Evelyn Bastos, que interpretou Jesus Mulher no desfile da Mangueira, divulgou um texto denunciando a violência sofrida pelas mulheres.
Evelyn Bastos durante desfile da Mangueira (Foto: Antonio Scorza/Reprodução/ Instagram). |
Extremamente emocionada durante a encenação de Jesus Mulher na Sapucaí na madrugada desta segunda-feira (24), Evelyn Bastos, rainha de bateria da Mangueira, publicou um texto no seu Instagram antes de entrar no sambódromo denunciando a violência sofrida pelas mulheres.
“Temos o nosso corpo sexualizado a cada instante e isso não pode e nem deve ser aceito, somos assediadas, mortas… Pelo fato de sermos mulheres e vivermos em uma sociedade que ainda nos inferioriza. A cada 7 segundos, aproximadamente, uma mulher é vítima de violência física”, escreveu Evelyn, que dispensou os trajes típicos de rainha de bateria para encarnar a versão feminina de Cristo, com coroa de espinhos e as chagas da tortura sofrida pelo corpo.
No texto, Evelyn diz que “talvez um dia teremos queda nos tristes números de feminicídio e a sociedade perceberá que não cabe objetificação em um corpo feminino que não nasceu para ser pautado pelo outro”.
“Enquanto isso não acontece, seguiremos carregando a nossa própria cruz”, afirmou a rainha da bateria da Mangueira, distribuindo indagações como um convite à reflexão da violência sofrida diariamente pelas mulheres.
“”E se Jesus fosse mulher? Seu coração aceita? Seus olhos enxergam? Seu amor te limita?”.
Leia o texto na íntegra:
Eu, Mulher... nós “Mulher”!!! Brasil no topo quando falamos no feminicídio! As mortes violentas por razões de Gênero nos coloca todos os dias no “medo”. Ser mulher é ser a luta! Ser mulher é saber que precisamos encarar uma guerra por dia contra a discriminação e opressão que o machismo nos oferece. Temos o nosso corpo sexualizado a cada instante e isso não pode e nem deve ser aceito, somos assediadas, mortas... Pelo fato de sermos mulheres e vivermos em uma sociedade que ainda nos inferioriza. A cada 7 segundos, aproximadamente, uma mulher é vítima de violência física. Somos tantas, somos livres e somos o que quisermos ser. Talvez um dia teremos queda nos tristes números de feminicídio e a sociedade perceberá que não cabe objetificação em um corpo feminino que não nasceu para ser pautado pelo outro. Enquanto isso não acontece, seguiremos carregando a nossa própria cruz. Ah... e se Jesus fosse mulher?! Seu coração aceita? Seus olhos enxergam? Seu amor te limita? “EU SOU DA ESTAÇÃO PRIMEIRA DE NAZARÉ, ROSTO NEGRO, SANGUE ÍNDIO, CORPO DE MULHER’
Leia o texto na íntegra:
Eu, Mulher... nós “Mulher”!!! Brasil no topo quando falamos no feminicídio! As mortes violentas por razões de Gênero nos coloca todos os dias no “medo”. Ser mulher é ser a luta! Ser mulher é saber que precisamos encarar uma guerra por dia contra a discriminação e opressão que o machismo nos oferece. Temos o nosso corpo sexualizado a cada instante e isso não pode e nem deve ser aceito, somos assediadas, mortas... Pelo fato de sermos mulheres e vivermos em uma sociedade que ainda nos inferioriza. A cada 7 segundos, aproximadamente, uma mulher é vítima de violência física. Somos tantas, somos livres e somos o que quisermos ser. Talvez um dia teremos queda nos tristes números de feminicídio e a sociedade perceberá que não cabe objetificação em um corpo feminino que não nasceu para ser pautado pelo outro. Enquanto isso não acontece, seguiremos carregando a nossa própria cruz. Ah... e se Jesus fosse mulher?! Seu coração aceita? Seus olhos enxergam? Seu amor te limita? “EU SOU DA ESTAÇÃO PRIMEIRA DE NAZARÉ, ROSTO NEGRO, SANGUE ÍNDIO, CORPO DE MULHER’
Fonte: Revista Fórum.
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