Assuntos: petróleo, biocombustíveis, efeito estufa, aquecimento global, energia eólica e fotovoltaica
(Questão 01 - UERJ 2008) O uso da energia nuclear ainda é considerado uma opção polêmica. Pela análise do gráfico, pode-se identificar o período em que os investimentos nessa forma de gerar energia alcançaram o seu auge.
Adaptado de L' Atlas du Le Monde Diplomatique. Paris: Armand Colin, 2006.
As duas conjunturas que explicam os altos investimentos nesse período são:
(A) política da Detente e crise ambiental
(B) integração européia e Guerra do Golfo
(C) crise do petróleo e corrida armamentista
(D) enfraquecimento da OPEP e Guerra Fria
Comentário da questão:
De acordo com o
gráfico, o apogeu dos investimentos em energia nuclear corresponde ao
período entre 1968 e 1985. A partir do reconhecimento desse recorte
temporal e recorrendo aos necessários conhecimentos prévios acerca da
economia e da geopolítica do período, é possível apontar as duas
explicações para o fenômeno em questão:
Crise do petróleo: a
acentuada elevação dos preços dessa fonte de energia na década de 1970
estimulou a busca por fontes alternativas, dentre as quais se destaca a
nuclear, especialmente atraente para países com elevado desenvolvimento
tecnológico e carentes de reservas de combustíveis fósseis.
Corrida armamentista:
além do propósito de diversificação da matriz energética, os
investimentos na energia nuclear também foram intensificados pelo
interesse das grandes potências de produzir materiais físseis para fins
militares. Essa estratégia era particularmente importante em um contexto
geopolítico baseado na dissuasão do antagonista pelo estoque acumulado
de ogivas nucleares.
(Questão 02 - UERJ 2008)
Lula defende biocombustíveis das críticas crescentes
BRASÍLIA - O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a produção de biocombustíveis pelo
Brasil rejeitando as críticas de que ela acelera o aumento dos preços
dos alimentos em todo o mundo e prejudica o meio ambiente.
As crescentes críticas são
um desafio à diplomacia brasileira e ao auge das exportações agrícolas,
que transformaram o Brasil no maior exportador mundial de etanol
derivado da cana-de-açúcar.
Competidores e críticos
tentaram relacionar várias das exportações agrícolas do país, da carne à
soja, com a destruição do meio ambiente e com más condições de
trabalho.
RAYMOND COLITT, em 16/04/2008
Adaptado de www.estadao.com.br
O debate a respeito do uso
de biocombustíveis não envolve apenas questões ambientais, mas também
diferentes interesses econômicos. Neste último caso, encontram-se países
e empresas que lucram com a utilização em larga escala dos combustíveis
fósseis e produtores de biocombustíveis. Nesse campo de lutas, o Brasil
emerge como um potencial ator de primeira grandeza, posicionando-se no
centro dessa polêmica.
Um alegado risco ambiental
decorrente da maior produção de biocombustíveis no Brasil e uma vantagem
territorial que fundamenta a defesa desta política de Estado,
respectivamente, são:
(A) desertificação - abundância de recursos hídricos
(B) degradação dos solos - predomínio de solos férteis
(C) desmatamento - disponibilidade de terras não cultivadas
(D) disseminação de pragas - ocorrência de climas temperados
Comentário da questão:
A possibilidade de
ampliar a participação dos biocombustíveis na matriz energética mundial
abriu um debate que envolve argumentos ambientais, técnicos e
econômicos. Nesse quadro, o Brasil se destaca como um dos países com
maior potencial para produzir biocombustíveis em larga escala e de forma
eficiente, tanto do ponto de vista econômico quanto do ambiental.
Apesar disso, uma das críticas apontadas pelos ambientalistas diz
respeito à possibilidade de ampliação do desmatamento, sobretudo na
Amazônia, agravando o ritmo já preocupante desse problema na região. Por
outro lado, o governo brasileiro argumenta que o país é um caso único
de nação com ampla extensão de terras ainda não cultivadas em terras já
desmatadas e subutilizadas, seja porque estão ociosas, seja porque estão
dedicadas a atividades de baixa produtividade, como a pecuária
extensiva.
(Questão 03 - UERJ 2012)
A Conferência de Copenhagen
(COP-15), em 2009, foi mais uma reunião realizada com o objetivo de
estabelecer um novo acordo global sobre clima, baseado no conceito do
desenvolvimento sustentável.
Apresente a meta principal da proposta
de desenvolvimento sustentável. Em seguida, defina os processos
planetários denominados “efeito estufa” e “aquecimento global”.
Comentário da questão:
Uma
da principais propostas do Relatório Brundtland, elaborado nos anos
1980, foi a do desenvolvimento sustentável, que estabelecia o propósito
de organizar o sistema socioeconômico mundial de modo a garantir as
necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de satisfazerem as próprias demandas. Essa preocupação
resultou do crescimento da consciência internacional a respeito do
agravamento dos problemas climáticos em escala global. Dentre esses
problemas, está o do “Aquecimento Global”, ou seja, o aumento da
temperatura terrestre causado pela acumulação crescente de gases de
efeito estufa na atmosfera, em função de atividades humanas, como o uso
de combustíveis fósseis e outros processos em nível industrial. Ele se
diferencia do “Efeito Estufa”, processo natural que ocorre quando as
ondas de calor irradiadas pela superfície terrestre encontram os gases
de efeito estufa, aquecendo a atmosfera em escala global.
(Questão 04 - UERJ 2013)
A ampliação do uso de
fontes de energia renováveis e não poluentes representa uma das
principais esperanças para a redução dos impactos ambientais sobre o
planeta.
Considerando os gráficos, a distribuição espacial da
produção instalada das energias eólica e fotovoltaica é explicada
sobretudo pela seguinte característica dos países que mais as utilizam:
(A) matriz elétrica limpa
(B) perfil climático favorável
(C) densidade demográfica reduzida
(D) desenvolvimento tecnológico avançado
Comentário da questão:
A energia solar e a
energia eólica fazem parte do rol de fontes alternativas aos
combustíveis fósseis, principalmente em virtude de duas características:
elas são renováveis e não emitem gases poluentes durante o processo de
geração. O fator que representa um limite para sua maior disseminação
mundial é o alto custo tecnológico de seu desenvolvimento e utilização.
Nos dois mapas, estão representados os países com produção mais
relevante de energia elétrica a partir dessas duas fontes. Nota-se que a
utilização de ambas é mais significativa em países ricos e com nível
tecnológico avançado, e não necessariamente em países com as condições
naturais mais favoráveis. No caso da energia solar fotovoltaica, os
países com clima desértico seriam naturalmente mais favorecidos para
geração a partir da incidência solar do que a Alemanha e o Japão, os
dois países com maior capacidade instalada dessa fonte, em 2004. No caso
da fonte eólica, o predomínio da Europa Ocidental e dos Estados Unidos
não é explicado por nenhum fator natural que privilegie esses espaços.
Uma exigência para a construção de parques eólicos, por exemplo, é a
disponibilidade de espaço, atributo que não é abundante na Europa
Ocidental, que é densamente povoada.