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quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Médicos cubanos lamentam saída do Brasil por impacto nos mais pobres

Havana, 15 nov (Prensa Latina) Especialistas cubanos da saúde lamentam hoje o impacto na população mais humilde do Brasil por sua saída do programa Mais Médicos, postura que qualificaram de necessária diante dos questionamentos do presidente eleito Jair Bolsonaro.



Nós cumprimos com nosso dever e levamos serviços de saúde a pessoas de escassos recursos no país sul-americano. Eles sim sentirão nossa ausência, comentou à Prensa Latina a doutora Doraida Aldana pouco depois de chegar à capital cubana após três anos de trabalho no gigante sul-americano.

A doutora Gretchen Mesa também respaldou a decisão do Ministério de Saúde de Cuba de retirar seus médicos depois das declarações desrespeitosas e ameaçadoras contra eles pelo presidente eleito nesse país, Jair Bolsonaro.

Estou feliz de regressar a Cuba após três longos anos longe da família, assegurou Mesa à Prensa Latina e lamentou o fim do convênio entre Cuba e a Organização Pan-Americana de Saúde que garantia a participação de profissionais da ilha no programa Mais Médicos do Brasil.

Por sua vez, Estela Cristina Luna, ex-chefa da brigada de médicos da ilha no Brasil desde agosto de 2013, quando foi ativado o programa, e fevereiro deste ano, afirmou que como revolucionária merece todo o respaldo uma decisão dirigida a proteger a dignidade dos médicos.

Trata-se de uma posição de princípios, com os quais a Revolução cubana não negocia, portanto merece todo nosso apoio esta decisão bem argumentada, precisou a parlamentar e especialista em Medicina Geral Integral de Segundo Grau, Mestrado em Atenção Primária de Saúde e professora assistente da Universidade de Ciências Médicas.

Luna também lamentou o impacto nos brasileiros mais pobres pela hostilidade de Bolsonaro em relação à maior das Antilhas.

'Sabemos que muita gente vai chorar, pessoas que talvez nunca mais terão um médico, pelos complexos lugares onde vivem e a difícil situação ali existente', assinalou.

De acordo com a presidenta da Comissão de Saúde e Desportos da Assembleia Nacional do Poder Popular, 34 distritos indígenas do Brasil foram cobertos pelo programa Mais Médicos com a participação de profissionais cubanos desde que iniciou o programa.

Nenhum outro médico queria trabalhar nesses territórios açoitados pela pobreza, recordou.

A deputada destacou os avanços do Mais Médicos com a contribuição de colaboradores antilhanos, inclusive municípios que alcançaram zero mortalidade infantil, depois que chegaram a ter 50 ou 60 falecidos por cada mil nascidos vivos.

O programa Mais Médicos foi criado em 2013 por iniciativa da então presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, a fim de garantir a presença de médicos nacionais e estrangeiros em áreas pobres e remotas do gigante sul-americano.

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