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quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Natal da fome: famílias cortadas do Bolsa família relatam desespero

Do UOL:

No conjunto Virgem dos Pobres, na periferia sul de Maceió, o apartamento número 102 abriga 12 pessoas em seus pequenos 40m². Além de Aurenir Maria da Silva, 38, vivem no local seus oito filhos, três netos e o cão Scooby, que faz a festa para quem chega para visitar o lar. O 13° previsto do Bolsa Família era um valor que ela contava desde o meio do ano, mas acabou virando uma frustração.
Verba prevista para 2020 é R$ 29,5 bilhões, abaixo dos R$ 32 bilhões direcionados ao programa em 2019 / Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado.
“Eu esperei tanto esse valor. Mas a verdade agora é que para sobreviver estou recebendo doações. É muito complicado, um Natal da fome passarei”, conta a marisqueira, que recebia, até outubro, R$ 380 mensais, e agora vive de ajuda da ONG (Organização Não-Governamental) Manda Ver, que atua na área social na região do bairro do Vergel do Lago, região sul da capital alagoana.

Há três meses, ela conta que foi informada de uma suposta falta do cumprimento de condicionante de manter a frequência escolar dos filhos. “Mas meus filhos não faltam aula, nunca tive problema. Não entendi o que houve”, cita. Em outubro, ela foi tirar o extrato e viu que sua bolsa parou de vir. “Foi um desespero.” (…)

Desde que anunciou o pagamento do abono natalino, em abril, o Bolsa Família encolheu, com 1,16 milhão famílias a menos. Muitas delas comemoraram o anúncio do inédito 13º , mas acabaram cortadas do programa. Em maio, o programa beneficiou 14.339.058 famílias — um recorde do programa desde sua criação, em 2004. Em dezembro esse número caiu para 13.170.607. Metade dos beneficiários vive no Nordeste.

(…)

Fonte: Diário do Centro do Mundo.

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