolução ficará restrita à Tunísia? Justifique.

RESPOSTA:
a) Na Tunísia. 
b) O alto nível de desemprego, sobretudo entre os jovens; a pobreza; a corrupção disseminada entre os dirigentes; e a postura ditatorial do líder Zine El-Abidine Ben Ali, que foi deposto. 
c) Não. Essa revolução serviu como exemplo para outros países muçulmanos da África do Norte e do Oriente Médio. O Egito, a Líbia, a Argélia e a Mauritânia iniciaram revoluções logo após o movimento tunisiano. 
d) Porque boa parte do sucesso na organização do movimento popular se deve à mobilização da sociedade por meio da internet e de suas redes sociais, como o Facebook e o Twitter.

Nenhum comentário:

Postar um comentário