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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Conheça as Ganhadeiras de Itapuã | grupo homenageado pela Unidos do Viradouro 2020

A Unidos do Viradouro foi campeã do carnaval do Rio de 2020 com o enredo sobre as Ganhadeiras de Itapuã. Mulheres negras que criaram ofícios e usavam seus ganhos para comprar não só as suas alforrias, mas de outros escravos.


A Mídia NINJA foi à Lagoa de Abaeté, no bairro de Itapuã conhecer um pouco mais As Ganhadeiras de Itapuã, grupo tradicional de Salvador - BA homenageadas no enredo da Viradouro, campeã do carnaval do Rio de Janeiro em 2020. Video: MidiaNINJA

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Viradouro é a CAMPEÃ do carnaval do Rio em 2020; homenageou as ‘Ganhadeiras de Itapuã’, descendentes de mulheres escravizadas

Viradouro é a campeã do carnaval carioca de 2020


A agremiação de Niterói levou à Sapucaí um enredo sobre as Ganhadeiras de Itapuã, mulheres escravizadas que no século 19vendiam comida e lavavam roupas na lagoa do Abaeté, em Salvador – com o dinheiro arrecadado, elas compravam a liberdade de outras mulheres submetidas ao cativeiro.

A Viradouro empolgou o público da Sapucaí, que cantou junto o hino da escola.

Com o refrão “Ó, mãe! Ensaboa, mãe! Ensaboa pra depois quarar”, a Unidos do Viradouro, de Niterói, segunda escola da noite, contagiou o público na Marquês de Sapucaí ao contar uma história que se passa na Bahia com bastante africanidade. Trata-se das ‘Ganhadeiras’ de Itapuã, que são lavadeiras descendentes de mulheres que foram escravizadas e lutaram contra a opressão.

Através do enredo “Viradouro de alma lavada” concebido pelos carnavalescos Marcus Ferreira e Tarcisio Zanon, a agremiação também reforçou o conceito de empoderamento feminino além de ter mostrado as chagas de um país desigual e como a fé de matriz africana é um alento nas dificuldades diárias, um meio de conexão com algo superior à nossa compreensão. Isto foi explícito em uma apresentação dedicada a Oxum, que no sincretismo religioso é Nossa Senhora da Conceição.

Repetiu o sucesso de 1997, quando sagrou-se campeã com o lendário carnavalesco Joãsinho Trinta (1933-2011).

*Com informações da Agência de Notícias das Favelas.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Letra da música Águia de Ouro - 2020 de Samba-Enredo

Meu coração é comunidade
Faz o sonho acontecer!
Pompéia guerreira, chegou sua hora
Seu manto reluz o poder do saber

Águia, em suas asas vou voar
E no caminho da sabedoria
Páginas da história desvendar
Sou eu no elo perdido um desbravador

O tempo é o meu senhor
Na busca da evolução
Criar e superar limites da imaginação
A mente dominar
Jamais deixar de acreditar

Brincar de Deus recriar a vida
Desafiar, surpreender
Na explosão a dor, uma lição ficou
Sou aprendiz do criador

Em cada traço que rabisco no papel
Vou desenhando o meu destino
No horizonte vejo um novo alvorecer
Ao mestre meu respeito e carinho
É nova era, o futuro começou

É tempo de paz, resgatar o valor
Águia, razão do meu viver
Berço que Deus abençoou
Nada se compara a esse amor

Composição: Armênio Poesia / Chanel / Darlan Alves / Fredy Viana / Marcelo Casa Nossa / Xandinho Nocera ·

TV GLOBO: Compacto do desfile da Águia de Ouro, a campeã do Carnaval 2020 de São Paulo

269,9 pontos: A Águia de Ouro é a grande campeã dos desfiles do Grupo Especial do Desfile das Escolas de Samba do Carnaval de São Paulo 2020. Escola quis mostrar toda a trajetória do conhecimento humano.

ASSISTA O VÍDEO:

Águia de Ouro que homenageou Paulo Freire vence o Carnaval de São Paulo

A Águia de Ouro é a grande campeã do carnaval 2020 de São Paulo. Este é o primeiro título da escola no Grupo Especial do carnaval paulista. Pérola Negra e X-9 Paulistana foram rebaixadas.

ASSISTA O VÍDEO:

A Águia de Ouro, escola de samba da zona oeste de São Paulo, levantou o Anhembi na madrugada de domingo (23/02/2020) com o samba enredo “O Poder do Saber – Se saber é poder… 

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. A escola lembrou uma das frases mais famosas do educador (“não se pode falar de educação sem amor”) e ainda cantou um “viva Paulo Freire”.

Papagaio some por 4 anos e volta para casa falando espanhol

Essa é uma história no mínimo curiosa: um papagaio fujão que reaparece anos depois falando outro idioma. Foi o que aconteceu com Nigel, o papagaio que sumiu por 4 anos e voltou falando espanhol.


Alguém viu o papagaio na rua e supôs que ele tivesse um dono. Usando o microchip que estava no animal, a pessoa conseguiu encontrar o endereço da casa de onde a ave fugiu.Chegando lá, o dono ficou emocionado ao rever o velho amigo, mas começou a estranhar algumas coisas. Nigel começou a falar espanhol! Ele falava: O! “LORO MACHLORO MACHO!”. As informações são do The Guardian.

Curioso para saber de onde veio o novo vocabulário espanhol de Nigel, seu dono começou uma busca para descobrir quem é que ficou com ele todo esse tempo.Ele encontrou uma mulher que disse que seus avós compraram o papagaio numa venda de garagem.Esse apelido de “Loro Macho” foi dado ao bicho pelo avô da mulher, Rubén Hernandéz, de 86 anos, de uma família de imigrantes guatemaltecos.

A mulher disse que o idoso estava muito apegado ao papagaio e sentia falta dele, então o primeiro dono, mesmo muito feliz em rever seu bichinho, resolveu deixá-lo com o vovô.O caso ocorreu nos EUA.

Da Redação do Acontece na Bahia.

Nordeste lidera índices educacionais no Brasil

Do O Globo:
O Nordeste avança a passos largos para quitar sua dívida social na educação. Segundo dados do Instituto Unibanco, entre os dez estados brasileiros que mais avançaram no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio entre 2005 e 2017, quatro são do Nordeste: Pernambuco, Piauí, Maranhão e Ceará.


No ranking, o avanço nordestino se dá em saltos. O Ceará era o 11º em 2005 e subiu para quarto em 2017. Pernambuco saltou da 20ª posição para a terceira, e o Maranhão, da 25ª para a 14ª. Já o Piauí saiu da penúltima posição para a 16ª.

— Não há solução mágica. Foi um trabalho de continuidade, que ultrapassou governos, uma política de Estado. Organizaram a rede, estabeleceram metas ousadas, mas factíveis e com sistema de monitoramento forte. As ideias vêm das próprias escolas. No Piauí, uma diretora percebeu que alunos do ensino médio faltavam muito na sexta-feira e decidiu botar baião de dois no almoço. O absenteísmo caiu — conta Ricardo Henriques, do Instituto Unibanco.

(...)

Marcelo Adnet desfila como Bolsonaro pela São Clemente: 'Enredo que dialoga com momento atual'

Caracterizado como o presidente, humorista fez flexões e prestou continência em carro com cartazes com frases como 'Tá ok' e 'A culpa é do Leonardo di Caprio'.

O humorista Marcelo Adnet desfilou pela São Clemente, na noite desta segunda-feira (24), com uma fantasia e em um carro alegórico com referências ao presidente Jair Bolsonaro.


Em alguns momentos, o humorista também fez flexões, exercício que o presidente já fez diversas vezes em agendas oficiais, e bateu continência, gesto militar também muito usado por Bolsonaro, que é capitão reformado do Exército.

A escola apresenta o enredo “O conto do vigário’, do carnavalesco Jorge Silveira. "O Brasil é assim. Acho que o lance das fakenews é o verdadeiro 'Conto do Vigário'. É o conto que nasce bem humorado, engraçado, na malandragem, até inocente e saudável, e depois evolui para o cenário de fakenews. Um conto do Vigário institucionalizado. Então, é um enredo que vai do humor até uma crítica mais séria. Mas o carnaval é festa e o brasileiro é muito bom de fazer piada com sua própria desgraça", comentou.

*Com informações do G1.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

“O silêncio cúmplice diante da fome... Isto, sim, é um vírus mundialmente perigoso!”. Artigo de José María Castillo

A fome. “Isto, sim, é um vírus mundialmente perigoso! E despachamos um problema tão sério dizendo que o Papa Francisco é ‘comunista’? Como é possível que nós, que nos consideramos, não digo ‘cristãos’, mas ‘seres humanos’, saibamos disso e sigamos vivendo tão tranquilos? Nós nos desumanizamos ou estamos loucos?”, escreve José María Castillo, teólogo espanhol, em artigo publicado por Religión Digital, 05-02-2020. A tradução é do Cepat.


Eis o artigo.

Os mortos pelo “coronavírus”, até o momento desse meu texto, foram 490. É claro, não é possível saber o número de vítimas que ainda poderá causar. Seja qual for o risco que terá no futuro, é um fato que já foram gastos milhares de dólares para controlar essa terrível ameaça global. E pelas informações que nos chegam, é necessário gastar o que for preciso. E é preciso continuar gastando para proteger a população mundial. Isto é evidente. E ninguém duvida disso. Sendo assim, todos concordamos em que aqueles que estão com o vírus sejam curados. E que seja pesquisado o que for necessário para controlar as consequências dessa ameaça mundial. Nisso, todos concordamos.

E, no entanto, neste momento, no mundo está ocorrendo algo muito mais grave, que, para nós que vivemos em países desenvolvidos, não importa e nem preocupa, da mesma forma como acontece com o “coronavírus”. Pela simples razão de que nós, que dirigimos ou nos beneficiamos da riqueza no mundo poderoso e rico, sabemos de sobra que de fome não iremos morrer. Isso é um fato, independente da explicação que cada um tenha para justificar ou suportar o que está acontecendo nessa ordem de coisas.

Em que consiste esse vírus tão perigoso, que nós, a grande maioria dos habitantes dos países desenvolvidos, desconsideramos (ou corremos o risco de desconsiderar)? É um fato que se sabe e ninguém duvida. Todos os dias, 8.500 crianças morrem de fome. É o que os organismos internacionais, que dependem da Organização das Nações Unidas, afirmam e nos garantem que é verdade.

Em todo caso, e independente das justificativas que podem ser feitas a respeito das coisas que acabo de dizer, o fato é que o “mundo rico” se distancia cada dia mais do “mundo pobre”. Isso não apenas é indiscutível, como também, sobretudo, é inevitável, caso queiramos que a economia mundial continue funcionando como convém aos habitantes dos países ricos e poderosos.

É assim que as coisas estão. E assim está o mundo em que vivemos. O Papa Francisco acaba de fazer essa constatação (em 05/02/2020), insistindo na responsabilidade que nós temos, como países que, por mais que nos queixamos, são os que administram o capitalismo mundial. O Papa foi muito claro e duro na denúncia que fez em relação aos que acumulam cada vez mais capital, todos os dias. Com a nossa aprovação ou o nosso silêncio cúmplice.

Isto, sim, é um vírus mundialmente perigoso! E despachamos um problema tão sério dizendo que o Papa Francisco é “comunista”? Como é possível que nós, que nos consideramos, não digo “cristãos”, mas “seres humanos”, saibamos disso e sigamos vivendo tão tranquilos? Nós nos desumanizamos ou estamos loucos?

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos.

“E se Jesus fosse mulher? Seu coração aceita? Seus olhos enxergam? Seu amor te limita?”, indaga rainha de bateria da Mangueira

Evelyn Bastos, que interpretou Jesus Mulher no desfile da Mangueira, divulgou um texto denunciando a violência sofrida pelas mulheres.
Evelyn Bastos durante desfile da Mangueira (Foto: Antonio Scorza/Reprodução/ Instagram).

Extremamente emocionada durante a encenação de Jesus Mulher na Sapucaí na madrugada desta segunda-feira (24), Evelyn Bastos, rainha de bateria da Mangueira, publicou um texto no seu Instagram antes de entrar no sambódromo denunciando a violência sofrida pelas mulheres.

“Temos o nosso corpo sexualizado a cada instante e isso não pode e nem deve ser aceito, somos assediadas, mortas… Pelo fato de sermos mulheres e vivermos em uma sociedade que ainda nos inferioriza. A cada 7 segundos, aproximadamente, uma mulher é vítima de violência física”, escreveu Evelyn, que dispensou os trajes típicos de rainha de bateria para encarnar a versão feminina de Cristo, com coroa de espinhos e as chagas da tortura sofrida pelo corpo.

No texto, Evelyn diz que “talvez um dia teremos queda nos tristes números de feminicídio e a sociedade perceberá que não cabe objetificação em um corpo feminino que não nasceu para ser pautado pelo outro”.

“Enquanto isso não acontece, seguiremos carregando a nossa própria cruz”, afirmou a rainha da bateria da Mangueira, distribuindo indagações como um convite à reflexão da violência sofrida diariamente pelas mulheres.

“”E se Jesus fosse mulher? Seu coração aceita? Seus olhos enxergam? Seu amor te limita?”.

Leia o texto na íntegra:

Eu, Mulher... nós “Mulher”!!! Brasil no topo quando falamos no feminicídio! As mortes violentas por razões de Gênero nos coloca todos os dias no “medo”. Ser mulher é ser a luta! Ser mulher é saber que precisamos encarar uma guerra por dia contra a discriminação e opressão que o machismo nos oferece. Temos o nosso corpo sexualizado a cada instante e isso não pode e nem deve ser aceito, somos assediadas, mortas... Pelo fato de sermos mulheres e vivermos em uma sociedade que ainda nos inferioriza. A cada 7 segundos, aproximadamente, uma mulher é vítima de violência física. Somos tantas, somos livres e somos o que quisermos ser. Talvez um dia teremos queda nos tristes números de feminicídio e a sociedade perceberá que não cabe objetificação em um corpo feminino que não nasceu para ser pautado pelo outro. Enquanto isso não acontece, seguiremos carregando a nossa própria cruz. Ah... e se Jesus fosse mulher?! Seu coração aceita? Seus olhos enxergam? Seu amor te limita? “EU SOU DA ESTAÇÃO PRIMEIRA DE NAZARÉ, ROSTO NEGRO, SANGUE ÍNDIO, CORPO DE MULHER’

Fonte: Revista Fórum.

Enredo da Mangueira: Jesus Cristo, negro e jovem, crucificado e cravado de balas

Por Leonardo Sakamoto  / Twitter.
Jesus Cristo, negro e jovem, crucificado e cravado de balas. "A verdade vos fará livre" foi o nome do enredo da Mangueira. "Favela, pega a visão Não tem futuro sem partilha Nem Messias de arma na mão." Nem desenhando fica mais claro que isso. (Alexandre Cassiano/O Globo). 

Mangueira levou para a avenida o “Jesus da Gente”, não o do ódio fundamentalista. Por Joaquim de Carvalho

Jesus como o jovem negro da periferia, alvo da truculência da polícia, dos milicianos e também do tráfico.

Mangueira fez um desfile tecnicamente irrepreensível no início da madrugada desta segunda-feira. Ela colocou na avenida Jesus da Gente, identificado com o povo oprimido, como descrito na Bíblia.

Na adaptação para os dias de hoje, logo na comissão de frente uma cruz era transportada por passistas que interpretavam pessoas que normalmente são vítimas da truculência policial. Cristo, como retratado no Ocidente, branco, com barba e cabelos longos, acompanhava o grupo que apanhava de policiais.

Cristo também apanhava. Na sequência, um Cristo negro, na pessoa do mestre-sala, que segurava a mão da porta-bandeira, simbolizando o povo.

A cantora Alcione, negra, apareceu no papel de Maria, ao lado de José, também negro. Pela escola, desfilaram os escribas, centuriões romanos, sempre com referência a autoridades de hoje. Na avenida, Jesus foi retratado também como índios, mulheres, gays e outras vítimas da opressão.

Na ala Bandido Bom É Bandido Morto, Jesus apareceu como um jovem negro crucificado, uma referência a quem mais é assassinado por policiais: negros, pobres e com menos de 30 anos de idade.

Há mais verdade do enredo da escola de samba do que na pregação de qualquer pastor neopentecostal.

Líderes de mais de 20 religiões, entre católicos, protestantes, espíritas, do candomblé, judeus, budistas, participaram do desfile.

O representante do candomblé, falando em nome do grupo, declarou: “A mensagem é: independente da sua fé, o respeito deve prevalecer. O diálogo é fundamental para a democracia, o respeito à liberdade e o respeito aos direitos humanos. São lideranças religiosas que têm isso como ponto fundamental, do entendimento e do diálogo, não do ódio, não do racismo, não do preconceito.

A Mangueira fez o que dela se esperava e é uma forte candidata ao bicampeonato em 2020. Há mais verdade do enredo da escola de samba do que na pregação de qualquer pastor neopentecostal.

A letra do samba-enredo diz tudo:
Senhor, tenha piedade
Olhai para a terra
Veja quanta maldade
Senhor, tenha piedade
Olhai para a terra
Veja quanta maldade”.
Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também
Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também
Eu sou da Estação Primeira de Nazaré
Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher
Moleque pelintra no buraco quente
Meu nome é Jesus da Gente
Nasci de peito aberto, de punho cerrado
Meu pai carpinteiro, desempregado
Minha mãe é Maria das Dores Brasil
Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira
Me encontro no amor que não encontra fronteira
Procura por mim nas fileiras contra a opressão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?
Porque, de novo, cravejaram o meu corpo
Os profetas da intolerância
Sem saber que a esperança
Brilha mais na escuridão
Favela, pega a visão
Não tem futuro sem partilha
Nem messias de arma na mão
Favela, pega a visão
Eu faço fé na minha gente
Que é semente do seu chão
Do céu deu pra ouvir
O desabafo sincopado da cidade
Quarei tambor, da cruz fiz esplendor
E ressurgi pro cordão da liberdade
Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também
Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também
Eu sou da Estação Primeira de Nazaré
Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher
Moleque pelintra no buraco quente
Meu nome é Jesus da Gente
Nasci de peito aberto, de punho cerrado
Meu pai carpinteiro, desempregado
Minha mãe é Maria das Dores Brasil
Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira
Me encontro no amor que não encontra fronteira
Procura por mim nas fileiras contra a opressão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?
Porque, de novo, cravejaram o meu corpo
Os profetas da intolerância
Sem saber que a esperança
Brilha mais na escuridão
Favela, pega a visão
Não tem futuro sem partilha
Nem messias de arma na mão
Favela, pega a visão
Eu faço fé na minha gente
Que é semente do seu chão
Do céu deu pra ouvir
O desabafo sincopado da cidade
Quarei tambor, da cruz fiz esplendor
E ressurgi pro cordão da liberdade
Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também
Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também
Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também
Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também

domingo, 23 de fevereiro de 2020

Astronauta amador morre em acidente com foguete caseiro tentando provar que a Terra é plana

Um dublê norte-americano chamado "Mad" Mike Hughes, que participava do programa de televisão Astronautas Caseiros, morreu neste sábado (22/02) em um acidente após decolar com um foguete construído por ele mesmo para tentar provar que a Terra é plana.

O acidente aconteceu momentos após o foguete tripulado por Hughes decolar na cidade de Berstow, na Califórnia. No momento da decolagem, o paraquedas que serviria para o pouso se soltou do dispositivo e a aeronave caiu após permanecer alguns segundos no ar.

O norte-americano de 64 anos participava de um reality show chamado Astronautas Caseiros, transmitido pelo canal US Science Channel, e tentava atingir a altura de 1524 metros de altura que, segundo Hughes, serviria para provar que a Terra não é redonda.

O programa acompanhava a história de três equipes que construíram foguetes caseiros com orçamento de 18 mil dólares (cerca de R$79 mil). A aeronave caseira de Hughes era movida a vapor.
Reprodução: Acidente aconteceu momentos após o foguete decolar na cidade de Berstow, na Califórnia.
Após o acidente, o US Science Channel lamentou a morte de Hughes e disse que "nossos pensamentos e orações vão para a família e amigos durante esse período difícil".

Em uma chamada do programa veiculada pelo canal, é possível assistir Hughes dizendo: "As pessoas frequentemente me perguntam porque eu faço coisas como essa. Basicamente é para convencer as pessoas de que elas podem fazer coisas extraordinárias com suas vidas".

Fonte: OPERA MUNDI.

domingo, 16 de fevereiro de 2020

XIV SBCG - Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica

De 10 a 14 de novembro de 2020 acontecerá, o XIV SBCG- Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica (XIV SBCG), no Campus I da UFPB - Universidade Federal da Paraíba, na cidade de João Pessoa/PB .

Para mais informações, acesse a página oficial do evento: https://www.xivsbcg.com/

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Flávio Dino sanciona nesta segunda lei que institui salário de R$ 6,3 mil para professor



“Um professor de 20h no Maranhão terá piso maior do que o piso nacional para 40h”, afirma o governador

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) vai sancionar nesta segunda-feira (10) a lei que institui os novos pisos do magistério no Maranhão.
Flávio Dino em sala com professores e alunos do Estado (Foto: Divulgação/Governo do Maranhão).
De acordo com o governador, “um professor de 20h no Maranhão terá piso maior do que o piso nacional para 40h.”

“Nesta segunda-feira irei sancionar a lei que institui os novos pisos do magistério no Maranhão. Um professor de 20h no Maranhão terá piso maior do que o piso nacional para 40h.”

Dino afirmou na terça-feira (4), na sua conta do Twitter, que o piso de R$ 6.358,00 para professores com jornada de 40 horas semanais “tem um efeito positivo no conjunto da nossa economia. Ajudamos o setor de comércio e serviços a gerar empregos”.

Dino disse ainda que o Maranhão teve saldo positivo de empregos por três anos consecutivos. “Estamos trabalhando para 2020 ser melhor”, concluiu.

Fonte: Revista Fórum.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Coronavírus: Cuba envia médicos à China para fortalecer atendimento de seus cidadãos

Dois médicos cubanos de renome estão em Pequim, capital da China, para fortalecer os cuidados de saúde para os cidadãos de Cuba na China em meio à emergência da epidemia de coronavírus.


A embaixada da ilha confirmou que a pediatra Ileana Álvarez e o clínico-infectologista Rafael Arocha ingressaram no posto de saúde estabelecido em sua sede diplomática. É assim que eles apoiam outros médicos da embaixada, como a a doutora Yamira Palacios.

O objetivo da equipe médica é prestar atenção e consultas aos seus compatriotas, monitorar a situação epidemiológica e apoiar o trabalho preventivo que a missão diplomática lançou para ser mais eficaz na proteção do pessoal cubano na China, que no momento, não está planejado mudar-se para a ilha, apesar da emergência de saúde.

Na semana passada, o embaixador cubano na China, Carlos Miguel Pereira, confirmou que nenhum cidadão cubano, membros da comunidade cubana residente na China contraiu o coronavírus. No entanto, a missão diplomática estava sob vigilância, seguindo a rotina e exigindo os cuidados necessários e medidas de higiene, para não adoecer.

Como o embaixador explicou, desde o início da atual emergência, a Embaixada e seus consulados em Xangai e Guangzhou mantêm comunicação permanente com todos os seus cidadãos.

*Com informações de GRANMA.

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Coronavírus: localização geográfica é vantagem para o Brasil

Dos 10 mil casos já registrados em todo o mundo, 99% estão concentrados na China, que isolou as áreas onde a epidemia faz mais vítimas

Aline Chalet*, do R7
Brasil não tem voos diretos vindos da China. FEPESIL/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO.
A epidemia de um novo tipo de coronavírus na China aumenta suas proporções a cada dia e tem causado incertezas na população. No entanto, o Brasil tem algumas vantagens em relação a outros países. 

O médico Luís Fernando Correia, clínico geral e certificado no MIT - Sloan School of Management, reafirma o que dizem as autoridades: não é necessário pânico. “São quase 10 mil casos na China, no restante do mundo não são nem 100.”

Segundo o médico, a grande vantagem do Brasil frente aos outros países é a localização geográficas.

“Estamos do outro lado do mundo. Talvez a epidemia esteja contida antes de realmente ser um problema aqui.”

Por outro lado, Correia enfatiza que é quase certo que haverá casos no Brasil. “O mundo está globalizado. A dúvida não é ‘se’ teremos casos, é ‘quando’ teremos.”

Outro fator que contribui para atrasar a chegada do novo coronavírus em terras brasileiras é o fato de que não existem voos diretos da China para o país.

“Todos passam por escala, então os passageiros vão passar por uma triagem antes de chegar aqui, o que não vai evitar completamente a chegada do vírus, já que temos transmissores assintomáticos.”

Antes da epidemia, entravam no Brasil, em média, 250 pessoas vindas da China todos os dias, segundo números da Polícia Federal.

Para efeito de comparação, nos Estados Unidos (onde são 6 os casos de coronavírus), entravam diariamente uma média de 8.319 pessoas procedentes da China, de acordo com o Escritório Nacional de Viagens e Turismo norte-americano.

Recentemente, grandes companhias aéreas dos EUA, como American Airlines, United e Delta Air Lines, suspenderam temporariamente todos os voos entre os Estados Unidos e a China continental.

Correia explica que essa é uma medida que possui um efeito de proteção dos funcionários e tranquilização da população, mas que não é tão eficaz em relação à saúde pública.

“Estima-se que 5 milhões de pessoas tenham saído Hubei [província onde o surto teve início] antes do bloqueio começar. Não se sabe quantas dessas pessoas estavam infectadas.”

Apesar de classificada como emergência internacional pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o novo coronavírus não é motivo para pânico.

A professora Deisy Ventura, coordenadora do doutorado em Saúde Global e Sustentabilidade da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo), afirma que essa é a sexta emergência internacional declarada pela organização.


A primeira foi entre 2009 e 2010 devido a epidemia de H1N1. A segunda foi declarada em 2014 e ainda está em vigor, devido ao polivírus, principalmente em regiões de conflitos armados.

A terceira foi entre 2014 e 2015 devido ao ebola, na África ocidental. A quarta ocorreu em 2016 e teve como epicentro o próprio Brasil, devido ao vírus zika. E a quinta teve como motivo novamente o ebola, desta vez na República Democrática do Congo, e foi declarada em 2019.

Segundo Deisy, o que faz com que uma situação seja considerada emergência internacional “é o risco de propagação internacional da ameaça, além da necessidade de coordenação intergovernamental da resposta”.

Para Correia, a declaração da OMS possui um efeito burocrático que permite a liberação de verba para a contenção da epidemia e faz com que as recomendações e protocolos determinados pela organização possuam maior peso diplomático. Por outro lado, cria uma tensão e pânico desnecessários, que podem ser prejudiciais.

A professora da USP explica que o SUS (Sistema Único de Saúde), no Brasil, é um importante aliado para combater e evitar epidemias como essa.

“A detecção de uma doença não pode depender de recursos financeiros para pagar um atendimento, e ainda menos a sua prevenção e o seu tratamento.”

Ela aponta, ainda, como vantagem para o país a qualidade das universidades e institutos de pesquisa.

“Principalmente os [institutos] públicos que são capazes de participar do grande esforço científico que está sendo feito para compreender a evolução deste vírus e elaborar uma resposta adequada.”

Na visão de Correia, o SUS pode ser uma vantagem por facilitar a implementação de protocolos padronizados, porém a falta de estrutura e verba é apontada comor um desafio.

Ele enfatiza que, caso a epidemia se torne um problema de importância no país, o maior desafio do Brasil será a desigualdade de acesso aos serviços de saúde. “Você tem centros de excelência e lugares muito mal-atendidos.”

Outra vantagem apontada pelo médico é que o país teve epidemias recentes e se preparou muito bem para elas. Segundo ele, a preparação durante a Copa do Mundo para evitar a vinda de doenças também foi "muito eficiente".

“É que nem andar de bicicleta. Temos memória logística, pessoas foram treinadas, hospitais se preparam e a equipe que está trabalhando na identificação e isolamento de casos é muito qualificada.”

Ele explica que as características do vírus podem mudar e ele se tornar mais adaptado ao ser humano, o que, eventualmente, aumentaria a letalidade e transmissibilidade da doença.

Porém, no cenário atual, uma epidemia no Brasil é muito improvável, desde que as medidas de prevenção, identificação e isolamento dos casos continue acontecendo na China e ao redor do mundo. 

*Estagiária sob supervisão de Fernando Mellis.