9 Questões de Geografia: Indústria no Brasil - com respostas
1. (UFF) A descentralização espacial da indústria no Brasil se relaciona à rentabilidade dos lugares, segundo as condições técnicas (equipamentos, transportes, energia) e organizacionais (impostos, incentivos fiscais, relações de trabalho, ativismo sindical). De acordo com tais condições, muitas empresas abandonam os tradicionais aglomerados urbanos em função de novos e mais rentáveis lugares.
Pode-se mencionar como expressão territorial dessa nova dinâmica das empresas no Brasil:
a) o médio vale do Paraíba do Sul, especialmente os municípios de Resende e Porto Real, com a instalação de montadoras automobilísticas
b) o Norte e o Noroeste Fluminense, especialmente os municípios de Campos e Macaé, com a expansão da agroindústria do álcool
c) o litoral sul do estado de São Paulo, no eixo da rodovia Régis Bittencourt, com a localização da indústria têxtil
d) a região da Grande Vitória, especialmente na área portuária, com a instalação da indústria química
e) a zona da mata mineira, sobretudo os municípios de Uberaba e Uberlândia, com o desenvolvimento de pólos tecnológicos
2. (UFPel) Apesar de o Brasil ter atingido um patamar de crescimento econômico significativo com o desenvolvimento do setor secundário da economia, as condições de subdesenvolvimento continuam castigando a sociedade brasileira. Isso dá ao país um perfil de subdesenvolvimento industrializado. Com base nas informações anteriores e em seus conhecimentos, é correto afirmar que:
a) o Brasil, mesmo não tendo superado a situação de subdesenvolvimento, industrializou-se, apoiado na iniciativa de milhões de trabalhadores e na extensa abertura do mercado externo aos produtos brasileiros.
b) imensa parcela da população brasileira continua excluída da participação na renda auferida com a ampliação da produção industrial e do conseqüente crescimento econômico.
c) o Brasil possuiu o referido perfil apenas no período pré-industrial, antes que o intervencionismo estatal preparasse as bases para a implantação da verdadeira revolução industrial brasileira.
d) a nova industrialização, por causa da atual "vocação agrícola" do Brasil, é parcial, pois o parque industrial é incompleto e está em processo de sucateamento desde meados dos anos 70.
e) a implantação da industrialização brasileira não resultou em uma profunda crise agrária, pois não se fez acompanhar de transferência da população do campo para a cidade.
3. (PUC-MG) adaptada: No processo de industrialização brasileira, entre os fatores que se destacam como fundamentais, é INCORRETO afirmar:
a) Embasou-se inicialmente em bens de consumo não duráveis, atendendo necessidades básicas da população, para mais tarde implantar indústrias de base.
b) Embasou-se na produção para o mercado interno, que se consolidou como um amplo mercado, exigindo produtos de tecnologias de ponta cada vez mais sofisticados.
c) Concentrou-se no Sudeste/Sul, fundamentalmente no eixo SP/RJ, favorecido pela concentração do capital.
d) Promoveu uma intensa substituição da força de trabalho rural/urbana, independentemente das vagas na atividade industrial.
e)N.D.A.
4. (Cefet-MG): A indústria brasileira enfrenta vários problemas, que aumentam seus custos e dificultam uma maior participação no mercado externo, tais como:
I - os baixos investimentos públicos e privados em desenvolvimento tecnológico;
II - as barreiras tarifárias e não-tarifárias impostas por outros países à importação de produtos brasileiros;
III - a maior dispersão espacial dos estabelecimentos industriais em regiões historicamente marginalizadas;
IV - as deficiências dos transportes acarretadas pela má conservação das rodovias e ferrovias. Pode-se concluir que são corretos apenas os itens:
a) I, II e III.
b)I, II e IV.
c) I, III e IV.
d) II, III e IV.
e) N.D.A.
5. (UFMG) adaptada. O desempenho atual da indústria brasileira sofre interferência negativa de fatores de ordem interna ou externa. Considerando-se essa informação, é INCORRETO afirmar que, no Brasil, a indústria é afetada:
a) internamente, pelo custo das tarifas públicas e pela carga tributária, que penalizam o setor produtivo brasileiro.
b) externamente, pelas oscilações no valor da moeda do País, que interferem na competitividade do produto nacional.
c) externamente, pelos acordos bilaterais que, assinados pelo país, restringem o número de parceiros e itens comercializados.
d) internamente, pelo baixo poder aquisitivo de grande parte do mercado consumidor, conseqüência da má distribuição de renda no País.
e) N.D.A.
6. (Uerj) adaptada O Grande Rio é uma das regiões metropolitanas com maior incidência de trabalhadores informais do país. Em 1998, trabalhadores sem carteira assinada e autônomos representavam 42,4% da força de trabalho, contra 43,1% dos empregados com carteira. A inversão, ao que parece, é questão de tempo. (...) A economista Valéria Pero afirma que a decadência da qualidade do emprego na região metropolitana foi causada pela desindustrialização (...). (BARBOSA, Flávia. "Jornal do Brasil", 30/05/1999.)
O texto aponta uma das conseqüências do processo de desindustrialização. De acordo com a lógica atual de localização dos investimentos e da produção, uma alternativa possível para superar a decadência econômica da região metropolitana é:
a) reestruturação setorizada da mão-de-obra, viabilizando o retorno das indústrias
b) articulação política com o governo estadual, resgatando a função financeira da capital
c) reorganização da legislação trabalhista, favorecendo as empresas ainda nela instaladas
d) realização de investimentos a partir da infra-estrutura existente, redefinindo o seu papel econômico
e) N.D.A.
7. (Uerj) adaptada O CHOQUE DO NOVO
Materiais, processos e ferramentas: tudo mudou na fabricação do automóvel
ANTES: 100% das soldas eram feitas manualmente
AGORA: 99% das soldas são feitas por robôs
ANTES: os materiais mais usados eram aço, borracha e madeira
AGORA: os carros têm materiais recicláveis como alumínio e plástico
ANTES: em toda a década de 80, foram lançados no Brasil oito modelos
AGORA: só na primeira metade dos anos 90, foram lançados doze modelos de automóveis ANTES: as montadoras brasileiras recebiam das matrizes máquinas com dez anos de uso
AGORA: as montadoras têm máquinas com, no máximo, um ano de uso na Europa ou nos Estados Unidos (Adaptado de "Veja", 10/01/2001)
Nas últimas décadas, várias foram as mudanças incorporadas ao processo de produção industrial, como as apresentadas na reportagem sobre a fabricação do automóvel. O modelo de produção relacionado a estas recentes transformações está definido em:
a) sistêmico-flexível, que incorpora a pesquisa como base para a reorganização da produção
b) taylorista, que implica a crescente integração do trabalhador qualificado à atividade mecânica
c) fordista, que se apóia na fragmentação do trabalho humano em inúmeras etapas simplificadas
d) toyotista, que altera a organização das unidades produtivas com a introdução da linha de montagem
e) N.D.A.
8. (Cftce) A desconcentração industrial verificada no Brasil, na última década, decorre, entre outros fatores, da:
a) ação do Estado, por meio de políticas de desenvolvimento regional, a exemplo da Zona Franca de Manaus.
b) elevação da escolaridade dos trabalhadores, o que torna todo o território nacional atraente para novos investimentos industriais.
c) presença de sindicatos fortes nos estados das regiões Sul e Sudeste, o que impede novos investimentos nessas regiões.
d) isenção fiscal oferecida por vários estados, associada à baixa remuneração da mão-de-obra local.
e) globalização da economia, que, por meio das privatizações, induz o desenvolvimento da atividade industrial em todo o território.
9. (UFRN) adaptada A atividade industrial se constitui em um dos principais fatores da organização do território brasileiro. No período entre 1930 e a primeira metade da década de 1950, essa atividade:
a) intensifica a internacionalização do processo industrial por meio da implementação dos grandes complexos industriais, permitindo, assim, uma elevada geração de empregos no setor.
b) promove a abertura das fronteiras ao capital estrangeiro, com a criação de incentivos fiscais, cambiais, tarifários e creditícios, visando atrair investimentos externos para o Brasil.
c) define as condições favoráveis para o desenvolvimento industrial, a partir da produção cafeeira, ampliando o mercado interno e favorecendo a imigração para a substituição da mão-de-obra escrava.
d) consolida a substituição da mão-de-obra imigrante pela mão-de-obra nacional, implementando mudanças no plano da política interna, direcionada para a atividade industrial no país.
e) N.D.A.