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terça-feira, 9 de maio de 2017

Teorias sobre o crescimento populacional: Malthusianos, neomalthusianos e reformistas

Entenda a Teoria de Malthus, a Teoria Neomalthusiana e a Teoria Reformista, que analisam o comportamento das taxas da população mundial

O crescimento populacional de uma determinada área ou local está relacionado a dois fatores fundamentais: ao crescimento vegetativo, que corresponde à diferença entre o número de nascidos e o número de óbitos registrados; e à taxa de imigração, que corresponde à diferença entre a entrada e a saída de pessoas da área estudada.

Assim, com base nestes dois índices, o crescimento populacional de uma determinada área poderá ser positivo ou negativo. O mundo, em 2003, contava com cerca de 6,3 bilhões de habitantes e, cabe ressaltar que de 1970 a 2003, o crescimento populacional decresceu de 2,1% para 1,2% ao ano. Essa diminuição tem como justificativa o novo papel desempenhado pela mulher na sociedade, como a sua entrada no mercado de trabalho e a possibilidade de prevenir a gravidez através do uso de métodos anticoncepcionais.

Ao abordarmos o tema crescimento populacional, à primeira vista, pode parecer que esta é uma preocupação recente, porém, pesquisas indicam que desde a antiguidade estudos foram empreendidos para compreender a dinâmica populacional de determinadas áreas. No entanto, foi somente a partir do século XVIII, com o amadurecimento do capitalismo, que o crescimento populacional passou a ser visto como algo positivo.

Isso porque, quanto maior o número de pessoas no planeta, maior o número de consumidores. Foi neste período que a primeira Teoria Geral sobre o crescimento populacional foi publicada, de autoria do economista inglês Thomas Robert Malthus (1766-1834). 

Teoria de Malthus

No ano de 1798, Malthus publicou o Ensaio sobre a População e nele apresentou sua teoria demográfica, baseada em dois argumentos principais:

a) As guerras, epidemias e desastres naturais atuariam como controladores do crescimento populacional. Se caso eles não existissem, a população tenderia a duplicar a cada 25 anos. Seu crescimento obedeceria a uma progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32, 64...) ininterruptamente.

b) Já a produção de alimentos cresceria em progressão aritimética (2, 4, 6, 8, 10...) e sua podução seria limitada em função dos limites territoriais dos continentes.

Desse modo, segundo esta teoria, a população cresceria mais rapidamente que a oferta de alimentos. Além disso, Malthus acreditava que as áreas cultivadas se esgotariam, pois toda a área cultivável estariam ocupadas por atividades agrícolas, no entanto, a população mundial continuaria a crescer. A consequência seria a falta de alimentos para abastecer às demandas do planeta.

Por esta razão, em sua teoria, Malthus argumentou que a única maneira de remediar a iminente fome mundial seria as famílias apenas terem filhos somente se tivessem terras cultiváveis para poder alimentá-los. Vale dizer que Malthus além de economista, era também pastor da Igreja Anglicana, que era contrária aos métodos anticoncepcionais.

Percebemos que essa teoria não se concretizou, pois Malthus não conseguiu prever os avanços tecnológicos em relação à produtividade agrícola, no entanto, na época de sua formulação, ela parecia bastante consistente. Além daquela, outra razão para o insucesso de sua teoria foi o fato de Malthus ter observado apenas o comportamento populacional de uma determinada região, predominantemente rural, considerando-as válidas para todo o planeta.


Teoria Neomalthusiana

Após a 2a. Guerra Mundial, foi realizada a Conferência da Paz, que deu origem à Organização das Nações Unidas (ONU). A preocupação dos países envolvidos era de encontrar soluções para os impasses, a fim de se evitar outro conflito de proporções mundiais. Neste período foi formulada, pelos países desenvolvidos, a Teoria Neomalthusiana, cujo objetivo era tentar explicar o atraso dos países desenvolvidos e também a fome mundial. 

Segundo ela, quanto maior o número de habitantes de um país, menor a renda per capita e a disponibilidade de capital a ser investido em setores agrícolas e industriais. Assim, os países subdesenvolvidos, cujas taxas de natalidade eram elevadas, acabavam tendo grandes gastos com a população jovem e adulta, inviabilizando a canalização de gastos em outros setores.


Embora formulada quase dois séculos após a Teoria malthusiana, a Neomalthusiana chegava a mesma conclusão, pois relacionava a expansão da miséria mundial ao crescimento populacional. Com base nesta teoria, programas de controle da natalidade foram difundidos. Portanto, trata-se de uma teoria que justifica a pobreza dos países subdesenvolvidos com base em uma argumentação demográfica, deixando de mencionar as peśsimas condições de vida destes países e o problema da má distribuição de renda neles.


Teoria Reformista

A Teoria Reformista foi criada pelos países subdesenvolvidos como resposta à Teoria Neomalthusiana, e chega a uma conclusão contrária às duas últimas mencionadas. Segundo a Teoria Reformista, o crescimento populacional só se tornará um empecilho se não houver investimentos sociais, principalmente em educação e saúde. 


Os defensores desta teoria citam como exemplo algumas famílias brasileiras, que depois de recebido investimento, ou seja, assistência médica, escolas, acesso à informação, passaram a ter menos filhos e obter uma melhor qualidade de vida. Dessa maneira, comprovaram que o crescimento populacional deve vir acompanhado de investimentos sociais e não apenas de programas de controle da natalidade, sendo, por isso, considerada a Teoria Demográfica mais realista.

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